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Estado de Minas CIDADE DO VATICANO

Ante diferen�as, S�nodo sobre futuro da Igreja opta pela prud�ncia


30/10/2023 09:43
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O S�nodo que re�ne bispos e laicos esbo�ou uma "mudan�a de cultura" na Igreja cat�lica, deixando em suspense temas sens�veis como a homossexualidade, uma prud�ncia que mascara profundas diferen�as internas.

Desde 4 de outubro, os 365 membros da assembleia geral, procedentes de todos os continentes e assistidos por uma centena de especialistas, debateram a portas fechadas, no Vaticano, com o objetivo de finalizar um documento de 42 p�ginas, publicado no s�bado (28).

Trata-se de um Relat�rio de S�ntese antes de uma nova reuni�o dentro de um ano.

Apresentada como uma reflex�o profunda sobre o funcionamento da Igreja, essa reuni�o abordou temas como poligamia, ordena��o de homens casados, luta contra o abuso de menores e ecumenismo.

Essas quest�es preocupavam um setor conservador da Igreja, que temia que os debates levassem a uma distor��o da doutrina, ainda mais com a "pequena revolu��o" contra o clericalismo, por parte do papa Francisco, que decidiu que laicos e mulheres poderiam votar pela primeira vez, como bispos e cardeais.

Ante o temor de divis�es internas, que at� deram origem a rumores de um cisma, os organizadores insistiram nas palavras "di�logo", "fraternidade" e "escuta", mas filtrando drasticamente as informa��es sobre o conte�do dos debates.

Como sinal da import�ncia desta "mudan�a de mentalidade", revisou-se o formato desse �rg�o consultivo. Cl�rigos e laicos se sentaram juntos em torno de mesas-redondas, no mesmo n�vel e sem levar em conta posi��es hier�rquicas.

- "Menos piramidal" -

"� o primeiro s�nodo, no qual quase n�o houve bispos com batinas, ou s�mbolos distintivos. H� uma esp�cie de fraternidade, todo o mundo tinha o direito de falar", disse � AFP o padre franco-alem�o Christoph Theobald, um te�logo jesu�ta que participou como especialista.

Segundo ele, esta assembleia marca uma evolu��o da "arquitetura da Igreja", que se torna menos piramidal e coloca sobre a mesa a quest�o da "inclus�o de pessoas, cujo estilo de vida difere do que a Igreja prega", como os divorciados que se casaram novamente.

Sob a press�o das associa��es feministas que denunciam o "patriarcado" e a rigidez dogm�tica de uma institui��o milenar, as reflex�es sobre o papel da mulher ressaltaram a "urg�ncia" de garantir sua participa��o na tomada de decis�es.

Os participantes tamb�m propuseram "a pesquisa teol�gica e pastoral sobre o acesso das mulheres" ao papel de di�cono, um laico que pode celebrar funerais e casamentos, mas n�o missas.

Essas propostas encontraram forte resist�ncia, e foram as que receberam mais votos negativos, cerca de 20% dos votos.

- "Longo prazo" -

A aceita��o de casais homossexuais, outro tema esperado, ficou em segundo plano. O termo "LGBT" nem aparece no documento final, que evoca apenas a "identidade de g�nero" e a "orienta��o sexual". Tampouco se menciona a proposta de aben�oar os casais homossexuais, uma omiss�o que decepcionou as associa��es cat�licas LGBT e os fi�is mais progressistas.

Alguns destacaram as lacunas culturais e geogr�ficas ligadas � diversidade dos participantes: patriarcas das Igrejas Orientais, m�es, jovens...

"De certo modo, tratava-se de evitar divis�es e preparar o terreno para o ano que vem. Alguns temas precisam de tempo para amadurecer. � uma vis�o de longo prazo", comentou um participante.

Em seus quase 87 anos, o papa ter� a �ltima palavra sobre as conclus�es desse encontro. Na missa de encerramento do domingo, reiterou seu "sonho" de uma Igreja "com as portas abertas".


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