A escassez se deve a paralisa��es programadas em duas refinarias, a um pico no consumo sazonal e � maior demanda na zona rural, segundo um comunicado conjunto das principais petroleiras, que estimaram uma normaliza��o do abastecimento "nos pr�ximos dias".
O ministro de Economia e candidato � Presid�ncia, o peronista Sergio Massa, fez um ultimato para que as empresas agilizem a distribui��o, sob amea�a de suspender as exporta��es a partir da quarta-feira.
"Se � meia-noite de ter�a-feira o abastecimento de combust�veis n�o estiver resolvido, a partir de quarta n�o v�o poder mandar um barco para exporta��o", disse, neste domingo, durante um ato na prov�ncia de Tucum�n.
Mas as petroleiras reportaram "n�veis extraordin�rios de demanda, especialmente nos �ltimos 15 dias, com um fim de semana prolongado, elei��es nas quais ocorre um pico de circula��o de pessoas, o in�cio do plantio agr�cola e uma depend�ncia maior de importa��es de combust�veis por paralisa��es programadas em algumas refinarias, al�m de uma demanda extra por uma expectativa de desabastecimento".
- Especula��o e elei��es -
O governo culpou pela escassez a especula��o empresarial sobre o resultado das elei��es presidenciais, que ser� definido no segundo turno, em 19 de novembro, entre Massa e o ultraliberal Javier Milei.
"Houve alguns que especularam que, segundo o resultado eleitoral (do primeiro turno), haveria uma desvaloriza��o, ent�o guardaram por a�" combust�vel, disse Massa.
No primeiro turno das presidenciais, em 22 de outubro, Massa obteve 37% dos votos, seguido de Milei, com 30%.
Milei promove a dolariza��o da economia, a elimina��o do Banco Central e um forte corte do gasto p�blico como rem�dio para uma infla��o de 140% ao ano.
"A falta de gasolina � um retrato do futuro que Massa vai nos trazer como presidente", afirmou Milei em entrevista ao canal La Naci�n+.
Na Argentina, o pre�o dos combust�veis � regulado pelo pacto com as principais petroleiras, com ajustes peri�dicos. O litro de gasolina premium se situa em quase 1 d�lar na taxa de c�mbio oficial (365 pesos).
- Nervosismo entre consumidores -
Os problemas no abastecimento come�aram semanas antes em v�rias cidades do interior do pa�s, e durante o fim de semana se aprofundaram na cidade de Buenos Aires, onde filas de autom�veis nos postos esgotaram o dispon�vel em quest�o de horas, provocando nervosismo nos consumidores.
"Enchem o tanque e levam gasolina em gal�es, garrafas, onde for", disse � AFP a vendedora de um posto de gasolina da estatal YPF no bairro de Caballito.
A Argentina � autossuficiente em combust�vel e registra um recorde de produ��o este ano. Em setembro, foram produzidos 645.500 barris di�rios de petr�leo, 7% a mais que o mesmo m�s de 2022.
A Secret�ria de Energia anunciou a importa��o do equivalente a dez navios-tanque para enfrentar o gargalo.
Durante o fim de semana, "dois barcos j� foram descarregados e est�o descarregando o terceiro para atender ao pico de demanda", explicou � R�dio Provincia a secretaria de Energia, Flavia Roy�n, estimando uma normaliza��o r�pida.
Patronais agr�rias expressaram, nesta segunda, preocupa��o com a situa��o, que complica os trabalhos de cultivo de milho e soja e a colheita de trigo em um pa�s que est� entre os principais produtores de alimentos do mundo.
"Antes de ficarmos parados do lado do trator at� chegarem os barquinhos importados, vamos sair �s estradas expressar nossa indigna��o", destacou um comunicado assinado por v�rias associa��es de produtores.
BUENOS AIRES