Na noite de domingo, uma multid�o invadiu a pista e o terminal do aeroporto da capital Makhachkala, em meio �s tens�es provocadas no mundo pelos bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza, em repres�lia ao sangrento ataque do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro.
"Os acontecimentos da noite de ontem em Makhachkala foram instigados tamb�m atrav�s das redes sociais, entre outros a partir da Ucr�nia, por agentes dos servi�os especiais ocidentais", declarou o presidente russo Vladimir Putin.
Os ucranianos, "sob a dire��o de seus chefes ocidentais, tentam provocar pogroms na R�ssia", acusou.
O presidente russo apontou, entre outros, o papel de Estados Unidos, rival da R�ssia e apoiador incondicional de Kiev, no conflito desencadeado ap�s a ofensiva de Moscou na Ucr�nia em fevereiro de 2022.
"Sem sucesso no campo de batalha, [os Estados Unidos] desejam nos dividir, no que concerne � R�ssia, por dentro, para nos enfraquecer e semear a confus�o", disse Putin na televis�o russa.
- 'Provoca��o' -
O porta-voz do conselho de Seguran�a Nacional da Casa Branca, John Kirby, reagiu �s acusa��es e classificou as declara��es de "cl�ssica ret�rica russa".
"Quando algo ruim acontece em seu pa�s, acusam outros", afirmou. "O Ocidente n�o tem nada a ver com isso", insistiu.
Por sua vez, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, disse que considerava "absurdas" as acusa��es de Moscou a Kiev.
Horas antes, a porta-voz do Minist�rio das Rela��es Exteriores da R�ssia, Maria Zakharova, afirmou que os enfrentamentos no aeroporto tinham sido "o resultado de uma provoca��o planejada e dirigida do exterior", na qual Kiev havia desempenhado um papel "chave e direto".
A R�ssia lan�ou uma ofensiva na Ucr�nia em fevereiro de 2022. O porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleh Nikolenko, recha�ou as acusa��es e denunciou uma "tentativa de colocar a responsabilidade" em seu pa�s.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, que � judeu, considerou ontem que os incidentes ilustravam a presen�a de uma "cultura russa de �dio contra outras na��es".
- � procura de passageiros -
V�deos publicados nas redes sociais e por ve�culos da imprensa russa mostram um grupo de pessoas inspecionando os ve�culos que deixavam o aeroporto, derrubando portas no terminal e cercando um avi�o na pista.
Um dos manifestantes levava um cartaz que dizia "os assassinos de crian�as n�o t�m lugar no Daguest�o", de acordo com um dos v�deos.
O site Flightradar informou que um voo da companhia Red Wings procedente de Tel Aviv pousou em Makhachkala �s 19h (13h de Bras�lia).
O site independente russo Sota informou que era um voo de tr�nsito, que decolaria em dire��o a Moscou duas horas mais tarde.
Nesta segunda, um grande dispositivo de seguran�a cercava o aeroporto, enquanto os funcion�rios come�avam a reparar as barreiras danificadas, reportou um jornalista da AFP.
O aeroporto sofreu "danos significativos", informou seu diretor-geral, mas conseguiu reabrir na tarde de hoje, de acordo com a ag�ncia de avia��o russa.
A pol�cia prendeu 60 pessoas e mais de 150 "participantes ativos nos dist�rbios" foram identificados, informou o Minist�rio do Interior russo em nota, acrescentando que nove policiais ficaram feridos e dois deles foram hospitalizados.
- 'Traidores' na Ucr�nia -
Sergei Melikov, presidente do Daguest�o, afirmou nesta segunda-feira que os dist�rbios foram organizados em territ�rio ucraniano, em pleno conflito armado entre Kiev e Moscou.
"Os iniciadores desta a��o s�o evidentemente nossos inimigos, os que a organizaram a partir do territ�rio ucraniano", disse Melikov, segundo a ag�ncia RIA Novosti.
Melikov acusou, em particular, um canal de Telegram cr�tico �s autoridades locais, "Utro Dagestan", liderado por "traidores" na Ucr�nia.
O canal, que tem quase 60.000 seguidores, divulgou uma convoca��o de protesto no aeroporto de Makhachkala no domingo � noite para impedir a chegada de passageiros "indesej�veis" no voo da Red Wings procedente de Tel Aviv.
Durante os incidentes, Israel pediu � R�ssia para proteger "todos os cidad�os israelenses e todos os judeus". O governo dos Estados Unidos, por sua vez, condenou o que classificou de "manifesta��es antissemitas".
MAKHACHKALA