Para Mar�a Gracia Villegas, de 15 anos, a exposi��o � m�sica, �s vozes do p�blico, � competi��o e at� mesmo ao vento podem afet�-la a ponto de faz�-la gritar ou agredir a si mesmo.
"Se o ambiente n�o � emp�tico, n�o seria confort�vel para ela. Aqui h� tranquilidade", disse � AFP Mar�a Graciela Astorquiza, m�e de Mar�a Gracia, que pela primeira vez pode assistir a um evento esportivo.
Este espa�o do Est�dio Nacional, sede do Pan, possui uma porta ac�stica de 65 mil�metros de espessura e revestida com borracha, o que reduz consideravelmente o ru�do.
Ali a adolescente deixa de lado a timidez inicial, ri e se aproxima do vidro do camarote para assistir aos esportistas competirem no atletismo.
O local tamb�m � um al�vio para Sofia Ceresa, de 12 anos. Para chegar ao camarote, a menina precisou usar fones de ouvido que isolam o ru�do, muito presente em um evento esportivo.
"Me sinto bastante confort�vel. Gosto de n�o ter que usar fones de ouvido", diz Sof�a Ceresa segurando um bichinho de pel�cia do mascote oficial do evento.
A m�e, M�nica Paipa, teve um cuidado especial no caminho para o est�dio, j� que o autismo da filha faz com que ela ou�a e sinta "tudo muito pr�ximo".
"Se voc� est� passeando e um cachorro late para voc�, agarra a cabe�a dele, � o fim do mundo", diz Paipa.
Segundo um documento da C�mara dos Deputados do Chile, em 2022 uma em cada 51 crian�as ou adolescentes foi diagnosticada com TEA. O Chile supera pa�ses como Estados Unidos (1 em 59), M�xico (1 em 115), Espanha (1 em 100) e Col�mbia (1 em 68), segundo o relat�rio.
- "Ambiente mais seguro" -
M�nica Paipa garante que se n�o tivesse esta sala especial, a sua filha teria sempre de usar os seus aparelhos auditivos. "Existem espa�os como este que s�o muito dif�ceis de encontrar. Agora voc� se sente em um ambiente mais seguro", destaca Paipa.
Em mar�o deste ano, o Chile promulgou a Lei do Transtorno do Espectro Autista, que busca garantir direitos �s pessoas com esse diagn�stico, como sua inclus�o social e educacional.
"Vivemos numa sociedade onde falamos muito de respeito, de inclus�o, mas n�o somos capazes de ter empatia com os outros. Esta � uma verdadeira demonstra��o do que � uma conviv�ncia saud�vel", acrescenta Mar�a Graciela Astorquiza.
SANTIAGO