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Estado de Minas ABU DHABI

Ministros tentam desbloquear fundo para danos clim�ticos antes da COP28


31/10/2023 08:49
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A cria��o de um fundo para compensar os danos clim�ticos, uma exig�ncia fundamental dos pa�ses em desenvolvimento nas negocia��es da ONU, imp�e-se desde segunda-feira (30), em Abu Dhabi, como a quest�o mais urgente a ser resolvida antes do in�cio da COP28, em antecipa��o ao �rduo debate sobre o abandono dos combust�veis f�sseis.

Nos corredores silenciosos do Emirates Palace, um suntuoso complexo hoteleiro � beira-mar, cerca de 70 ministros se re�nem at� ter�a-feira � noite em um h�bil bal� diplom�tico a portas fechadas.

O objetivo � destravar as negocia��es a quatro semanas do in�cio da COP28 em Dubai, a mais importante desde o Acordo de Paris.

A confer�ncia dever� elaborar a primeira avalia��o oficial dos esfor�os mundiais para cumprir o acordo de 2015 e sua ambi��o de limitar o aquecimento clim�tico, "se poss�vel, a 1,5�C", desde a era pr�-industrial.

Pela primeira vez, 2023 se aproxima desse limite. Al�m disso, considera-se que o clima global j� esquentou em torno de 1,2�C, com os desastres que isso acarreta.

Nos �ltimos meses, o debate sobre o fim dos combust�veis f�sseis, principal motor do aquecimento global, tem estado no centro das negocia��es da ONU. Nos �ltimos 30 anos, chegou-se apenas a um acordo sobre uma meta de redu��o de carbono, na COP26, sem nunca ter havido um pronunciamento sobre o petr�leo e o g�s.

- "Opini�es fortes"

Mas o debate acalorado que se esperava - entre pa�ses produtores, pa�ses emergentes dependentes dos hidrocarbonetos, grandes economias que continuam a consumi-los e Estados insulares amea�ados pela subida dos n�veis das �guas - ficou temporariamente em segundo plano.

"A principal quest�o neste momento � claramente o fundo de 'perdas e danos'", resume a ministra francesa da Energia, Agn�s Pannier-Runacher.

Este fundo, cuja ado��o foi, inicialmente, considerada uma conquista importante da COP27, ainda n�o foi criado. Como funcionar�, quem ir� financi�-lo, quem ser� beneficiado? Nada foi decidido, apesar de os pa�ses em desenvolvimento exigirem sua implementa��o na COP28.

A �ltima rodada de negocia��es fracassou no Egito, em meados de outubro, e uma reuni�o final foi organizada em Abu Dhabi, de 3 a 5 de novembro.

"Est�vamos a um ou dois dias de um acordo", relativiza, confiante, um negociador europeu.

Entre os bloqueios, "os Estados Unidos n�o querem p�r um centavo, se a China puder se beneficiar", isto �, se o fundo n�o estiver reservado para pa�ses vulner�veis, explica.

Alguns pa�ses denunciam o desejo do Ocidente de estabelecer o fundo, mesmo que temporariamente, no Banco Mundial, que "n�o est� adaptado para as quest�es de desenvolvimento", afirma Michai Robertson, negociador da Alian�a dos Pequenos Estados Insulares (AOSIS).

"Os sauditas n�o querem qualquer formula��o que expanda a lista de doadores para al�m dos pa�ses desenvolvidos", acrescenta seu hom�logo europeu.

Mesmo que estes conflitos sejam resolvidos antes da COP28, ningu�m sabe quanto poder�o arrecadar os pa�ses ricos, que j� t�m dificuldade em cumprir sua promessa de financiar a luta clim�tica com US$ 100 bilh�es anuais (R$ 505 bilh�es na cota��o atual).

A transi��o e a adapta��o requerem bilh�es de d�lares, mas "o financiamento p�blico � a alavanca que ir� desbloquear o financiamento privado", observa Harjeet Sing, da ONG Climate Action Network.

O fundo de perdas e danos "se baseia no voluntariado (...) n�o � uma obriga��o", defende a ministra francesa da Energia, que, junto com seu hom�logo do Bangladesh, Shahab Uddin, presidiu a reuni�o organizada na ter�a-feira para desbloquear a quest�o.

Para Pannier-Runacher, � preciso chegar rapidamente a um acordo para evitar que esta quest�o simb�lica se torne, "talvez, um pretexto para evitar debates que incomodam", principalmente a redu��o dos gases de efeito de estufa.

"Sei que h� opini�es fortes sobre a ideia de incluir uma men��o aos combust�veis f�sseis e �s energias renov�veis" no acordo final da COP28, disse na segunda-feira seu futuro presidente, Sultan Al-Jaber, pedindo aos pa�ses que encontrem um "terreno comum".

O tamb�m diretor da gigante petrol�fera dos Emirados ADNOC deixou de lado seu habitual discurso sobre a "inevit�vel" redu��o dos combust�veis f�sseis.

"� muito cedo, bloquearia as negocia��es", afirma um membro da sua equipe, enquanto nos corredores do Emirates Palace se discute as reservas em rela��o ao tema por parte dos pa�ses do Golfo, liderados pela Ar�bia Saudita.

Embora ainda n�o tenha sido alcan�ado, o objetivo de triplicar a capacidade de energia renov�vel at� 2030 (at� 11 terawatts) parece estar no bom caminho.

"Se aceitarem 11 TW, aceitam reduzir as emiss�es de combust�veis f�sseis", afirmou o diretor-geral da Ag�ncia Internacional de Energias Renov�veis (Irena, na sigla em ingl�s), Francesco La Camera, na segunda-feira (30), confiante, apesar das preocupa��es com a explos�o na demanda energ�tica.


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