(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas NAIR�BI

Rei Charles III diz que n�o h� 'desculpas' para viol�ncia colonial no Qu�nia


31/10/2023 17:23
436

O rei Charles III afirmou, nesta ter�a-feira (31), durante uma visita ao Qu�nia, que n�o h� "desculpas" poss�veis para as atrocidades cometidas na �poca colonial pelo imp�rio brit�nico, mas n�o pediu perd�o, como exigiam algumas vozes neste pa�s do leste da �frica.

"Houve abjetos e injustific�veis atos de viol�ncia contra quenianos enquanto travavam (...) uma dura batalha pela independ�ncia e soberania. E para isso n�o pode haver desculpas" poss�veis, declarou o monarca durante um jantar de Estado oferecido pelo presidente do Qu�nia, William Ruto.

Embora a visita de Estado de Charles e da rainha Camilla foi apresentada como uma oportunidade para olhar em dire��o ao futuro e fortalecer os la�os entre Londres e Nair�bi, o Pal�cio de Buckingham havia dito que o monarca abordaria os "males" hist�ricos cometidos durante as d�cadas de dom�nio colonial.

Trata-se da primeira viagem de Charles III, de 74 anos, como rei a um pa�s da Commonwealth, a Comunidade das Na��es brit�nicas. A visita acontece antes do Qu�nia celebrar o 60� anivers�rio da sua independ�ncia da coroa brit�nica, em dezembro.

Ap�s serem recebidos pelo casal presidencial queniano William e Rachel Ruto, Charles III - vestido com um terno listrado azul adornado com uma papoula vermelha - e Camilla, vestida de branco, fizeram uma visita simb�lica aos "Jardins da Liberdade" ("Uhuru Gardens" - "Uhuru" significa liberdade em sua�li) da capital.

O soberano depositou uma coroa de flores no t�mulo do soldado desconhecido neste local onde a bandeira queniana foi hasteada em dezembro de 1963, no lugar da "Union Jack" brit�nica.

- "A maior dor" -

O rei disse que esperava "conhecer algumas pessoas cujas vidas e comunidades se viram t�o gravemente afetadas" pela viol�ncia colonial.

Entre 1952 e 1960, mais de 10.000 pessoas morreram durante a revolta Mau Mau contra o poder colonial, uma das repress�es mais sangrentas do imp�rio brit�nico, que tamb�m deixou 32 colonos mortos.

Charles III afirmou que "os atos ruins do passado s�o respons�veis pela maior dor e pelo arrependimento mais profundo".

"Nada disso pode mudar o passado, mas encarando nossa hist�ria com honestidade e abertura, talvez possamos mostrar a fortaleza de nossa amizade atual, e fazendo isso, espero que possamos continuar construindo um v�nculo cada vez mais estreito nos pr�ximos anos", concluiu o rei.

Ruto afirmou que a rea��o do poder colonial aos movimentos de autodetermina��o do Qu�nia foi "monstruosa por sua crueldade", mas destacou que a "valentia e disposi��o" do rei Charles para "dar luz a verdades inc�modas" poderia ser o primeiro passo para alcan�ar "progressos, deixando para tr�s as vacilantes e equivocadas" medidas adotadas nos �ltimos anos.

- Desculpas p�blicas incondicionais -

No entanto, o rei n�o apresentou as desculpas exigidas por parte da popula��o queniana.

No domingo, a ONG Comiss�o dos Direitos Humanos do Qu�nia (KHRC) pediu "ao rei, em nome do governo brit�nico, que apresente um pedido p�blico incondicional e inequ�voco de desculpas (...) pelo tratamento brutal e desumano infligido aos cidad�os quenianos durante todo o per�odo colonial", entre 1895 e 1963.

A KHRC tamb�m pediu repara��es "por todas as atrocidades cometidas contra diferentes grupos no pa�s".

Ap�s anos de processos judiciais, Londres concordou em 2013 em indenizar mais de 5.000 v�timas quenianas pelos abusos durante a revolta dos Mau-Mau.

O ministro das Rela��es Exteriores, William Hague, expressou ent�o o "sincero pesar" do Reino Unido.

O casal real ficar� em Nair�bi por dois dias. O programa inclui encontros com empres�rios, jovens, um banquete de Estado e uma visita a um novo museu dedicado � hist�ria do Qu�nia.

A Commonwealth, um vest�gio do Imp�rio Brit�nico, re�ne 56 pa�ses, na maioria antigas col�nias brit�nicas, e est� enfraquecida devido �s cr�ticas cada vez mais intensas sobre o passado colonial do Reino Unido.

Nos �ltimos anos, v�rias ex-pot�ncias coloniais expressaram arrependimento ou pediram desculpas pelos abusos cometidos no passado, como B�lgica, Pa�ses Baixos e It�lia, entre outros.

Em junho de 2020, o rei Filipe da B�lgica expressou seu "mais profundo pesar" pelas "feridas" infligidas durante a �poca colonial no Congo Belga, atual Rep�blica Democr�tica do Congo (RDC).

Sete anos antes, o governo neerland�s pediu oficialmente desculpas pelas execu��es sum�rias ocorridas na Indon�sia durante o processo de descoloniza��o nos anos 1940.

Esse gesto foi refor�ado em julho do mesmo ano, quando o rei Wilem-Alexander dos Pa�ses Baixos pediu oficialmente desculpas pelo passado escravista de seu pa�s durante a �poca colonial, afirmando-se "pessoal e intensamente" afetado.

Em 2008, o ent�o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi pediu desculpas � L�bia durante a assinatura de um tratado sobre a coloniza��o (1911-1942).


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)