Na abertura, o secret�rio-executivo da Conven��o-Quadro das Na��es Unidas sobre a Mudan�a Clim�tica (UNFCCC), Simon Stiell, pediu ao mundo que sinalize o "decl�nio definitivo da era dos combust�veis f�sseis".
Alguns minutos antes, o presidente da COP28, Sultan Ahmed Al Jaber, defendeu a men��o do "papel dos combust�veis f�sseis" no acordo final.
O presidente da COP27 - realizada ano passado -, o chanceler eg�pcio Sameh Shukri, pediu um minuto de sil�ncio por "todos os civis que morreram no atual conflito de Gaza".
A coopera��o entre os pa�ses ser� testada na COP28, que tem quase 97.000 inscritos, mais que o dobro do n�mero registrado na reuni�o de 2022.
Al�m das discuss�es sobre temas como o financiamento das atividades relacionadas ao clima e os compromissos de cada pa�s para lutar contra as emiss�es de gases do efeito estufa, o evento tamb�m � marcado pelo conflito entre Israel e Hamas e a guerra na Ucr�nia.
A COP28 acontecer� ao longo de 13 dias no enorme parque de exposi��es dos Emirados �rabes Unidos (EAU), a s�tima pot�ncia petrol�fera mundial, o que provocou muitas cr�ticas de organiza��es ecologistas e analistas.
A reuni�o ter� as presen�as, entre outros, do presidente brasileiro Luiz In�cio Lula da Silva, do rei Charles III da Inglaterra e do primeiro-ministro espanhol Pedro S�nchez.
O papa Francisco foi obrigado a cancelar a viagem a Dubai por recomenda��o m�dica, devido a uma gripe.
Ap�s a aprova��o da agenda da confer�ncia, Dubai receber� durante dois dias, sexta-feira e s�bado, mais de 140 l�deres mundiais.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, e o l�der da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, confirmaram presen�a.
O presidente da Ucr�nia, Volodimir Zelensky, tamb�m deve discursar no encontro de c�pula sobre o clima, enquanto o presidente da R�ssia, Vladimir Putin, n�o comparecer�, embora seu pa�s tenha uma participa��o ativa nas negocia��es.
- O ano mais quente -
O ano de 2023 pode ser o mais quente j� registrado e bater v�rios recordes, alertou a ONU, que exigiu medidas urgentes para frear o aquecimento global.
"Os gases de efeito estufa est�o em n�veis recordes. As temperaturas globais est�o batendo recordes. O mar est� em n�veis recordes e a camada de gelo marinho da Ant�rtica nunca foi t�o fina", disse o chefe da Organiza��o Meteorol�gica Mundial (OMM), Petteri Taalas.
Para o secret�rio-geral da ONU, Antonio Guterres, os recordes de temperatura deveriam "fazer os l�deres mundiais suarem frio".
A temperatura m�dia do ano passado ficou 1,15�C acima da m�dia da era pr�-industrial. A meta ideal � limitar o aumento a 1,5�C.
Este foi o ponto central do hist�rico Acordo de Paris de 2015 (COP21). E � este documento que marca a pauta, apesar dos altos e baixos, da luta contra as mudan�as clim�ticas.
- Primeiro balan�o -
A comunidade internacional apresentou em setembro o primeiro balan�o de compromissos de redu��o de emiss�es e de medidas de adapta��o e mitiga��o da mudan�a clim�tica, como demandava o Acordo de Paris.
As mudan�as clim�ticas provocam, segundo os cientistas, fen�menos extremos, como secas, chuvas torrenciais e o aumento do n�vel do mar.
A COP28 deve estabelecer o refor�o dos compromissos nacionais (NDC na sigla em ingl�s), mas as diverg�ncias s�o profundas entre os pa�ses que mais poluem e as na��es que mais sofrem as consequ�ncias da mudan�a clim�tica.
As decis�es na COP devem ser adotadas por consenso.
Uma boa not�cia pode ser anunciada nas pr�ximas horas com a aprova��o un�nime da estrutura de um Fundo para Perdas e Danos provocadas pela mudan�a clim�tica.
Esta reivindica��o dos pa�ses do Sul foi duramente negociada durante anos. O rascunho do texto afirma que o fundo ser� integrado ao Banco Mundial. As primeiras contribui��es podem ser anunciadas ainda esta semana.
Mas esta luz de esperan�a � ofuscada pelas dificuldades das negocia��es, como, por exemplo, mencionar o fim do uso dos combust�veis f�sseis.
Segundo os cientistas, para atingir a meta de neutralidade de carbono at� metade do s�culo � necess�rio reduzir drasticamente, a um ritmo muito mais acelerado que o atual, o uso de petr�leo, g�s e carv�o.
Os negociadores discutem h� v�rios anos no �mbito da COP a possibilidade de apresentar um apelo ao "abandono total" dos combust�veis f�sseis ou uma "sa�da gradual".
A presid�ncia da confer�ncia provoca suspeitas entre ambientalistas.
O CEO da empresa petrol�fera dos EAU, Sultan Ahmed Al Jaber, preside a COP28 e esta semana foi acusado de utilizar suas prerrogativas para concluir acordos de petr�leo com outros pa�ses.
"� uma tentativa de sabotar o trabalho da presid�ncia da COP28", respondeu Jaber aos vazamentos publicados pela BBC e por uma organiza��o denominada Centro de Jornalismo Clim�tico.
DUBAI