A infla��o acumulada em 2023 chegou a 148,2%, um dos �ndices inflacion�rios mais elevados do mundo.
S� em novembro, os pre�os ao consumidor subiram 12,8%, segundo o Instituto Nacional de Estat�stica do pa�s. Os setores com maiores altas foram sa�de (15,9%), alimentos e bebidas n�o alco�licas (15,7%) e comunica��o (15,2%).
A infla��o elevada tem sido um problema cr�nico na Argentina, que j� havia encerrado 2022 com uma alta no �ndice de Pre�os ao Consumidor (IPC) de 94,8%.
Para combater a infla��o e, principalmente, o d�ficit nas finan�as p�blicas, Milei anunciou um programa de austeridade que inclui a redu��o dos subs�dios �s tarifas de energia e transporte, bem como a suspens�o de obras de infraestrutura financiadas pelo Estado que ainda n�o come�aram.
Al�m disso, decretou uma desvaloriza��o da moeda argentina de mais de 50% - a 800 pesos por d�lar na taxa de c�mbio oficial -, dentro de um regime de controle que contempla uma dezena de taxas de c�mbio diferentes.
"A chave da desvaloriza��o � que possamos baixar drasticamente a diferen�a" entre a taxa de c�mbio oficial e a paralela, que fechou inalterada nesta quarta-feira em 1.070 pesos por d�lar, opinou Gabriel Rubinstein, ex-vice-ministro da Economia.
- Meses dif�ceis e uma aposta -
Milei advertiu que os pr�ximos meses ser�o "duros" e que as coisas v�o piorar antes de melhorar. Ele garante, por�m, que est� tentando evitar uma "cat�strofe" como a hiperinfla��o que a Argentina vivenciou em 1989 e 1990.
"Espera-se um dezembro com uma infla��o em alta, onde este 12,8% nos parecer� pequeno", disse � AFP a economista Candelaria Botto.
"Como o governo j� anunciou, vir�o meses com uma infla��o crescente", apontou Botto, que considerou que, com base nas primeiras medidas anunciadas, "o �nico plano para reduzir a infla��o que se avizinha � a aposta em uma recess�o".
Milei prop�s um corte no tamanho do Estado e um ajuste fiscal equivalente a 5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Suas primeiras decis�es foram elogiadas pelo Fundo Monet�rio Internacional (FMI), com o qual a Argentina mant�m um programa de cr�dito de 44 bilh�es de d�lares (216,4 bilh�es de reais, na cota��o atual). O organismo afirmou em um comunicado que apoia as medidas.
No entanto, os aumentos nos pre�os dos combust�veis e tarifas, assim como a deprecia��o acelerada, "s�o o coquetel perfeito para ver uma alta infla��o. A pol�tica, que busca ser de choque, vai gerar um golpe inflacion�rio de alta tens�o", estimou o economista independente Joel Lupieri.
BUENOS AIRES