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Estado de Minas

O caminho 'longo e irregular' at� a retomada da economia global ap�s a covid-19, na previs�o do FMI

Sob forte impacto da pandemia do coronav�rus, a economia mundial dever� encolher 4,4% neste ano, segundo a proje��o mais recente do FMI. A contra��o � menor do que a estimativa divulgada em junho, de uma queda de 4,9% no PIB global.


13/10/2020 09:31

Avenida Paulista, um dos principais polos econômicos de São Paulo, vazia durante quarentena(foto: Roberto Parizotti/FotosPublicas)
Avenida Paulista, um dos principais polos econ�micos de S�o Paulo, vazia durante quarentena (foto: Roberto Parizotti/FotosPublicas)

Sob forte impacto da pandemia do coronav�rus, a economia mundial dever� encolher 4,4% neste ano, segundo a proje��o mais recente do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), divulgada nesta ter�a-feira (13/10). A contra��o � menor do que a estimada pelo Fundo em junho, quando a proje��o era de queda de 4,9% no PIB (Produto Interno Bruto) global.

Mas o FMI salienta que, apesar de ser "menos severa" do que o esperado anteriormente, a recess�o ainda assim � profunda, e a recupera��o ser� "longa, irregular e incerta". A proje��o para 2021 � de crescimento de 5,2% no PIB mundial, um pouco abaixo dos 5,4% previstos em junho.

As novas proje��es fazem parte do relat�rio World Economic Outlook ("Perspectivas da Economia Mundial"), divulgado em Washington. Para a economia brasileira, o FMI projeta recuo de 5,8% neste ano, desempenho melhor do que a queda de 9,1% prevista em junho, mas ainda mais pessimista do que as proje��es do mercado e do governo brasileiro.

O relat�rio Focus, do Banco Central, feito a partir de pesquisa semanal com analistas de mercado, projeta retra��o de 5,02% em 2020. O Minist�rio da Economia prev� queda de 4,7%. Na semana passada, o Banco Mundial tamb�m revisou suas proje��es para a economia brasileira, prevendo queda e 5,4%, menor do que o recuo de 8% projetado em junho.

Para o ano que vem, o FMI projeta crescimento de 2,8% no PIB brasileiro, abaixo dos 3,6% previstos no relat�rio de junho.

"A economia global est� emergindo das profundezas nas quais despencou durante o Grande Lockdown em abril. Mas com a pandemia de covid-19 continuando a se espalhar, muitos pa�ses reduziram a velocidade da reabertura e alguns est�o voltando a estabelecer medidas parciais de lockdown para proteger popula��es vulner�veis", diz o relat�rio.

"Enquanto a recupera��o da China foi mais r�pida do que o esperado, a longa ascens�o da economia global de volta a n�veis de atividade pr�-pandemia permanece suscet�vel a reveses."

A China, primeiro pa�s afetado pela pandemia, dever� crescer 1,9% neste ano e 8,2% em 2021, segundo o FMI.

Revis�o

A pandemia j� deixou mais de 1 milh�o de mortos e mais de 38 milh�es de infectados ao redor do mundo. O Brasil � o segundo pa�s com o maior n�mero de mortos, com mais de 150 mil �bitos, e o terceiro em n�mero de casos, com mais de 5 milh�es de infectados.

Muitos pa�ses adotaram medidas de lockdown para tentar conter o avan�o do coronav�rus, entre elas o fechamento de escolas, bares, restaurantes, com�rcio e lazer. Alguns governos impuseram isolamento rigoroso por determinado per�odo, proibindo os moradores de sa�rem de casa, a n�o ser para atividades como ir ao supermercado ou ao m�dico.

Os impactos da pandemia na economia mundial foram devastadores. Segundo o FMI, "nenhum pa�s foi poupado", e houve retra��o no PIB tanto em economias avan�adas quanto em pa�ses emergentes e em desenvolvimento.

Os economistas do Fundo dizem que a revis�o nas proje��es mundiais foi motivada principalmente por resultados do segundo trimestre no PIB de grandes economias avan�adas, que n�o foram t�o negativos como projetado inicialmente, assim como indicadores de uma recupera��o mais forte no terceiro trimestre. Ressaltam ainda que a China voltou a crescer de maneira mais vigorosa do que o esperado.

O FMI salienta que os resultados "teriam sido muito mais fracos" n�o fosse pela consider�vel resposta fiscal, monet�ria e regulat�ria, "r�pida e sem precedentes", que garantiu renda dispon�vel para a popula��o e protegeu o fluxo de caixa para empresas. A��es como essas evitaram at� agora uma "cat�strofe financeira" como a ocorrida em 2008 e 2009, diz o relat�rio.

Com a reabertura a partir de maio ou junho deste ano, depois do per�odo de lockdown, muitas economias come�aram a se recuperar em um ritmo mais acelerado do que o antecipado, segundo o FMI.

Mas os economistas advertem que as perspectivas pioraram desde junho para alguns mercados emergentes e em desenvolvimento onde o n�mero de casos est� crescendo rapidamente.

Desemprego e pobreza

Segundo o relat�rio, as economias ao redor do mundo ter�o um caminho dif�cil at� atingirem n�veis de atividade pr�-pandemia.

Mesmo antes da pandemia, o Brasil já registrava aumento da pobreza extrema nos últimos cinco anos(foto: Getty Images)
Mesmo antes da pandemia, o Brasil j� registrava aumento da pobreza extrema nos �ltimos cinco anos (foto: Getty Images)

Apesar das medidas de apoio adotadas por v�rios governos, o FMI diz que o n�vel de emprego continua "bem abaixo dos n�veis pr�-pandemia", e outros v�rios milh�es de postos de trabalho est�o em risco se a crise continuar. Para o Brasil, o FMI v� taxa de desemprego de 13,4% neste ano e 14,1% em 2021.

A pandemia tamb�m dever� reverter o progresso verificado desde os anos 1990 na redu��o da pobreza global e aumentar a desigualdade. Segundo o FMI, muitas economias v�o enfrentar um retrocesso no padr�o de vida em compara��o ao que era esperado antes do coronav�rus.

O FMI diz que 90 milh�es de pessoas ao redor do mundo poder�o ser levadas � extrema pobreza (definida como renda di�ria de at� US$ 1,90, ou cerca de R$ 10) neste ano em consequ�ncia da crise.

"N�o apenas a incid�ncia de extrema pobreza vai aumentar pela primeira vez em mais de duas d�cada, mas a desigualdade (tamb�m) deve aumentar, j� que a crise afetou desproporcionalmente mulheres, trabalhadores do setor informal e aqueles com grau de instru��o mais baixo", diz o relat�rio.

O Banco Mundial j� havia previsto que a pandemia iria empurrar 115 milh�es de pessoas para a pobreza extrema somente neste ano. O relat�rio do FMI n�o cita especificamente o avan�o da pobreza no Brasil. Mas, mesmo antes da pandemia, o pa�s j� registrava aumento da pobreza extrema nos �ltimos cinco anos.

Segundo dados da PNAD Cont�nua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), em 2019 o n�mero de brasileiros em pobreza extrema era de 13,88 milh�es, um aumento de 170 mil em rela��o ao ano anterior.

Neste ano, em meio � pandemia, o aux�lio emergencial ajudou a amortecer o efeito da crise, com quase R$ 200 bilh�es desembolsados pelo governo desde abril. Mas h� risco de que os indicadores voltem a piorar, ainda mais com a redu��o recente do valor do aux�lio, de R$ 600 para R$ 300.

Incertezas

O FMI ressalta que h� grandes incertezas e riscos na retomada da economia global, inclusive o de que o crescimento seja menor do que o projetado.

"Se o v�rus ressurgir, o progresso em tratamentos e vacinas for mais lento do que o antecipado, ou o acesso a eles permanecer desigual, a atividade econ�mica poder� ser menor do que o esperado, com renovado distanciamento social e lockdowns mais restritivos", diz o relat�rio.

Os economistas observam que, al�m do impacto das medidas de lockdown obrigat�rias no in�cio do ano, as economias tamb�m foram afetadas negativamente pelas a��es de distanciamento social adotadas voluntariamente pela popula��o, por medo de contrair o v�rus.

Segundo o FMI, isso faz com que a suspens�o de medidas de lockdown n�o resulte necessariamente em recupera��o r�pida, especialmente em pa�ses que levantam as restri��es prematuramente, enquanto ainda h� volume relativamente alto de novos casos.

V�rios pa�ses que haviam conseguido reduzir os n�veis de transmiss�o do coronav�rus registraram novo aumento no n�mero de casos, o que levou � suspens�o da reabertura da economia. O relat�rio diz que, para evitar retrocessos, as pol�ticas de apoio n�o podem ser retiradas prematuramente.

Os economistas do Fundo consideram prov�vel que, enquanto houver riscos � sa�de, a atividade econ�mica continue reduzida.

"A recupera��o n�o � garantida enquanto a pandemia continuar a se propagar", diz o relat�rio.


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