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Estado de Minas

Festas clandestinas de brasileiros nos EUA re�nem multid�es e ignoram covid-19

Os eventos chegam a reunir at� tr�s mil pessoas, segundo os organizadores.


19/10/2020 15:25

Maioria dos frequentadores de festas clandestinas é jovem, não usa máscaras e ignora distanciamento social(foto: Reprodução)
Maioria dos frequentadores de festas clandestinas � jovem, n�o usa m�scaras e ignora distanciamento social (foto: Reprodu��o)

"O coronav�rus nunca me afastou", anuncia um dos convites que se espalham em grupos de brasileiros nos arredores de Boston, nos EUA.

O chamado � para uma festas organizadas por DJs e produtores brasileiros em estacionamentos, terrenos vazios e postos de gasolina de cidades do Estado de Massachusetts.

Intensificados desde o in�cio da pandemia em resposta a restri��es impostas por governos locais a aglomera��es, os eventos chegam a reunir at� tr�s mil pessoas, segundo os organizadores.

Em perfis de produtores em redes sociais, v�deos e fotos mostram multid�es dan�ando em volta de caixas de som instaladas nos porta-malas de caminhonetes. A maioria dos frequentadores � jovem, n�o usa m�scaras e ignora recomenda��es de distanciamento social.

Na �ltima semana, os encontros ganharam aten��o de jornais e televis�es locais. Descritos como "superdisseminadores" do coronav�rus, eles viraram tema de discuss�o nos gabinetes de prefeitos e mobilizam a pol�cia.

Desde o in�cio de setembro, pelo menos dois brasileiros que participam dos eventos foram presos.

As aglomera��es costumam acontecer em locais distantes dos centros de cidades como Everett Framingham, Saugus, Sommerville e Revere, todas nos arredores de Boston, onde se concentra a maior comunidade de brasileiros nos Estados Unidos.

"A preocupa��o � a aglomera��o de pessoas sem m�scaras e o fato de as pessoas estarem se comportando como se tudo estivesse normal. Estamos em meio a uma pandemia e a cidade de Everett � a quarta com mais contamina��es no Estado", diz � BBC News Brasil a vereadora Stephanie Martins, que tem cidadanias brasileira e americana.

"Os n�meros est�o voltando a subir, por�m dessa vez entre a popula��o com menos de 60 anos, o que reflete uma correla��o com tais eventos. E a comunidade acaba passando uma m� impress�o de desrespeito por parte do nosso povo."

'Desrespeito'

Eventos costumam ser realizados em locais distantes dos centros de cidades nos arredores de Boston(foto: Reprodução)
Eventos costumam ser realizados em locais distantes dos centros de cidades nos arredores de Boston (foto: Reprodu��o)

As festas foram tema da reportagem principal de um jornal da cidade de Everett, que fica a apenas 6 km de Boston, com o t�tulo "Um desrespeito".

O texto aponta que "as festas s�o principalmente destinadas � comunidade brasileira na regi�o da grande Boston" e alerta que a cidade est� classificada como "zona vermelha, o que n�o permite que os com�rcios e organiza��es da cidade possam evoluir para o est�gio de reabertura".

Recentemente, parques da regi�o voltaram a fechar por conta da alta no n�mero de contamina��es pelo coronav�rus. Todas as escolas a regi�o continuam fechadas e as aulas acontecem � dist�ncia.

Segundo as regras locais, reuni�es em �reas abertas com mais de 50 pessoas est�o proibidas e qualquer encontro deve respeitar regras de distanciamento e uso de m�scara. A multa para quem desrespeita as regras pode chegar a US$ 490 (ou R$ 2.750).

A BBC News Brasil conversou com um dos divulgadores do chamado "Baile do Monstro", um dos eventos organizados em estacionamentos que re�nem mais pessoas na regi�o.

O jovem brasileiro tem milhares de seguidores nas redes sociais, onde divulga festas em locais p�blicos e privados e publica fotos nos eventos alvo de controv�rsia.

"Eu n�o sei sobre esses eventos, apenas divulgo", disse o rapaz � BBC News Brasil. "Fa�o eventos privados. Nas ruas, apenas divulgo como todo mundo."

Quando questionado sobre as cr�ticas e a falta de distanciamento e m�scaras entre os presentes, o jovem deixou de responder �s perguntas da reportagem.

Procurado, o prefeito de Everett, Carlo DeMaria Jr., disse � BBC News Brasil que "esses eventos v�o contra as regras da cidade e do Estado".

"N�o haver� toler�ncia em nossa comunidade para este tipo de evento ou festa. As pol�cias de Everett, do Estado e em n�vel federal est�o trabalhado ativamente em conjunto para combater este assunto", disse DeMaria Jr.

'Car meetings'

Em nota, a pol�cia de Westborough, outra cidade da regi�o, disse que "tem recebido diversas liga��es com reclama��es entre 1h e 3h da manh�. A principal reclama��o � a m�sica alta e aglomera��es".

"Os eventos costumam reunir 100 pessoas e por volta de 40 ou 50 carros. Eles dispersam rapidamente quando chegamos"

A reportagem mapeou pelo menos 3 grupos de produtores brasileiros organizando eventos na regi�o.

A origem dos encontros � antiga - e se baseia em uma cultura de "car meetings", ou encontros de carros, nos quais donos de carros esportivos se re�nem em postos de gasolina e exibem seus ve�culos embalados por caixas de som potentes e bebida.

Estes eventos s�o organizados em grupos fechados no Facebook e no WhatsApp.

Os organizadores costumam ganhar fama por meio da organiza��o dos encontros gratuitos ao ar livre. Quando se tornam conhecidos, come�am a promover eventos pagos em locais fechados.

Os epis�dios dividem a comunidade brasileira

"As festas dos hisp�nicos est�o sempre lotadas e ningu�m fala nada. N�o d� para controlar o n�mero de pessoas em evento ao ar livre, a festa � do povo", diz um mineiro em uma publica��o em redes sociais sobre o tema.

"Que vergonha. � por isso que brasileiro tem estigma no exterior", diz uma moradora da �rea.

A vereadora Stephanie Martins diz que "a festa dos estacionamentos � totalmente fora dos padr�es, com m�sica, dan�a, bebida a c�u aberto, e menores tendo acesso a tudo isso e sem nenhuma prote��o".

"A mensagem � que a pandemia ainda n�o acabou. E se queremos voltar a normalidade mais r�pido, precisamos colaborar e evitar eventos de aglomera��o e usar as nossas m�scaras. Quanto mais pessoas respeitarem as regras, mais r�pido sairemos de tudo isso. Vamos mandar uma mensagem positiva de que a nossa comunidade � um povo consciente e que queremos ser um exemplo positivo na nossa cidade", diz.


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