(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas PESQUISA

Vacina contra COVID-19: o que se sabe at� agora sobre os resultados de Oxford

Estudo mostra que huove resposta imune robusta em idosos, segundo o Financial Times


26/10/2020 15:52 - atualizado 26/10/2020 18:16

Pesquisas da vacina de Oxford começaram no fim de abril(foto: Reuters)
Pesquisas da vacina de Oxford come�aram no fim de abril (foto: Reuters)

A vacina contra a COVID-19 que est� sendo desenvolvida pela farmac�utica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford gerou uma resposta "robusta" do sistema imunol�gico em idosos, de acordo o jornal brit�nico Financial Times.

Esta faixa et�ria � um dos grupos de risco da doen�a causada pelo novo coronav�rus.

 

 

De acordo com a Organiza��o Mundial da Sa�de, a vacina de Oxford � uma das dez vacinas contra a COVID-19, entre as quase 200 atualmente em desenvolvimento, que j� est�o na �ltima fase de pesquisa em seres humanos.

Na chamada fase 3, � verificado se elas realmente funcionam, ou seja, s�o capazes de nos proteger contra o Sars-CoV-2.

A vacina de Oxford tamb�m � testada no Brasil, em parceria com a Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituto de pesquisa ligado ao Minist�rio da Sa�de.

H� um acordo entre Oxford e o governo brasileiro para a compra de doses e a transfer�ncia de tecnologia para a produ��o nacional desta vacina, caso ela se mostre eficaz.

Estes resultados s�o referentes �s duas primeiras fases da pesquisa, conclu�das em maio, e refor�am dados divulgados em julho, que mostraram que a vacina tamb�m gerou uma resposta imune robusta em adultos saud�veis.

Estas descobertas s�o consideradas promissoras, mas n�o garantem que a vacina de fato funcione, o que est� sendo investigado neste momento.

Procurada pelo Financial Times, a Universidade de Oxford n�o quis comentar sobre o assunto.

Como funciona a vacina de Oxford?

A vacina de Oxford � baseada em uma tecnologia conhecida como vetor viral n�o replicante.

Ela usa um adenov�rus que causa um resfriado em chipanz�s e foi modificado em laborat�rio para n�o ser capaz de se replicar em c�lulas humanas e nos deixar doentes.

Esse adenov�rus tamb�m � alterado por meio de engenharia gen�tica para passar a carregar em si as instru��es para a produ��o de uma prote�na caracter�stica do coronav�rus, conhecida como esp�cula.

Ao entrar em nossas c�lulas, o adenov�rus faz com que elas passem a produzir essa prote�na e a exibam em sua superf�cie, o que � detectado pelo sistema imune, que cria ent�o formas de combater o coronav�rus.


A farmacêutica AstraZeneca conduz o estudo junto com Oxford(foto: Reuters)
A farmac�utica AstraZeneca conduz o estudo junto com Oxford (foto: Reuters)

Quais foram os resultados das primeiras fases da pesquisa?

As duas primeiras fase da pesquisa, realizadas em conjunto no Reino Unido entre abril e maio, investigaram se a vacina � segura e gera uma resposta do sistema imunol�gico.

Participaram 1.077 volunt�rios com idades entre 18 e 55 anos, distribu�dos aleatoriamente em dois grupos: um recebeu a vacina contra a COVID-19 e outro, uma vacina contra meningite.

Nem os pesquisadores nem os participantes sabem em qual grupo cada pessoa est�.

Em julho, um estudo publicado no The Lancet mostrou que a vacina de Oxford gerou uma resposta imune robusta. Isso significa que ela foi capaz de levar � produ��o tanto de anticorpos quanto de c�lulas T.

Muito do foco das pesquisas de vacinas contra o Sars-CoV-2 tem sido voltado para os anticorpos neutralizantes.

Estes anticorpos s�o pequenas prote�nas produzidas pelo sistema imunol�gico que se fixam na superf�cie dos v�rus e impedem que ele infecte c�lulas humanas.

Mas eles s�o apenas uma parte de nossa defesa imunol�gica. As c�lulas T, um tipo de gl�bulo branco, ajudam a coordenar o sistema imunol�gico e s�o capazes de identificar quais c�lulas do corpo foram infectadas e destru�-las.

Quase todas as vacinas eficazes induzem uma resposta de anticorpos e c�lulas T.

Segundo o estudo divulgado em julho, os n�veis de c�lulas T atingiram um pico 14 dias ap�s a vacina��o e os n�veis de anticorpos, ap�s 28 dias.

Estes n�veis se mantiveram altos 56 dias ap�s a vacina��o, mas o estudo n�o durou tempo suficiente para entender quanto tempo exatamente essa resposta imune dura.

A resposta mais forte foi verificada em um subgrupo de dez participantes que receberam duas doses da vacina, o que, de acordo com os pesquisadores, indica que esta pode ser a estrat�gia mais eficaz de vacina��o.

Agora, o Financial Times diz que esta mesma resposta imune robusta foi verificada em idosos, mas os resultados da an�lise dos dados desta faixa et�ria ainda n�o foram oficialmente divulgados.

O estudo publicado em julho tamb�m mostrou que a vacina � segura e n�o provocou nenhum efeito colateral grave.

No entanto, houve efeitos adversos leves: 66% dos volunt�rios que tomaram a vacina tiveram dor no local da aplica��o, 70% relataram fadiga, 68% tiveram dor de cabe�a e 17% tiverem febre.

O que est� sendo pesquisado agora?

Os resultados positivos das duas primeiras etapas levaram � continua��o da pesquisa. Agora, na fase 3, � verificado se a vacina realmente funciona, com a participa��o de um n�mero bem maior de volunt�rios.

Est�o sendo recrutadas 10,5 mil pessoas no Reino Unido, 30 mil participantes nos Estados Unidos e 2 mil na �frica do Sul. No Brasil, 8 mil j� participam do estudo.

Novamente, eles s�o divididos em dois grupos e recebem a vacina contra a COVID-19 ou a vacina contra meningite. Os cientistas precisam esperar para que os volunt�rios entrem em contato com o v�rus.

Os pacientes ser�o acompanhados ao longo de um ano e ser� verificado ao final a propor��o de pessoas que ficaram doentes em cada grupo para atestar se a vacina protege ou n�o contra o Sars-CoV-2.


Há quase 200 vacinas em teste contra a covid-19, segundo a OMS(foto: Reuters)
H� quase 200 vacinas em teste contra a covid-19, segundo a OMS (foto: Reuters)

Houve algum problema nesta etapa da pesquisa?

Sim, em duas ocasi�es.

A pesquisa chegou a ser suspensa em setembro por alguns dias no Reino Unido ap�s ter sido constatado um efeito colateral em um participante.

Detalhes sobre a condi��o deste volunt�rio n�o foram oficialmente divulgadas, mas, de acordo com o jornal americano The New York Times, ele foi diagnosticado com mielite transversa, uma s�ndrome inflamat�ria que afeta a medula espinhal e pode ser causada por infec��es virais.

Uma an�lise feita por um comit� independente e a ag�ncia reguladora brit�nica concluiu que seria seguro prosseguir com o estudo.

E, em 21 de outubro, foi confirmado que um dos volunt�rios do bra�o brasileiro da pesquisa morreu ap�s contrair COVID-19.

O m�dico Jo�o Pedro Feitosa, de 28 anos, fazia parte do grupo que recebeu a vacina contra meningite, de acordo com fontes pr�ximas do estudo ouvidas pela TV Globo.

Ap�s a avalia��o de um comit� independente, foi decidido que os testes n�o seriam suspensos.



(foto: BBC)
(foto: BBC)

(foto: BBC)
(foto: BBC)

J� assistiu aos nossos novos v�deos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)