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Coronav�rus: as li��es da segunda onda de COVID-19 na Europa para os pa�ses que ainda n�o sa�ram da primeira

Ainda que o n�mero de casos tenha ca�do bastante em diversas localidades da Am�rica do Sul, incluindo o Brasil, especialistas avaliam que nenhuma delas conseguiu em algum momento controlar de fato a transmiss�o do coronav�rus como alguns pa�ses europeus


23/11/2020 15:06 - atualizado 23/11/2020 15:38

(foto: AFP)
(foto: AFP)

Para os especialistas da Organiza��o Pan-americana de Sa�de (Opas), a principal li��o da segunda onda de casos de COVID-19 na Europa � mais do que �bvia.

"N�o devemos baixar a guarda", afirma � BBC News Mundo (servi�o em espanhol da BBC) o diretor do departamento de doen�as transmiss�veis da entidade, Marcos Espinal.

"Na Europa, com a chegada do ver�o e a queda do n�mero de casos, as medidas de combate foram relaxadas", o que explica em sua avalia��o o avan�o brutal do coronav�rus que se sucedeu no continente europeu.

Agora, com as taxas de infec��o em patamares mais baixos na Argentina e em diversos pa�ses da Am�rica do Sul e a aproxima��o das festas de fim de ano e do ver�o, n�o deve ser subestimado o risco da regi�o repetir a trajet�ria europeia.

E o principal agravante � que os pa�ses sul-americanos ainda n�o superaram a primeira onda da pandemia, que j� matou mais de 310 mil pessoas na regi�o (pouco mais da metade no Brasil).

"Essa men��o a ondas se refere � curva epid�mica de uma doen�a", disse o m�dico brasileiro Jarbas Barbosa, diretor da Opas, que � o bra�o da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) para Am�rica Latina e Caribe.

"E na Europa houve nitidamente uma primeira onda porque o n�mero de casos cresceu rapidamente, em seguida foram adotadas medidas de conten��o que levaram a uma diminui��o das infec��es. Durante alguns meses quase n�o houve casos. Mas logo a economia se reabriu, o ver�o chegou, viagens etc., voltou a crescer o cont�gio e por isso se fala em segunda onda", explicou.

Mas na Am�rica Latina a situa��o � diferente.

Ainda que o n�mero de casos tenha ca�do bastante em diversas localidades da regi�o, incluindo o Brasil, Barbosa avalia que nenhuma delas conseguiu em algum momento controlar de fato a transmiss�o do coronav�rus como alguns pa�ses europeus.

"Quando olhamos para a m�dia dos pa�ses, � como se estivessem em uma primeira onda bem extensa que nunca acabou."

Sem tempo a perder

Para Barbosa, por�m, uma li��o aprendida � que "em qualquer parte do mundo onde o v�rus esteja presente, se as condi��es facilitarem a transmiss�o, ela aumentar� e teremos mais casos e mais mortes".


Paciente internado na UTI do hospital Albert Einstein, em São Paulo(foto: Nelson Almeida/AFP via Getty Images)
Paciente internado na UTI do hospital Albert Einstein, em S�o Paulo (foto: Nelson Almeida/AFP via Getty Images)

E por isso, uma das recomenda��es da Opas � n�o olhar apenas para as m�dias nacionais de casos, "mas para o que est� acontecendo em cada Estado, prov�ncia ou munic�pio", atuar rapidamente em n�vel local quando estiver claro que o v�rus est� crescendo ali, algo com o qual o professor Paul Hunter, especialista brit�nico em coronav�rus, concorda.

"Se olharmos os dados dispon�veis, fica claro que o mais eficaz e menos prejudicial provavelmente seria um sistema de restri��es territoriais diferenciadas", disse Hunter, da Universidade de East Anglia, � BBC News Mundo.

Embora para ele uma li��o muito mais �bvia da segunda onda europeia seja a de que n�o � preciso esperar at� a �gua bater no pesco�o para tomar qualquer medida.

"Os casos aumentam muito mais r�pido do que diminuem depois que as medidas s�o tomadas. Por exemplo, se considerarmos as taxas de interna��es (no Reino Unido), elas basicamente se multiplicaram por seis a cada duas semanas at� o in�cio de abril e depois levaram cinquenta dias para voltarem ao patamar inicial", explica Hunter.

"Ent�o, se voc� disser 'Acho que vou esperar uma semana antes de implementar algo', o resultado � que as pessoas ter�o que ficar confinadas por mais quatro semanas para compensar esse atraso."

Combine medidas de combate

Hunter tamb�m est� ciente da necessidade, e da dificuldade, de sustentar esse tipo de medidas.

"Outra li��o � que voc� tem que tentar manter o apoio da sociedade. Na Europa, temos visto manifesta��es com cada vez mais pessoas se opondo �s medidas", lembrou o m�dico brit�nico. "E para isso � preciso ser mais transparente com o que est� acontecendo."

A dificuldade de manter confinamentos r�gidos, por sua vez, tamb�m � reconhecida pela Opas, que sempre insistiu que estes deveriam ser vistos como uma das v�rias ferramentas dispon�veis para tentar lidar com a pandemia.


(foto: BBC)
(foto: BBC)

"� preciso equilibrar os aspectos econ�mico, social e de sa�de p�blica", diz Espinal, da Opas. "Mas as medidas de mitiga��o devem ser mantidas, porque ainda n�o temos a vacina."

Ele cita programas educativos para o uso correto de m�scaras, medidas de distanciamento social, rastreamento de quem teve contato com algu�m infectado, entre outras a��es.

Mas no fim, para o professor da Universidade de East Anglia, Paul Hunter, a simples constata��o de que nenhum pa�s da Europa escapou da segunda onda e que pa�ses asi�ticos est�o sofrendo com uma terceira sugere que talvez a grande li��o para a Am�rica Latina seja a de que uma segunda onda � simplesmente inevit�vel.

Isso n�o significa, por�m, que se deva baixar a guarda por isso. Muito pelo contr�rio.

"Adotar todas essas medidas vai nos ajudar porque elas funcionam", conclui Espinal, da Opas.

E a segunda onda no Brasil?

De acordo com an�lise feita pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), o n�mero de pacientes internados com doen�as respirat�rias graves cresce em regi�es de 15 Estados brasileiros, incluindo 10 capitais.

H� relatos e dados oficiais de hospitais p�blicos e privados lotados em diversas regi�es do pa�s, a exemplo de S�o Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro e S�o Lu�s.

Al�m disso, pesquisadores apontam que a taxa de cont�gio da COVID-19 est� acima de 1 em pelo menos 20 Estados do pa�s. Quando esse �ndice (Rt) est� acima de 1, significa que a doen�a n�o est� sob controle e ela vai continuar avan�ando.

De acordo com o Observat�rio de S�ndromes Respirat�rias da Universidade Federal da Para�ba, a taxa de cont�gio est� nesse patamar em 20 Estados (Acre, Alagoas, Amap�, Bahia, Cear�, Esp�rito Santo, Goi�s, Maranh�o, Mato Grosso, Minas Gerais, Para�ba, Paran�, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rond�nia, Santa Catarina, S�o Paulo, Sergipe e Tocantins) e no Distrito Federal.

At� agora, o Minist�rio da Sa�de brasileiro registrou a morte de 167 mil pessoas por COVID-19. Mas especialistas da Fiocruz apontam que morreram neste ano ao menos 220 mil pessoas de doen�as respirat�rias graves (basicamente por COVID-19). No ano passado, foram 5.324.



(foto: BBC)
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(foto: BBC)

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