Foi anunciada no s�bado (13/3) a compra pelo cons�rcio de governadores do Nordeste de 37 milh�es de doses da vacina Sputinik V, desenvolvida pelo instituto russo Gamaleya.
Um dia antes, o governo federal havia divulgado que adquiriu outras 10 milh�es de doses do imunizante, que ainda n�o foi aprovada pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria. De acordo com o Gamaleya, o uso da Sputnik j� foi autorizado em 51 pa�ses, que re�nem uma popula��o somada de 1,3 bilh�es de pessoas.
A inten��o original do cons�rcio de governos do Nordeste era comprar 2 milh�es de doses a mais do que foi acordado, mas foi preciso reduzir o pedido de acordo com a capacidade de produ��o do laborat�rio Uni�o Qu�mica, que tem um acordo com a R�ssia para a produ��o local desta vacina.
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Anteriormente, a Uni�o Qu�mica havia informado ter capacidade de fabricar e distribuir 150 milh�es de doses do imunizante at� dezembro de 2021. A empresa tem um acordo com o Instituto Gamaleya para transfer�ncia de tecnologia.
As entregas das doses adquiridas pelo cons�rcio ser�o escalonadas: 2 milh�es em abril, 5 milh�es em maio, 10 milh�es em junho e 20 milh�es em julho. Todas ser�o direcionadas para o Plano Nacional de Imuniza��o e distribu�das em todo o pa�s.
O governador do Piau�, Wellington Dias (PT), presidente do cons�rcio, disse esperar que, com essa compra, o pa�s consiga ampliar a imuniza��o contra a covid-19 e chegar a 50 milh�es de pessoas vacinadas at� o pr�ximo m�s.
"Teremos condi��es de ter 20 milh�es de brasileiros vacinados j� agora em mar�o. Todo o esfor�o vai na dire��o para chegar no m�s de abril com 50 milh�es de pessoas vacinadas", projetou o governador do Piau�.
Na sexta-feira (12/3), o Minist�rio da Sa�de anunciou a aquisi��o de 10 milh�es de doses da Sputnik V. No cronograma da pasta, ser�o entreges 400 mil doses em abril, 2 milh�es em maio e 7,6 milh�es em junho.
"Para que possamos aplicar a Sputnik, s� necessitamos que a Uni�o Qu�mica providencie com a Anvisa, o quanto antes, a autoriza��o para uso emergencial e tempor�rio", disse Elcio Franco, secret�rio do minist�rio.
O que diz a Anvisa?
At� o momento, a Sputnik V n�o � relacionada pela Anvisa entre os registros de vacinas de que est�o sendo analisados pela ag�ncia em um site criado especialmente para informar isso.
De acordo com a Anvisa, a Uni�o Qu�mica solicitou em 15 de janeiro a autoriza��o de uso emergencial para a vacina russa, mas o pedido foi devolvido porque era necess�rio complementar dados e informa��es que s�o normalmente requisitadas pela ag�ncia e a farmac�utica n�o havia fornecido. Isso n�o foi feito pela empresa at� agora.
Uma vez feito o pedido de uso emergencial, a ag�ncia tem 30 para analisar a solicita��o e emitir seu parecer. A ag�ncia informa que um imunizante "precisa ter demonstrado um m�nimo de 50% de efic�cia, al�m de seguran�a bem estabelecida" para ser aprovado.
A empresa tamb�m pediu no in�cio de janeiro permiss�o para fazer estudos de fase 3 da Sputnik no Brasil, mas tamb�m faltavam informa��es essenciais.
No dia 21 de janeiro, a empresa e a Anvisa tiveram uma reuni�o, na qual os representantes da Uni�o Qu�mica apresentaram informa��es e reafirmaram o interesse fazer os estudos e pedir a autoriza��o de uso emergencial.
Segundo a ag�ncia, "em 19 de fevereiro de 2021, um representante da empresa enviou e-mail para a �rea de pesquisa cl�nica da Anvisa informando que os dados estavam sendo providenciados e que estariam discutindo com os pesquisadores no Brasil".
O que apontaram os testes feitos na R�ssia?

As duas primeiras fases dos estudos cl�nicos da Sputnik V come�aram na R�ssia no final de junho, quando foi investigado se a vacina, que � aplicada em duas doses com diferen�a de 21 dias entre elas, � segura e leva � produ��o de anticorpos. Cada fase teve 38 participantes.
Publicados no peri�dico The Lancet, os resultados apontaram que s� foram registrados eventos adversos leves e nenhum grave, e que todos os participantes desenvolveram uma resposta imunol�gica capaz de combater o coronav�rus e impedir a infec��o por ele.
A Sputnik V foi aprovada nesses testes e partiu para a terceira e �ltima etapa do estudo, para verificar se ela realmente conseguiria proteger contra a covid-19.
Os resultados preliminares desta fase foram publicados no The Lancet em 2 de fevereiro e revelam uma taxa de efic�cia de 91,6%. A pesquisa feita com 20 mil volunt�rios continua em andamento para avaliar a prote��o ou poss�veis efeitos colaterais em longo prazo.
Outra importante observa��o do artigo publicado no The Lancet foi o fato de a Sputnik V ter funcionado bem em indiv�duos acima dos 60 anos. Na an�lise de um subgrupo de 2 mil idosos, a efic�cia tamb�m ficou na casa dos 91%.
Como funciona a Sputnik V?

Essa vacina usa uma tecnologia conhecida como vetor viral n�o replicante, que j� � pesquisada h� d�cadas pela ind�stria farmac�utica e � a mesma da vacina de Oxford.
Esse tipo de vacina usa outros v�rus inofensivos para simular no organismo a presen�a de uma amea�a mais perigosa e que se deseja combater para gerar uma resposta imune.
No caso da vacina russa, ela � feita com adenov�rus que causam resfriados em humanos. Eles foram modificados para n�o serem capazes de se replicar depois que entram nas c�lulas humanas.
Os cientistas inseriram neles as instru��es gen�ticas para a produ��o de uma prote�na caracter�stica do novo coronav�rus, a esp�cula.
Uma vez injetados no organismo, eles entram nas c�lulas e fazem com que elas passem a produzir e exibir essa prote�na em sua superf�cie.
Isso alerta o sistema imunol�gico, que aciona c�lulas de defesa e, desta forma, aprende a combater o Sars-CoV-2, o que proteger� uma pessoa se ela for infectada pelo v�rus.
Onde a vacina j� foi aprovada?
A Sputnik V tornou-se em 11 de agosto a primeira vacina a ser aprovada registrada no mundo por uma autoridade sanit�ria no caso, a ag�ncia da pr�pria R�ssia antes msmo de os testes de efic�cia serem conclu�dos.
Desde ent�o, o pa�s imunizante j� recebeu autoriza��o de uso emergencial ou teve seu registro definitivo concedido em mais 50 pa�ses.
S�o eles (em ordem alfab�tica): Angola, Arg�lia, Argentina, Arm�nia, Azerbaij�o, Bahrein, Belarus, Bol�via, B�snia e Herzegovina, Cazaquist�o, Djibouti, Egito, Emirados �rabes, Eslov�quia, Gab�o, Gana, Guatemala, Guiana, Honduras, Hungria, Ir�, Iraque, Jord�nia, Laos, L�bano, Maced�nia do Norte, Marrocos, M�xico, Mianmar, Mold�via, Mong�lia, Montenegro, Nam�bia, Nicar�gua, Palestina, Paquist�o, Paraguai, Qu�nia, Quirguist�o, Rep�blica da Guin�, Rep�blica do Congo, San-Marino, S�o Vicente e Granadinas, S�rvia, S�ria, Sri Lanka, Tun�sia, Turcomenist�o, Uzbequist�o e Venezuela.
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