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Estado de Minas

Aos 58 anos, senador Major Ol�mpio morre ap�s 16 dias internado com covid-19

A informa��o da morte cerebral foi confirmada na conta oficial do Twitter do pol�tico.


18/03/2021 17:20

Major Olímpio teve morte cerebral após 16 dias internado.(foto: Agência Brasil)
Major Ol�mpio teve morte cerebral ap�s 16 dias internado. (foto: Ag�ncia Brasil)

O senador Major Ol�mpio (PSL-SP) teve morte cerebral na tarde desta quinta-feira (18), em S�o Paulo, ap�s passar 16 dias internado com covid-19. No pr�ximo s�bado, ele completaria 59 anos.

Ol�mpio estava internado desde o dia 2 de mar�o no Hospital S�o Camilo. A informa��o da morte cerebral foi confirmada na conta oficial do Twitter do pol�tico.

"Com muita dor no cora��o, comunicamos a morte cerebral do grande pai, irm�o e amigo, Senador Major Ol�mpio. Por lei a fam�lia ter� que aguardar 12 horas para confirma��o do �bito e est� verificando quais �rg�os ser�o doados. Obrigado por tudo que fez por n�s, pelo nosso Brasil.", disse a nota na rede social.

De acordo com a jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, Ol�mpio participou de um protesto com aglomera��o contra o lockdown em Bauru (interior de SP) duas semanas antes de ser internado com covid-19. Durante o ato, ele inclusive tirou fotos abra�ado com apoiadores.

Major Ol�mpio teve uma carreira de 29 anos na Pol�cia Militar de S�o Paulo, que virou sua base eleitoral quando ele entrou na pol�tica, em 2006, como deputado estadual.

O ministro do STF Alexandre de Moraes disse que Major Ol�mpio era combativo e "honrado policial militar em S�o Paulo".

Ferrenho opositor da gest�o tucana paulista, a quem acusava de maquiar dados de seguran�a p�blica e atuar contra os interesses da corpora��o, Ol�mpio se celebrizou pelo h�bito de seguir o ent�o governador Geraldo Alckmin em v�rias agendas p�blicas pelo estado de S�o Paulo.

Com um megafone em punho, ele tentava interromper qualquer discurso de Alckmin com palavras de ordem em favor de melhores sal�rios e condi��es para trabalho de policiais.

Em 2017, quando Ol�mpio j� era deputado federal, ele conseguiu tirar o ent�o pr�-candidato � presid�ncia pelo PSDB do prumo ao cobrar aumento aos policiais em um evento em S�o Carlos.

Alckmin se exaltou: "Algu�m aqui ganha R$ 50 mil do povo de S�o Paulo? � ele que est� gritando. Ele ganha R$ 50 mil, devia ter vergonha, vergonha de vir aqui, R$ 50 mil do povo de S�o Paulo. Tenha vergonha, deputado. N�o pode olhar no rosto dos brasileiros de S�o Paulo, R$ 50 mil por m�s. Vergonha!", em refer�ncia ao ac�mulo do sal�rio como deputado e da aposentadoria como policial que Ol�mpio recebia.

No ano seguinte, em 2018, Ol�mpio atuaria como um dos coordenadores da campanha de Jair Bolsonaro em S�o Paulo, em uma simbiose que primeiro aumentou a presen�a de Bolsonaro em terras paulistas e depois garantiu a Ol�mpio votos suficientes para se tornar senador pelo Estado, desbancando o petista e ex-senador Eduardo Suplicy.

Sua maior comemora��o, no entanto, foi ter ajudado a reduzir drasticamente a performance do tucano Alckmin, que sequer chegou ao segundo turno e terminou o pleito fora da pol�tica.

Na C�mara, sua atua��o era correntemente descrita por colegas como lobby em favor de fabricantes de armas e de empresas de seguran�a privada. At� a chegada de Bolsonaro ao poder, ele era considerado um parlamentar de baixo clero e pouca influ�ncia sobre os rumos do poder.

O ex-presidente Michel Temer lamentou a morte de Major Ol�mpio e disse que o senador "colaborou muito comigo nas duas vezes que ocupei a Secretaria da Seguran�a P�blica."

Com Bolsonaro, poderia sonhar com posi��o de mais destaque. Mas as expectativas de Ol�mpio com Bolsonaro, de quem era aguerrido defensor, n�o se cumpriram. Com um pauta conservadora e anticorrup��o, o senador era cr�tico a aproxima��es do governo com o Centr�o.

O �pice do rompimento, no entanto, foi seu apoio � CPI da Lava Toga, cujo objetivo era investigar o comportamento de ministros dos tribunais superiores brasileiros. Ol�mpio foi a favor da CPI e acusou Bolsonaro de ser contr�rio por n�o querer melindrar interesses dos magistrados que poderiam vir a julgar seu filho, Fl�vio Bolsonaro, ent�o sob investiga��o no caso das rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio.

Atacado por policiais bolsonaristas, em maio de 2020, ele anunciou em �udio de WhatsApp que n�o concorreria a mais nenhum cargo e atacou o presidente: "Eu n�o gosto de ladr�o. Para mim, ladr�o de esquerda � ladr�o. De direita, � ladr�o. Se for filho do presidente ladr�o roubando junto com o presidente, eu vou dizer".

Major Olímpio participou de ato contra lockdown duas semanas antes de ser internado com covid(foto: Senado Federal)
Major Ol�mpio participou de ato contra lockdown duas semanas antes de ser internado com covid (foto: Senado Federal)

Apesar das discord�ncias com Bolsonaro, Major Ol�mpio tamb�m adotou o estilo negacionista do governo federal em rela��o a covid-19. Semanas antes de ser internado e intubado, participou de uma manifesta��o em Bauru, interior paulista, contra o fechamento obrigat�rio do com�rcio pelo poder local, que tentava controlar a escalada da pandemia. E seu gabinete, al�m dele, outros quatro assessores contra�ram a doen�a ao mesmo tempo. Seu assessor de imprensa tamb�m est� em estado grave.

E apesar de ter como temas assuntos de viol�ncia, armamento e seguran�a p�blica, Ol�mpio n�o tinha estilo truculento e costumava salpicar a conversa com seus interlocutores com piadas e ditados populares. Certa vez, em 2018, perguntado pela reportagem da BBC News Brasil se estava preocupado com um tema da campanha naquele momento, ele respondeu divertido: "Que nada, eu sou que nem chuveiro el�trico velho: estou ligado, mas n�o esquento".


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