A Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Covid investiga neste momento as a��es do governo federal no combate � pandemia e, para isso, tem ouvido autoridades, empres�rios e outros profissionais envolvidos nestes esfor�os.
Pr�xima de completar seu primeiro m�s, a comiss�o tem uma dura��o inicial prevista de 90 dias.
- Na CPI da Covid, Ernesto Ara�jo nega que Brasil tenha tido atritos com a China
- M�dico pode ser processado se receitar tratamento ineficaz contra covid-19, alertam especialistas
Conforme os depoimentos v�o se desenrolando, mais pessoas s�o convocadas como testemunhas e convidadas, para prestar esclarecimentos aos senadores.
Nesta quinta-feira (20/05), o ex-ministro da Sa�de Eduardo Pazuello prossegue com o depoimento mais esperado na comiss�o.
Pazuello assumiu o minist�rio em maio do ano passado e foi demitido em mar�o, sob fortes questionamentos sobre sua atua��o na pandemia.
O primeiro dia do depoimento do ex-ministro, na quarta-feira (19/5), foi bastante atribulado, com os membros da comiss�o apontando contradi��es na fala do ex-ministro e o acusando de mentir.
A sess�o da comiss�o foi interrompida por atividades no plen�rio do Senado e n�o p�de ser retomado porque Pazuello passou mal.
Isso obrigou o adiamento do pr�ximo depoimento, de Mayra Pinheiro, secret�ria do MInist�rio da Sa�de conhecida por sua defesa da cloroquina, que estava marcado para esta quinta-feira e passou para a pr�xima ter�a.
Outras 11 pessoas j� foram convocadas ou convidadas a comparecer � comiss�o, mas ainda n�o tiveram as datas de seus depoimentos marcadas.
Explicamos a seguir quem s�o os pr�ximos a serem ouvidos e quando dever�o comparecer � CPI.
Depoimentos marcados
Mayra Pinheiro, secret�ria do Minist�rio da Sa�de

A respons�vel pela secretaria de Gest�o do Trabalho e da Educa��o na Sa�de seguiu o exemplo de seu ex-chefe, Eduardo Pazuello, e tamb�m fez um pedido de habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal para garantir o direito de ficar calada e n�o produzir provas contra si mesmo em seu depoimento.
Mas o pedido foi negado pelo ministro Ricardo Lewandowski, que justificou que ela deve responder as perguntas dos senadores porque n�o � investigada, acusada ou r� em nenhum processo, diferentemente de Pazuello.
Pinheiro tamb�m n�o poder� interromper o depoimento unilateralmente. Ser� permitido que seja acompanhada por um advogado, mas ele n�o poder� interferir na reuni�o.
Em uma comiss�o controlada pela oposi��o e na qual a cloroquina se tornou o assunto mais recorrente, a secret�ria n�o deve mesmo ter momentos f�ceis.
Ela ficou conhecida como "capit� cloroquina" pela defesa veemente que fez do uso desse medicamento em um suposto tratamento precoce contra a covid-19.
Pinheiro ter� de explicar por que agiu assim mesmo sem haver evid�ncias cient�ficas do efeito da cloroquina contra o novo coronav�rus e inclusive quando j� se formava um consenso de que n�o funcionava e poderia at� fazer mal se usada incorretamente.
Mayra Pinheiro ser� ouvida no dia 25, ter�a-feira, a partir das 9h.
Convocados
Os requerimentos para que os nomes apresentados a seguir (em ordem alfab�tica) sejam ouvidos j� foram aprovados, mas a data de seus depoimentos ainda n�o foi marcada.
Ant�nio Elcio Franco Filho, ex-secret�rio-executivo do Minist�rio da Sa�de
O coronel da reserva foi o n�mero dois na pasta durante a gest�o de Pazuello. Cabia a ele conduzir as negocia��es com fornecedores do minist�rio.
Sua convoca��o foi feita sob a justificativa de que � preciso investigar a falta de uma coordena��o federal no combate � pandemia, falhas no fornecimento de equipamentos e insumos, a compra de medicamentos para um suposto tratamento precoce, a compra de vacinas, entre outros temas.
Franco Filho continua no governo depois da demiss�o de Pazuello, como assessor especial da Casa Civil, hoje sob o comando do general Luiz Eduardo Ramos.
Dimas Covas, diretor do Butantan

O hematologista est� � frente do instituto que desenvolveu, em parceria com a chinesa Sinovac, a vacina CoronaVac.
O minist�rio da Sa�de, sob Pazuello, chegou a anunciar a compra de 46 milh�es de doses desse imunizante no ano passado, mas a aquisi��o foi cancelada por ordem de Bolsonaro.
Os ataques do governo federal � China tamb�m s�o apontados como os motivos para as dificuldades enfrentadas pelo Butantan para receber insumos para produzir a CoronaVac, o que agravou a falta de vacinas no pa�s.
Fernando Marques, presidente da Uni�o Qu�mica
A farmac�utica paulista tem um acordo com o governo russo para a produ��o e distribui��o da vacina Sputnik V no Brasil.
O governo federal � acusado de ter cedido a press�es pol�ticas do governo dos Estados Unidos para n�o comprar este imunizante.
A falta cr�nica de vacinas � apontada pelos cr�ticos de Bolsonaro como uma das falhas mais graves do seu governo no combate � pandemia.
Fl�vio Cadegiani | Francisco Eduardo Cardoso Alves | Ricardo Dimas Zimmermann, m�dicos
Os tr�s foram chamados para depor por serem defensores de um suposto tratamento precoce contra o novo coronav�rus, mesmo sem haver evid�ncias cient�ficas s�lidas de que os medicamentos usados t�m esse efeito.
H�lio Angotti Neto, secret�rio do Minist�rio da Sa�de

O m�dico est� � frente da secretaria de Ci�ncia, Tecnologia, Inova��o e Insumos Estrat�gicos em Sa�de.
Assumiu o cargo em junho do ano passado, ap�s Pazuello se tornar ministro.
Nesta posi��o, teve um envolvimento direto no incentivo do governo federal � cloroquina e na compra de vacinas.
Jo�o Paulo Marques dos Santos, ex-secret�rio-executivo da Secretaria de Sa�de do Amazonas
O governo do Amazonas � investigado porque teria ocorrido um superfaturamento na compra de respiradores.
Em sua den�ncia contra o governador Wilson Lima (PSC), a Procuradoria-Geral da Rep�blica afirma que Santos participou de supostas irregularidades.
Jurema Werneck, coordenadora do Movimento Alerta
� m�dica, diretora-executiva da ONG Anistia Internacional no Brasil e esta � frente de um esfor�o para consolidar dados sobre os impactos da pandemia no pa�s.
Marcellus Campelo, secret�rio de Sa�de do Amazonas
O secret�rio assumiu depois que a titular do cargo, Simone Papais, foi presa e exonerada sob acusa��o de superfaturamento na compra de respiradores no Estado.
O governador amazonense, Wilson Lima (PSC), � um dos cinco chefes do Executivo estadual que s�o investigados pela Procuradoria-Geral da Rep�blica.
O vice-governador acusou Lima e Bolsonaro de testar em Manaus a estrat�gia de usar a imunidade de rebanho como forma de combate � pandemia.
Nise Yamaguchi, m�dica
A m�dica, que chegou a ser cogitada para assumir o Minist�rio da Sa�de, foi citada pelo presidente da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria, Antonio Barra Torres, em seu depoimento.
Ele afirmou que Yamaguchi esteve em uma reuni�o no Planalto na qual foi discutido alterar a bula da cloroquina por decreto para que o medicamento passasse a ser indicado para covid-19, mesmo sem evid�ncias cient�ficas s�lidas de sua efic�cia.
O ex-ministro da Sa�de, Luiz Henrique Mandetta (MDB-MS), tamb�m fez refer�ncia � m�dica, citando sua defesa junto ao presidente do uso da cloroquina.
A m�dica diz que a fala de Barra Torres "n�o corresponde � realidade" e se ofereceu para ir � comiss�o para prestar esclarecimentos.
Deve comparecer na condi��o de convidada e n�o como testemunha, o que significa que n�o pode incorrer no crime de falso testemunho caso falte com a verdade.
N�sia Trindade Lima, presidente da Fiocruz

� frente do instituto de pesquisa, que fica sob a al�ada do Minist�rio da Sa�de, Trindade esteve envolvida na produ��o da vacina de Oxford/AstraZeneca.
O governo federal � acusado de ter errado ao apostar todas as suas fichas neste imunizante, cujo desenvolvimento acabou atrasando ap�s erros na fase de pesquisas.
At� hoje, a Fiocruz enfrenta dificuldades para seguir o cronograma de entrega de vacinas e tem reduzido e atrasado entregas por problemas no fornecimento de insumos.
- J� assistiu aos nossos novos v�deos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!