Dor no bra�o, dor de cabe�a, cansa�o e febre s�o alguns dos sintomas que voc� pode sentir horas depois de tomar uma vacina contra a covid-19. Na verdade, s�o rea��es comuns tamb�m para outros tipos de imunizantes, como a velha conhecida vacina antitet�nica.
Esses efeitos semelhantes ao de um resfriado s�o sinais do seu corpo formando a resposta imune e desaparecem dentro de alguns dias, apontam os m�dicos.
Eles alertam que isso n�o significa que voc� foi infectado e, ao mesmo tempo, tranquilizam quem n�o apresenta rea��o alguma ap�s a vacina: isso n�o significa que o imunizante n�o fez efeito cada corpo responde de forma diferente � vacina��o.
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Agora, com a vacina��o avan�ando no Brasil ainda que mais lentamente que o desej�vel , � esperado que voc� passe a ouvir mais relatos de amigos e familiares que sentiram efeito leve ou moderado nas horas seguintes � aplica��o do imunizante. Por qu�?
Exatamente porque as vacinas est�o come�ando a chegar a pessoas mais jovens tamb�m e n�o s� idosos.
Os efeitos colaterais est�o sendo muito mais relatados em indiv�duos mais jovens, conforme aponta Jo�o Viola, presidente do comit� cient�fico da Sociedade Brasileira de Imunologia.
"Os indiv�duos idosos ou mais velhos que tenham tomado a vacina t�m relatado menos efeitos adversos do que os jovens."
O imunologista viu dentro de casa o poss�vel efeito colateral para os mais jovens, depois que a filha de 21 anos foi vacinada, e garante que esses sintomas horas depois da vacina n�o representam motivo algum para preocupa��o.
"Ela reclamou um pouquinho de febre, dor de cabe�a, passou um dia meio deitada ali e melhorou. Depois, ficou �tima e n�o tem nada com o que se preocupar", conta Viola.
Principais efeitos colaterais de vacina contra covid-19
Os tipos de efeitos mais recorrentes ap�s as vacinas s�o semelhantes para os diferentes imunizantes contra a covid-19 (e para outros tipos de vacinas), segundo m�dicos.
A gerente-geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos � Vigil�ncia Sanit�ria da Anvisa, Suzie Gomes, aponta que 95% das rea��es relatadas s�o leves a moderadas.
"Ainda que uma pessoa sinta um pouco mais de dor de cabe�a do que outra, s�o rea��es esperadas e o efeito da doen�a � infinitamente maior do que qualquer um desses eventos. Ent�o, � fundamental a aplica��o da primeira e da segunda doses - ou seja, o esquema completo da vacina��o - para que haja o efeito esperado de imuniza��o", disse � BBC News Brasil.
Gomes tamb�m refor�a o pedido da ag�ncia reguladora para que as pessoas que sentiram algum evento adverso ap�s a vacina registrem isso no sistema VigiMed, dispon�vel na p�gina da Anvisa.
Entre os efeitos considerados muito comuns (podem afetar mais de uma em cada dez pessoas), est�o: sensibilidade, dor, sensa��o de calor, coceira ou hematoma (manchas roxas) onde a inje��o � administrada, sensa��o de indisposi��o de forma geral, sensa��o de cansa�o (fadiga), calafrio ou sensa��o febril, dor de cabe�a, enjoos (n�usea) e dor na articula��o ou dor muscular.
Efeitos considerados comuns (podem afetar at� uma em cada dez pessoas) incluem incha�o, vermelhid�o ou um caro�o no local da inje��o, febre, enjoos (v�mitos) ou diarreia, sintomas semelhantes aos de um resfriado como febre acima de 38 �C, dor de garganta, coriza, tosse e calafrios.
"Os efeitos adversos p�s vacinal imediatos, normalmente leves e moderados, n�o t�m levado � necessidade de se procurar o m�dico. E a� a recomenda��o � tomar a medica��o sintom�tica, repouso, boa alimenta��o, junto com hidrata��o, nada mais", diz Viola, da SBI.

Em rela��o a medicamentos usados para combater eventuais sintomas, a Anvisa fez um alerta para que os brasileiros n�o fa�am uso indiscriminado de paracetamol.
Gomes, da Anvisa, diz que � fundamental ter uma orienta��o de um profissional da sa�de e que n�o h� uma recomenda��o geral de medicamento no Brasil.
"Buscar o farmac�utico, o m�dico, conversar com com enfermeiros s�o sempre a��es importantes para evitar o uso incorreto dos medicamentos", disse. "Nenhum medicamento � isento de riscos. Por isso a import�ncia de ter uma orienta��o de um profissional de sa�de que que oriente a utiliza��o."
As informa��es completas de cada vacina podem ser consultadas nas respectivas bulas (em portugu�s): Fiocruz/Oxford/AstraZeneca, Coronavac, Pfizer, Janssen.
Eventos adversos: quais sintomas devem despertar preocupa��o?
Embora seja incomum, os especialistas recomendam que, caso ap�s cerca de tr�s dias depois da vacina a pessoa apresente algum sintoma, deve procurar atendimento m�dico.
Suzie Gomes, da Anvisa, aponta que, geralmente, os eventos adversos acontecem na sua maioria at� o segundo, terceiro dia.
"Ent�o, independente de gravidade, se chegar l� no quinto dia, sexto dia, s�timo dia, continuar sentindo alguma coisa, ainda que n�o seja grave, que seja leve, � importante procurar a unidade de sa�de para fazer um bom diagn�stico, identificar e tratar - pode ter rela��o com a vacina, mas pode n�o ter rela��o direta com a vacina."
A epidemiologista Ethel Maciel, que divulgou nas redes sociais sua vacina��o com o imunizante da Astrazeneca, tamb�m aponta que as rea��es leves s�o naturais.
AstraZeneca. Viva o SUS! pic.twitter.com/m6H8Jf1C9k
— Ethel Maciel, PhD - #TodosPelasVacinas (@EthelMaciel) June 3, 2021
Embora ela destaque que casos graves s�o raros, tamb�m defende que as pessoas devem estar alertas para algum sintoma depois desse prazo, como "incha�o nas pernas, dor no peito, dificuldade para respirar".
"Os casos graves s�o rar�ssimos, mas � melhor que a gente tenha uma popula��o bem informada", diz, ao defender que as pessoas entendam quais sintomas deveriam lev�-las a buscar atendimento m�dico.
Relatos de ocorr�ncia na Europa de casos muito raros de co�gulos sangu�neos associados � trombocitopenia levaram alguns pa�ses a restringirem a idade da parcela da popula��o que tomaria a vacina da Astrazeneca/Oxford.
E os Estados Unidos chegaram a interromper, em 13 de abril, a administra��o da vacina da Johnson & Johnson/Janssen (J&J) depois que seis mulheres com idades entre 18 e 48 anos apresentaram um tipo raro de co�gulo sangu�neo aliado a baixo n�vel de plaquetas.
Em seguida, no entanto, o comit� que aconselha o CDC sobre vacinas recomendou o fim da pausa e orientou que a vacina voltasse a ser administrada na popula��o geral, com a inclus�o de um alerta sobre o risco raro.
No Brasil, a Anvisa recomendou, em maio, a suspens�o imediata da aplica��o da vacina contra covid-19 da AstraZeneca/Fiocruz em gr�vidas, como resultado do monitoramento de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas em uso no pa�s.

A bula da vacina da Fiocruz aponta que "co�gulos sangu�neos importantes em combina��o com n�veis baixos de plaquetas no sangue (trombocitopenia) foram observados com uma frequ�ncia inferior a 1 em 100 mil indiv�duos vacinados", o que � classificado como evento muito raro.
Informa, ainda, que a maioria dos casos muito raros de co�gulos sangu�neos com n�veis baixos de plaquetas no sangue foram observados nos primeiros 14 dias ap�s a vacina��o e alguns casos tiveram resultado fatal.
A recomenda��o � procurar atendimento m�dico urgente se alguns dias ap�s a vacina��o voc�:
- sentir uma dor de cabe�a grave ou persistente, vis�o turva, confus�o ou convuls�es;
- desenvolver falta de ar, dor no peito, incha�o nas pernas, dor nas pernas ou dor abdominal persistente;
- notar hematomas incomuns na pele ou identificar pontos redondos al�m do local da vacina��o
E, na realidade, ainda n�o h� provas de que a vacina poderia ter causado esses eventos de trombocitopenia, segundo os especialistas.
Considerando todos os casos registrados at� agora, esse risco � muito inferior ao de desenvolver trombose para pessoas que contraem a covid-19, para mulheres que tomam p�lula anticoncepcional e tamb�m para fumantes, aponta Viola.
"A diferen�a � muito grande. O risco de se ter a covid-19 e a doen�a estar associada a uma trombose e evoluir para um quadro grave � muito mais alto do que o risco da vacina", diz o presidente do comit� cient�fico da Sociedade Brasileira de Imunologia.
"Se a gente analisar o uso de anticoncepcional feminino, esse risco � em torno 500 a 1.000 por milh�o. Para quem fuma, o risco de tromboembolismo, associado ao tabaco, vai para em torno de 2.000 por milh�o. E o tromboembolismo na doen�a (covid-19) � uma das causas de �bito que a gente est� vendo - a estimativa � que 16% a 20% dos pacientes fazem trombose."

Os especialistas recomendam que as pessoas tomem a vacina assim que forem chamadas e n�o deixem de comparecer para receber a segunda dose.
"Todos os testes cl�nicos que foram feitos pras mais diferentes vacinas que temos neste momento mostraram total seguran�a para as vacinas. As vacinas s�o seguras", diz Viola.
Bons resultados da vacina��o ao redor do mundo
Observar o efeito da vacina��o em outros pa�ses com vacina��o avan�ada � motivo de otimismo, segundo os especialistas.
Pa�ses que vacinaram a maioria da popula��o - como Estados Unidos, Reino Unido e Israel - v�m demonstrando resultados significativos na redu��o do n�mero de casos e, principalmente, de mortes devido � covid-19.
Na verdade, a concentra��o de vacinas nos pa�ses mais ricos vem sendo criticada. A OMS apontou que a concentra��o de 75% das vacinas contra covid em apenas 10 pa�ses representa uma "desigualdade escandalosa" e que a quantidade produzida at� hoje daria para ter vacinado todos os idosos e profissionais de sa�de do mundo.
Epidemiologistas apontam que s� a vacina��o r�pida, combinada com medidas restritivas, � capaz de controlar a transmiss�o da covid-19.
At� aqui, as vacinas t�m mostrado bons resultados mesmo diante de novas variantes. E os cientistas apontam que a vacina��o deve ser o mais acelerada poss�vel - trata-se de uma corrida contra o tempo, j� que o v�rus est� sofrendo constantes mudan�as.
A inten��o � impedir que o v�rus continue a evoluir e, eventualmente, novas variantes se tornem ainda mais amea�adoras que variantes anteriores.
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