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Estado de Minas

Covid: Mesmo em queda, m�dia de mortes di�rias no Brasil ainda � maior do mundo e supera a de continentes inteiros

Estat�sticas revelam que diminui��o dos n�meros nas �ltimas semanas ainda n�o foi suficiente para que pa�s deixasse de figurar entre os lugares do mundo com maior m�dia m�vel de novos �bitos pela doen�a


14/07/2021 07:21 - atualizado 15/07/2021 11:03

Embora as médias móveis de casos e mortes por covid-19 estejam em queda, Brasil segue com números altíssimos em comparação com outros países que também sofreram muito ao longo da pandemia(foto: Getty Images)
Embora as m�dias m�veis de casos e mortes por covid-19 estejam em queda, Brasil segue com n�meros alt�ssimos em compara��o com outros pa�ses que tamb�m sofreram muito ao longo da pandemia (foto: Getty Images)

Europa, �frica, Am�rica do Norte e Oceania t�m atualmente m�dias m�veis de mortes por covid-19 mais baixas que o Brasil.

Apesar da queda consider�vel nas estat�sticas durante as �ltimas semanas, o n�mero de �bitos por dia em nosso pa�s segue muito alto e chega at� a superar o que � registrado em continentes inteiros.

Al�m disso, o Brasil tamb�m ocupa, desde o dia 20 de junho, a primeira posi��o na m�dia de novas mortes dos �ltimos sete dias em compara��o com outras na��es que tamb�m foram significativamente afetadas pelo coronav�rus.

De acordo com a plataforma Our World In Data, da Universidade de Oxford (Reino Unido), o Brasil tem m�dia m�vel de 1.278 mil mortes por covid-19.

A m�dia m�vel � uma m�dia das notifica��es registradas ao longo de sete dias. Ela d� uma melhor no��o da evolu��o da epidemia do que os n�meros divulgados diariamente, porque os dados di�rios flutuam bastante, por uma s�rie de motivos.

Em contrapartida, a Europa apresenta uma m�dia de 961 �bitos/dia, a �frica est� com 801, a Am�rica do Norte fica com 593 e a Oceania segue com 4. Os dados v�o at� 13 de julho.

As �nicas duas regi�es que superam a m�dia brasileira de momento s�o �sia (3,1 mil mortes/dia) e Am�rica do Sul (2,5 mil).

Mesmo nos n�meros relativos, que levam em conta o tamanho da popula��o de cada pa�s, a situa��o continua bastante preocupante para o nosso lado: o Brasil aparece em nono lugar, com uma m�dia de 6 mortes di�rias para cada 1 milh�o de habitantes.

Em ordem decrescente, os primeiros lugares do ranking pertencem a Nam�bia (22,49 mortes/dia/milh�o de pessoas), Tun�sia (12,69), Suriname (10,2), Col�mbia (9,31), Paraguai (9,27), Seicheles (8,72), Argentina (8,4) e �frica do Sul (6,05).

Nas �ltimas 24 horas, o Brasil foi o segundo lugar do mundo a registrar mais mortes por covid-19. Com 1.605 �bitos, s� ficamos atr�s da �ndia (2.642).

Na lideran�a entre locais mais atingidos

O Brasil tamb�m ocupa, desde o dia 20 de junho, a primeira posi��o na quantidade de �bitos em compara��o com outras na��es que tamb�m foram significativamente mais afetadas pelo coronav�rus.

Esse c�lculo leva em conta apenas os cinco pa�ses que registraram mais �bitos por covid-19 at� o momento (Estados Unidos, Brasil, �ndia, M�xico e Peru, em ordem decrescente).

No ranking das m�dias m�veis liderado pelo Brasil (1.278), a �ndia aparece em segundo lugar, com m�dia de 1.028 mortes nos �ltimos sete dias. Na sequ�ncia, v�m Estados Unidos (261), M�xico (188) e Peru (129).

O mesmo cen�rio se repete se relativizarmos os n�meros de acordo com o tamanho da popula��o de cada pa�s: o Brasil segue na dianteira, com uma m�dia de 6,01 mortes por milh�o de habitantes, seguido por Peru (3,9 �bitos), M�xico (1,46), Estados Unidos (0,79) e �ndia (0,74).

Desde o dia 20 de junho, Brasil (linha verde) é líder na média móvel de mortes por covid-19 entre os cinco países com os números mais altos até o momento. Na sequência, aparecem Índia (roxo), Estados Unidos (vermelho), México (azul) e Peru (laranja)(foto: Our World In Data/Divulgação)
Desde o dia 20 de junho, Brasil (linha verde) � l�der na m�dia m�vel de mortes por covid-19 entre os cinco pa�ses com os n�meros mais altos at� o momento. Na sequ�ncia, aparecem �ndia (roxo), Estados Unidos (vermelho), M�xico (azul) e Peru (laranja) (foto: Our World In Data/Divulga��o)

Situa��o global alarmante

Em seu discurso de abertura na coletiva de imprensa desta semana, o diretor-geral da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, mostrou preocupa��o com a piora da pandemia em v�rias partes do planeta.

"Tivemos a quarta semana consecutiva com aumento do n�mero de casos de covid-19. E, ap�s dez semanas em queda, as mortes pela doen�a voltaram a crescer", destacou.

"N�s continuamos a receber informa��es de v�rias regi�es do mundo sobre hospitais que est�o chegando � capacidade m�xima", completou.

E essa piora tamb�m pode ser observada nas estat�sticas compiladas no site Our World In Data: quando consideramos todos os pa�ses (n�o apenas aqueles cinco com os maiores n�meros absolutos), � poss�vel notar um agravamento da situa��o na Am�rica Latina, no Sudeste Asi�tico e em alguns pa�ses da �frica.

Na Europa, a curva de novos casos voltou a apontar para cima, mesmo em locais com a vacina��o j� adiantada, como o Reino Unido.

Na avalia��o de Ghebreyesus, esse cen�rio est� relacionado com o espalhamento da variante Delta, que foi detectada originalmente na �ndia.

Ghebreyesus vê com muitas reservas as discussões de aplicar uma terceira dose de vacina num momento em que boa parte do mundo segue desprotegida(foto: Reuters)
Ghebreyesus v� com muitas reservas as discuss�es de aplicar uma terceira dose de vacina num momento em que boa parte do mundo segue desprotegida (foto: Reuters)

"Essa variante est� percorrendo o mundo num ritmo escaldante, levando a novos picos de casos e mortes", disse o diretor-geral da OMS, que tamb�m deixou um recado claro para as farmac�uticas que j� falam sobre a necessidade de uma dose de refor�o de suas vacinas.

"A prioridade agora deve ser imunizar aqueles que n�o receberam nenhuma dose e n�o t�m prote��o. Em vez de Moderna e Pfizer priorizarem o fornecimento de vacinas como refor�os para pa�ses cujas popula��es t�m cobertura relativamente alta, precisamos que eles fa�am tudo para canalizar o fornecimento para iniciativas como o Covax Facility e para os pa�ses de renda m�dia e baixa."

"N�o � hora de calmaria, ou de falar da vacina��o nos pa�ses de baixa renda s� em 2023 e 2024. Queremos progresso e a��es para aumentar o acesso aos suprimentos que salvam vidas", finalizou.

No Brasil, aten��o voltada aos mais jovens

Em rela��o � situa��o interna, o mais recente Boletim InfoGripe, produzido por especialistas da Funda��o Oswaldo Cruz (FioCruz), chama a aten��o justamente para o n�mero elevado de indiv�duos com menos de 60 anos que est�o internados no momento.

A an�lise leva em conta as notifica��es de hospitaliza��o por S�ndrome Aguda Respirat�ria Grave (SRAG) em meio � pandemia, � esperado que a maioria desses casos de infec��o mais s�ria, que precisam de cuidados m�dicos, esteja relacionado com a covid-19.

Segundo o �ltimo relat�rio, que leva em conta a semana de 27 de junho a 3 de julho, o n�mero de hospitaliza��es por SRAG de brasileiros com mais de 60 anos est� caindo consideravelmente e alcan�ou patamares bem parecidos a outubro de 2020, o que certamente � uma boa not�cia.

Essa informa��o sinaliza que as vacinas dispon�veis est�o funcionando bem e protegem contra as formas mais graves da covid-19.

Vale destacar que a popula��o mais velha foi considerada um grupo priorit�rio na campanha de imuniza��o e a maioria j� recebeu as duas doses ao longo do primeiro semestre de 2021.

A preocupa��o maior, segundo o Boletim InfoGripe, est� focada nas pessoas com menos de 60 anos: a taxa de interna��o entre os mais jovens segue alta, muito acima dos picos registrados no mesmo per�odo do ano passado.

Isso, novamente, s� atesta a import�ncia dos imunizantes e a urg�ncia de acelerar a campanha de vacina��o para proteger o maior n�mero de pessoas o mais r�pido poss�vel.

O documento tamb�m revela que, apesar das curvas epid�micas brasileiras em descenso, a transmiss�o de v�rus respirat�rios continua alta em boa parte do pa�s.

"Todos os estados apresentam macrorregi�es em n�vel alto ou superior, sendo que 16 deles e o Distrito Federal mostram macrorregi�es em n�vel extremamente elevado [de transmiss�o viral comunit�ria]", analisou o pesquisador em sa�de p�blica Marcelo Gomes, um dos respons�veis pelo boletim, � Ag�ncia FioCruz de Not�cias.

O cientista ainda afirmou que � preciso reavaliar as "flexibiliza��es j� implementadas nos Estados com sinal de retomada do crescimento ou estabiliza��o [de casos de SRAG] ainda em patamares elevados".

E as pr�ximas semanas?

Enquanto as notifica��es de mortes e casos se reduzem pouco a pouco, entidades e especialistas em sa�de p�blica seguem defendendo a ado��o de duas estrat�gias essenciais para controlar a pandemia e para que os n�meros n�o voltem a subir daqui a algum tempo.

A primeira delas j� falamos logo acima: levar as vacinas a todos os brasileiros. Ao que tudo indica, isso ajudar� a evitar os casos mais graves (que est�o relacionados a interna��o, intuba��o e morte) e pode at� diminuir a taxa de cont�gio e transmiss�o do v�rus na comunidade.

Uma boa cobertura vacinal contra a covid-19 pode significar hospitais menos lotados e um melhor controle da pandemia(foto: Getty Images)
Uma boa cobertura vacinal contra a covid-19 pode significar hospitais menos lotados e um melhor controle da pandemia (foto: Getty Images)

A segunda � refor�ar as medidas n�o farmacol�gicas, como o distanciamento f�sico, o uso de m�scaras ao sair de casa, os cuidados com a circula��o de ar pelos ambientes e a higiene das m�os.

O momento de maior calmaria tamb�m deveria servir de oportunidade para criar pol�ticas p�blicas que j� se mostraram efetivas em outros pa�ses, mas n�o foram implementadas a contento no Brasil.

� o caso, por exemplo, do melhor controle de fronteiras, portos e aeroportos e um amplo programa de vigil�ncia epidemiol�gica, com testagem em massa, rastreamento de contatos e isolamento de casos confirmados de covid-19.

Esse pacote de a��es permitiria n�o apenas lidar com o atual cen�rio da pandemia, mas tamb�m nos deixaria mais preparados para o que pode vir pela frente, especialmente a partir da chegada ou da descoberta de novas variantes no pa�s, como � o caso da Delta.


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