
A Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) afirmou que uma nova for�a-tarefa criada pode ser a �ltima chance para se encontrar as origens da covid-19.
Foram designados 26 especialistas para o Grupo de Aconselhamento Cient�fico sobre as Origens de Novos Pat�genos (Sago, na sigla em ingl�s).
Passado mais de um ano e meio desde que o v�rus foi detectado na cidade chinesa de Wuhan, permanecem muitas d�vidas sobre o seu surgimento.
A equipe montada pela OMS vai analisar se o v�rus foi passado de animais para humanos em mercados da cidade de Wuhan ou se houve um acidente de laborat�rio que possibilitou sua propaga��o. A China nega a segunda hip�tese de forma veemente.
Por que agora?
A urg�ncia de se realizar uma investiga��o neste momento se deve � necessidade de realiza��o de "mais de tr�s d�zias" de testes, entre eles a de anticorpos nos residentes de Wuhan contaminados em 2019, segundo Maria van Kerkhove, uma das t�cnicas da OMS que lidera os esfor�os.Segundo a OMS, � preciso fazer testes nos exames de sangue coletados em 2019 em Wuhan, realizar pesquisas retroativas em hospitais da regi�o e investigar as primeiras mortalidades por coronav�rus.
Os laborat�rios da regi�o tamb�m precisam ser investigados. A OMS afirma que precisa de evid�ncias concretas para poder descartar completamente a hip�tese de que o v�rus saiu de um laborat�rio.
Em fevereiro, uma equipe da OMS que investigava a origem da covid viajou at� a China. A conclus�o apontou para uma transmiss�o ocorrida diretamente de morcegos para humanos — mas o relat�rio afirmou que havia necessidade de mais an�lises.
O grupo considerou "extremamente improv�vel" a hip�tese de que o v�rus tenha sa�do de um laborat�rio.
No entanto, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse posteriormente que a investiga��o foi dificultada por falta de dados e de transpar�ncia por parte do governo chin�s.
Seis dos especialistas que visitaram a China no come�o do ano foram inclu�dos na nova for�a-tarefa.
Al�m do coronav�rus, ser�o examinadas as origens de outros pat�genos considerados de alto risco.
"Compreender de onde v�m novos pat�genos � essencial para evitar novas pandemias", afirmou o diretor da OMS.

Ghebreyesus e outros dois colegas da entidade assinam um texto publicado na quarta-feira (13/10) na revista cient�fica Science em que dizem que "um acidente de laborat�rio n�o pode ser descartado".
Michael Ryan, diretor de Emerg�ncias da OMS, declarou que o trabalho do novo grupo de investiga��o pode ser "a �ltima chance para entender a origem do v�rus".
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Enquanto isso, segundo a rede CNN, a China planeja testar dezenas de milhares de amostras de bancos de sangue que foram coletadas nos primeiros meses da pandemia.
Mas Chen Xu, embaixador do pa�s para a Organiza��o das Na��es Unidas em Genebra, declarou que o trabalho da nova for�a-tarefa designada pela OMS n�o pode ser "politizado".
"� hora de mandar as equipes para outros lugares", afirmou.
OMS em meio a batalhas geopol�ticas
An�lise de Tulip Mazumdar, rep�rter de sa�de da BBC
Com quase dois anos do in�cio da pandemia, ainda n�o se sabe onde, quando e como o mortal Sars-Cov-2 surgiu. Investigar novos v�rus � extremamente complexo, mas cientistas conseguiram encontrar a origem de duas outras epidemias relacionadas a linhagens anteriores do coronav�rus — ambas vieram de animais.
Faz 9 meses que a �ltima miss�o designada pela OMS retornou de Wuhan com a tese de que a propaga��o do novo coronav�rus tamb�m teve in�cio em animais. Mas prosseguem os questionamentos sobre a possibilidade de um acidente no laborat�rio que estuda cepas de coronav�rus e mant�m amostras de morcegos na cidade chinesa. Pequim sempre negou que isso tenha ocorrido.
A OMS afirma que a China n�o forneceu dados importantes relativos aos primeiros dias da pandemia. O �rg�o da ONU — que ficou em meio a um fogo cruzado geopol�tico entre China e EUA — tem endurecido suas posi��es sobre a investigar a hip�tese de que o v�rus escapou do laborat�rio.
O governo chin�s tem se recusado a admitir a entrada de cientistas de outros pa�ses. Espera-se que o grupo designado pela OMS, com especialistas de 26 pa�ses diferentes, rompa o impasse e consiga respostas que evitem o surgimento de novas pandemias.
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