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Estado de Minas

Omicron: nova variante detectada na �frica do Sul j� chegou a Israel, B�lgica e Hong Kong

No Brasil, a Anvisa recomendou que o governo adote restri��es para voos e viajantes vindos de seis pa�ses da �frica: �frica do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Nam�bia e Zimb�bue.


26/11/2021 21:38 - atualizado 26/11/2021 22:02

Ilustrao de uma fita de DNA
Cientistas investigam o DNA de pessoas que, mesmo expostas, n�o foram infectadas pelo coronav�rus (foto: Getty Images)

Uma nova variante do coronav�rus detectada originalmente na �frica do Sul e agora batizada de omicron acendeu o alerta entre autoridades de sa�de de todo o mundo. Casos da variante classificada como B.1.1.529 j� foram identificados em ao menos tr�s lugares do mundo para al�m do continente africano.

Na Europa, o primeiro caso foi confirmado na B�lgica, em um paciente que havia chegado do Egito no in�cio de novembro. Al�m disso, j� h� casos confirmados em Israel, Hong Kong e Botsuana.

No Brasil, o Minist�rio da Sa�de afirmou em nota que n�o registrou casos de infec��o pela variante no pa�s. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, publicou no Twitter que a partir de segunda-feira o pa�s vai fechar as fronteiras para voos vindos da �frica do Sul, Botsuana, Essuatini (Suazil�ndia), Lesoto, Nam�bia e Zimb�bue.

A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) realizou nesta sexta-feira (26/11) uma reuni�o para tratar da nova variante, na qual a classificou como "variante preocupante" (variant of concern, o termo usado para descrever as variantes mais problem�ticas at� agora, como a delta, gama etc) e a batizou de omicron.

Mas, mais cedo, advertiu que pa�ses n�o devem se apressar em impor restri��es de viagens, pedindo que tenham uma "abordagem baseada no risco e na ci�ncia".

"Qualquer restri��o de viagem deve ser pesada, e pa�ses j� podem fazer muito em termos de vigil�ncia e sequenciamento e trabalhar em conjunto com os pa�ses afetados ou globalmente ", disse o porta-voz da OMS, Christian Lindmeyer.

A despeito disso, para tentar frear a dissemina��o da nova variante, diversos pa�ses tamb�m est�o adotando restri��es a voos sa�dos da �frica, como os Estados Unidos, membros da Uni�o Europeia, Jap�o e Singapura.

J� a Comiss�o Europeia recomendou que pa�ses da Uni�o Europeia restrinjam emergencialmente voos origin�rios da �frica Austral.

Sajid Javid, ministro da Sa�de do Reino Unido, a descreveu a nova vers�o do coronav�rus como uma "grande preocupa��o internacional".

"Uma das li��es desta pandemia foi que devemos agir rapidamente e o mais cedo poss�vel", disse ele.

Nos EUA, o m�dico Anthony Fauci, chefe da for�a-tarefa anti-coronav�rus, disse que o veto a voos da �frica Austral era uma possibilidade, mas que ainda estava reunindo dados a respeito da nova variante.

A nova variante � mais perigosa?

Cientistas temem que essa nova vers�o do coronav�rus, conhecida como B.1.1.529, seja ainda mais transmiss�vel e "drible" o sistema imunol�gico. Por isso, h� o temor na comunidade cient�fica de que essa seja a "pior variante" do coronav�rus identificada at� o momento.

Em termos pr�ticos, isso significa n�o s� mais infec��es, o que aumenta consequentemente as hospitaliza��es e mortes, mas a possibilidade de que as vacinas dispon�veis hoje possam ser menos eficazes contra ela.

Essa grande preocupa��o se deve ao seu alto n�mero de muta��es. V�rus fazem c�pias de si mesmos para se reproduzir, mas n�o s�o perfeitos nisso. Erros podem acontecer, resultando em uma nova vers�o ou "variante".

Se isso der ao v�rus uma vantagem de sobreviv�ncia, a nova vers�o prosperar�.

Quanto mais chances o coronav�rus tem de fazer c�pias de si mesmo em n�s o hospedeiro , mais oportunidades existem para que as muta��es ocorram.

Por isso, � importante controlar as infec��es. As vacinas s�o a principal arma contra isso, porque ajudam a reduzir a transmiss�o e tamb�m protegem contra formas mais graves da covid.

Na �frica do Sul, apenas 23,5% da popula��o est� totalmente vacinada, em compara��o com 60% no Brasil, segundo dados da plataforma Our World in Data, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

O programa de vacina��o do pa�s africano desacelerou nos �ltimos meses n�o por causa da falta de suprimentos, mas devido � indiferen�a p�blica.

Pessoas com malas no terminal de chegadas do aeroporto de Heathrow
Pa�ses impuseram restri��es a viajantes vindos do sul da �frica (foto: Getty Images)

Especialistas dizem que � poss�vel que a nova variante possa ter se originado em um paciente cujo sistema imunol�gico n�o foi capaz de se livrar de uma infec��o por covid rapidamente, dando ao v�rus mais tempo para se transformar.

A B.1.1.529 tem 32 muta��es na prote�na S ("spike" ou esp�cula), atrav�s da qual o v�rus se liga em c�lulas humanas para efetuar a invas�o em nosso organismo.

Essa � a parte do pat�geno que a maioria das vacinas usa para "preparar" o sistema imunol�gico contra a covid.

Muta��es na prote�na spike podem, portanto, n�o s� afetar a capacidade do v�rus de infectar as c�lulas e se espalhar, mas tamb�m tornam mais dif�cil para as c�lulas do sistema imunol�gico atacarem o pat�geno.

No caso espec�fico do chamado dom�nio de liga��o ao receptor, uma parte da prote�na S que � chave para a liga��o do v�rus �s c�lulas humanas e sua infec��o, foram encontradas dez muta��es em compara��o com apenas duas na variante delta, que varreu o mundo.

'Restri��es s�o exageradas'

Homem  testado para covid-19 no sul da frica
�frica do Sul tem baixa propor��o da popula��o com esquema vacinal completo, o que pode ter facilitado surgimento de nova variante (foto: Getty Images)

Um especialista em vacinas sul-africano argumentou que os pa�ses que est�o restringindo viagens est�o reagindo de forma exagerada.

Em entrevista ao programa World at One, da BBC Radio 4, o professor Shabir Madhi disse que � "muito cedo para determinar" se a nova variante � mais transmiss�vel ou pode escapar das vacinas. Segundo ele, isso s� vai ficar claro nas pr�ximas semanas.

Shabir, professor de vacinologia da Universidade de Witwatersrand, em Johannesburgo, disse que a grande maioria dos pa�ses que est�o impondo restri��es por causa da nova variante s�o "muito ing�nuos e completamente cegos" para a forma como o coronav�rus se espalhou internacionalmente durante o curso da pandemia.

"Tem havido uma resposta exagerada, � uma resposta autom�tica e parte disso, infelizmente, ocorre devido � estrat�gia de comunica��o equivocada em torno da variante", acrescenta.

No entanto, David Nabarro, especialista em covid-19 da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), disse que existe uma "preocupa��o razo�vel" de que a nova variante possa "escapar da prote��o das vacinas". Mas ele tamb�m concorda que ainda � muito cedo para saber exatamente como essa nova vers�o pode se espalhar e afetar as pessoas.

"Precisamos ser extremamente cuidadosos agora para fazer a coisa certa, mas tamb�m reconhecer que levar� algumas semanas at� que possamos dizer com certeza se nossos medos t�m alguma base", disse Nabarro.


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