Brasil tem a menor rejei��o � vacina na Am�rica Latina, diz Banco Mundial

O Brasil � o pa�s com o menor percentual de popula��o que declara n�o querer tomar a vacina contra covid-19 na Am�rica Latina.

 

� o que concluiu uma pesquisa feita em parceria pelo Banco Mundial e o Programa das Na��es Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a partir de liga��es telef�nicas peri�dicas a domic�lios de 24 pa�ses da Am�rica Latina. Os dados da segunda fase do levantamento foram apresentados nesta segunda-feira (29/11) em Washington.

 

Segundo o estudo, enquanto a taxa m�dia de hesita��o vacinal na Am�rica Latina est� em torno de 8%, no Brasil, ela � menos do que a metade, cerca de 3%. De outro lado, enquanto na m�dia, 51% dos latino-americanos j� est�o imunizados contra a covid-19, no Brasil, o percentual ultrapassa os 80%.

 

Os dados indicam que as repetidas declara��es do presidente Jair Bolsonaro que lan�am d�vidas sobre a seguran�a e a efic�cia da imuniza��o n�o encontraram ader�ncia na popula��o brasileira, mesmo entre seus apoiadores.

Bolsonaro � o �nico l�der do G-20 a afirmar n�o ter se vacinado. O presidente j� afirmou, sem qualquer evid�ncia cient�fica, que quem tomasse vacina da Pfizer poderia "virar jacar�", associou o imunizante a desenvolvimento da AIDS e sugeriu que a Coronavac, produzida pelo Butantan em parceria com a China, causava "morte, invalidez, anomalia".

 

H� um ano, ele postou em seu Twitter uma foto em que abra�ava um cachorro, com a seguinte legenda: "vacina obrigat�ria s� aqui no Fa�sca".

 

O relat�rio final da CPI da Covid atribui ao governo federal atraso no in�cio do programa vacinal brasileiro, que s� come�ou meses depois de EUA e Europa. O presidente sempre negou ter sido respons�vel por qualquer atraso na vacina��o.

Apesar disso, atualmente o Brasil j� supera os americanos e alguns pa�ses europeus em cobertura vacinal, gra�as a forte ades�o da popula��o.

 

Especialistas em sa�de p�blica atribuem o fen�meno � cultura de imuniza��o alimentada por anos em campanhas massivas de vacina��o promovidas pelo Sistema �nico de Sa�de - e em que a figura central era o Z� Gotinha.

 

Al�m disso, o fato de o programa de transfer�ncia de renda Bolsa Fam�lia e as escolas e creches p�blicas requererem a vacina��o para garantir o benef�cio e as vagas tamb�m geram engajamento da popula��o.

 

Para os estudiosos, no entanto, � preciso estar atento aos poss�veis efeitos de longo-prazo de declara��es de autoridades contra vacinas. A cobertura vacinal no Brasil vem registrando queda desde 2011 e uma das causas pode ser justamente a hesita��o vacinal.

 

De acordo com o estudo do Banco Mundial, �reas rurais e pobres s�o hoje as mais afetadas por sentimentos antivacina na Am�rica Latina. "Entre os n�o vacinados, mais da metade afirma que sua indisposi��o deriva da falta de confian�a e uma preocupa��o com a efic�cia da vacina. A hesita��o vacinal � particularmente alta entre as fam�lias rurais e indiv�duos com n�veis de escolaridade mais baixos. A popula��o do Caribe apresenta os n�veis mais altos de hesita��o vacinal", afirmam os pesquisadores no relat�rio.

 

O Haiti � o pa�s com a menor taxa de vacina��o contra o novo coronav�rus (menos de 1%) e com a maior propor��o de pessoas que dizem se recusar a tomar o imunizante (quase 60%). O Haiti tamb�m foi a �ltima na��o das Am�ricas a receber doses para iniciar a campanha de imuniza��o, que segue a passos lentos.

 

Atr�s dos haitianos, habitantes de Jamaica e Santa L�cia s�o os que mais recusam vacina, com 50% e 43%, respectivamente.

Sa�de melhorou, educa��o nem tanto

O relat�rio aponta ainda que o acesso � sa�de no continente melhorou e j� retornou a n�veis pr�-pand�micos.

 

Enquanto 48% da popula��o latina, em m�dia, buscou atendimento m�dico emergencial h� pouco tempo, percentual semelhante (47%) afirmou ter ido ao m�dico recentemente por raz�es preventivas, o que, segundo os autores do estudo, revela que os servi�os p�blicos e privados de sa�de j� n�o est�o mais sobrecarregados pela pandemia como aconteceu no pico da contamina��o na regi�o.

 

O mesmo, no entanto, n�o aconteceu em rela��o ao acesso � educa��o.

Mais de um ano ap�s o in�cio da pandemia, apenas 23% das crian�as em idade escolar na regi�o frequentavam aulas presenciais. No Brasil, o percentual ficou em torno de 40%. A qualidade da educa��o oferecida � dist�ncia e a falta de conex�o � internet segura e de qualidade de parte da popula��o geram preocupa��o sobre o futuro de crian�as e adolescentes.

 

"Menor envolvimento em atividades de aprendizagem e baixo comparecimento face a face representam riscos significativos para os resultados de aprendizagem das crian�as e para a acumula��o de capital humano. Estimativas recentes revelam que os alunos na regi�o perderam entre 12 e 18 meses de escolaridade. Aqueles de baixo n�vel socioecon�mico foram particularmente afetados, o que sugere efeitos negativos duradouros sobre a mobilidade social e a desigualdade", diz o relat�rio da pesquisa.

 

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