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Estado de Minas NOVA VARIANTE

�micron: por que restringir viagens tem efeito limitado

Veja quais s�o as evid�ncias sobre o fechamento de fronteiras a�reas, como o imposto nos �ltimos dias a viajantes da �frica Austral.


01/12/2021 12:11 - atualizado 01/12/2021 13:57


Aeroporto do Japão
Restri��es a viajantes tiveram import�ncia no in�cio da pandemia, mas seu peso diminuiu com o passar do tempo (foto: Getty Images)

O presidente da �frica do Sul, pa�s onde a nova variante do coronav�rus, �micron, foi inicialmente identificada, criticou as restri��es de voos impostas mundialmente a viajantes vindos da �frica Austral.

"A proibi��o de viagens n�o � informada pela ci�ncia, n�o ser� eficiente em prevenir o avan�o dessa variante", criticou Cyril Ramaphosa.

O Brasil est� entre os pa�ses a impor vetos a viajantes. Na sexta-feira passada (26/11), seguindo recomenda��o da Anvisa (Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria),o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, publicou no Twitter que a partir desta segunda-feira (29), as fronteiras a�reas est�o temporariamente fechadas para passageiros vindos da �frica do Sul, Botsuana, Essuatini (Suazil�ndia), Lesoto, Nam�bia e Zimb�bue.

Nesta ter�a-feira (30/11), a Anvisa informou que foram identificados, em um sequenciamento gen�tico preliminar, os dois primeiros casos dessa variante no Brasil, no aeroporto de Guarulhos (SP).

O que dizem as evid�ncias cient�ficas sobre medidas restritivas ao tr�fego a�reo?

A posi��o da OMS

Ainda em fevereiro de 2020, no in�cio da pandemia, a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) afirmou que restri��es a viajantes "geralmente s�o ineficientes" na tentativa de se prevenir que uma variante chegue a um determinado pa�s, al�m de ter poss�veis impactos econ�micos e sociais.

"Medidas de viagens que interferem significativamente com o tr�fego internacional s� podem ser justificadas no in�cio de uma epidemia, quando permitem que os pa�ses ganhem algum tempo", disse a organiza��o na �poca.

Essa posi��o foi criticada pelo ent�o presidente americano, Donald Trump, que exigiu apoio da OMS para sua decis�o, na �poca, de impedir voos da China (e depois da Europa) rumo aos EUA.

E a mesma recomenda��o da OMS foi ignorada por muitos pa�ses da �sia, como Cingapura e Taiwan, que restringiram voos da China logo no in�cio da pandemia e depois foram copiados por diversos pa�ses ao redor do mundo.


Fila de passageiros no aeroporto de Schiphol, na Holanda
"Medidas de viagens que interferem significativamente com o tr�fego internacional s� podem ser justificadas no in�cio de uma epidemia, quando permitem que os pa�ses ganhem algum tempo", disse a OMS em fevereiro de 2020 (foto: Getty Images)

Viajantes brasileiros tamb�m foram alvo de diversas restri��es, sobretudo durante o per�odo de maior incid�ncia da variante gamma, identificada originalmente no Amazonas.

Desde ent�o, a OMS atualizou suas diretrizes e agora recomenda uma abordagem "baseada em risco" no que diz respeito a restri��es de viagens,

As diretrizes sugerem que pa�ses levem em conta seus n�veis de imunidade (pela vacina��o e tamb�m pela infec��o natural), o avan�o da variante em quest�o e a efetividade de medidas como testagem e quarentena.

Mas agregam que "pa�ses (...) preocupados que variantes sejam um risco (...) devem adotar uma abordagem precavida e implementar restri��es limitadas" e "proporcionais" � amea�a em quest�o.

O que diz a ci�ncia?

Estudos feitos ap�s a fase inicial da pandemia, no ano passado, sugerem que restri��es a viagens podem ter tido algum impacto inicial em atrasar o avan�o no v�rus.

Uma pesquisa publicada no peri�dico Nature em dezembro de 2000 aponta que essas restri��es funcionaram bem no come�o da crise global, mas depois foram perdendo efic�cia.

Um estudo do centro alem�o WZB Berlin Social Science Center, de outubro, chegou a conclus�es semelhantes ao analisar fechamento de fronteiras a�reas e �ndices de mortes por covid-19 em mais de 180 pa�ses.

O estudo acrescentou que o maior impacto ocorreu quando os pa�ses restringiram as viagens externas antes de alcan�ar a marca de dez ou mais mortes. E acrescentou que uma quarentena obrigat�ria para todos os viajantes era mais eficiente do que vetos a entradas com base no pa�s de origem do viajante. Por fim, restri��es espec�ficas em determinados pa�ses tiveram mais impacto do que restri��es a viajantes em geral.

Pesquisas que analisaram os dias iniciais da pandemia no Reino Unido, quando havia poucas restri��es vigentes, identificaram que o v�rus foi introduzido no pa�s mais de mil vezes, sobretudo de outros pa�ses da Europa.

A epidemiologista Deepti Gurdasani, da Universidade Queen Mary, em Londres, disse � BBC News que, embora restri��es a viajantes possam ter desacelerado o v�rus, est� claro que, mesmo �quela altura, ele j� estava em v�rias partes do mundo.

"Em vez de restringir viagens, � preciso criar medidas adequadas de triagem (para identificar passageiros contaminados) e pol�ticas de isolamento, o que reduz o avan�o (do v�rus)", afirmou.

Uma diferen�a crucial em rela��o aos est�gios iniciais da pandemia � que agora temos vacinas sendo aplicadas em todo o mundo.

O problema � que o ritmo de vacina��o varia drasticamente - e ainda h� incerteza quanto a se as vacinas s�o ou n�o igualmente eficazes contra a variante �micron.


Aeroporto de Hanói, no Vietnã
Vietn� foi um dos pa�ses com as mais duradouras restri��es a viajantes (foto: Reuters)

Quem imp�s as restri��es mais r�gidas a viajantes internacionais?

A Austr�lia reabriu suas fronteiras internacionais pela primeira vez em novembro, depois de 18 meses permitindo que apenas um n�mero limitado de seus cidad�os e visitantes entrasse ou sa�sse do pa�s.

O pa�s tinha planos de permitir que migrantes qualificados e estudantes internacionais (vacinados) fossem autorizados a entrar em territ�rio australiano a partir de 1° de dezembro, mas adiou essa reabertura por conta da variante �micron.

A Nova Zel�ndia, enquanto isso, continua com suas fronteiras fechadas, desde o ano passado, e deve mant�-las fechadas at� o final do ano - embora seu governo tenha anunciado uma reabertura para cidad�os e para pessoas portadoras de vistos australianos a partir do ano que vem e para visitantes vacinados a partir de abril.

O Vietn� tamb�m manteve um dos mais longos vetos a viajantes - s� reabriu suas fronteiras neste m�s.

Esses tr�s pa�ses tiveram relativamente poucos casos de covid-19 at� julho deste ano, quando a variante delta, identificada primeiro na �ndia, come�ou a se espalhar.

Mas lockdowns, ampla testagem e medidas de seguran�a, como uso de boas m�scaras, parecem ter sido t�o importantes quanto restri��es a viajantes no esfor�o de conter as infec��es nos est�gios iniciais da pandemia.

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