Casos da nova variante do coronav�rus, a �micron, j� foram detectados em todo o mundo.
Descoberta por cientistas na �frica do Sul liderados pelo brasileiro Tulio de Oliveira, diretor do Centro para Resposta Epid�mica e Inova��o do pa�s, ela foi descrita como potencialmente preocupante por seu n�mero de muta��es 50 no total.
Desde ent�o, a �micron se espalhou para mais de uma d�zia de pa�ses, muitos dos quais impuseram restri��es de viagem para tentar reduzir sua propaga��o.
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Quais testes s�o usados para detectar a �micron?
Testes PCR (rea��o em cadeia por polimerase) s�o capazes de detectar infec��es por coronav�rus.
Dependendo do laborat�rio para o qual os swabs (cotonetes usados para a coleta de secre��o oral e nasal para testagem de covid-19) s�o enviados, alguns tamb�m podem ajudar a identificar variantes espec�ficas, como delta ou �micron.
Foi o que aconteceu com os primeiros casos da �micron identificados no Brasil, em S�o Paulo: ap�s o resultado positivo das amostras no teste de PCR, elas foram encaminhadas para uma an�lise de sequenciamento gen�tico no laborat�rio do Hospital Albert Einstein, que confirmou se tratar da variante nova.
Apenas alguns laborat�rios possuem a tecnologia necess�ria para fazer isso.
Os Estados Unidos lideram o mundo em n�meros de testes PCR, � frente do Reino Unido, R�ssia, Alemanha, It�lia e Coreia do Sul, nessa ordem. O Brasil est� na 11� posi��o nesse ranking.
Na �ndia, no entanto, apenas 1% de todas as amostras enviadas para laborat�rios podem ser testadas para encontrar variantes como delta ou �micron.
Como sabemos que a �micron se espalhou pelo mundo?
Os swabs que deram resultado positivo para o que parece ser a variante �micron foram enviados a um laborat�rio para uma an�lise gen�tica completa, usando uma t�cnica conhecida como sequenciamento gen�mico.
Isso confirmou que algumas pessoas foram de fato infectadas com a variante mais recente do coronav�rus.
Essa an�lise laboratorial do material gen�tico do v�rus � a chave para detectar variantes e descobrir como elas atuam.
Muitos casos de infec��o pela �micron n�o s�o detectados porque pode levar algumas semanas para que o processo seja conclu�do.
Segundo autoridades de sa�de da �frica do Sul, a �micron alimentou um aumento "preocupante" de casos de coronav�rus no pa�s e j� se tornou a variante dominante.
Michelle Groome, do Instituto Nacional de Doen�as Transmiss�veis da �frica do Sul (NICD, na sigla em ingl�s), disse que houve um "aumento exponencial" nas infec��es nas �ltimas duas semanas, de uma m�dia semanal de cerca de 300 novos casos por dia para mil na semana passada, e mais recentemente 3,5 mil. Na quarta-feira (1/12), a �frica do Sul registrou 8.561 casos. Uma semana antes, a contagem di�ria era de 1.275.
"O grau de aumento � preocupante", disse Groome.
Segundo o NICD, 74% de todos os genomas de v�rus sequenciados no m�s passado eram da �micron, encontrada pela primeira vez em uma amostra coletada em 8 de novembro em Gauteng, a prov�ncia mais populosa da �frica do Sul e onde fica a principal cidade do pa�s, Johannesburgo.
Desde ent�o, a variante j� foi detectada em diversos pa�ses de todos os continentes, incluindo o Brasil.
No entanto, n�o sabemos quais pa�ses t�m a maioria das infec��es pela �micron, mas sim quais a detectaram mais cedo.
Os testes r�pidos detectam a �micron?
Os testes r�pidos n�o mostram com qual variante voc� est� infectado mas eles ainda detectam a presen�a do coronav�rus, incluindo a �micron.
Quais s�o os sintomas da �micron?
A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) afirma que n�o h� informa��es que indiquem que os sintomas da �micron sejam diferentes dos de outras variantes portanto, fique atento para uma nova tosse, febre e perda do paladar ou do olfato.
Casos de pessoas totalmente vacinadas na �frica do Sul infectadas pela �micron foram notificados, mas com um quadro leve. A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) de fato informou que, segundo dados preliminares, a �micron parece causar mais casos de reinfec��o por covid-19. Isso, junto a seu grande n�mero de muta��es e sua aparente facilidade ainda maior em se espalhar, est�o entre os fatores que tornaram a �micron uma "variante de preocupa��o".
Angelique Coetzee, a m�dica sul-africana que primeiro identificou a nova variante �micron do coronav�rus, diz que os pacientes infectados at� o momento mostram "sintomas extremamente leves" mas mais tempo ainda � necess�rio para avaliar o efeito em pessoas vulner�veis.
Recentemente, hospitais na �frica do Sul t�m visto mais jovens serem admitidos com sintomas mais graves mas muitos n�o foram vacinados ou tomaram apenas uma dose.
Isso sugere que receber duas doses e uma dose de refor�o � uma boa maneira de proteger contra doen�as causadas pela nova variante, bem como todas as outras.
Qual � a diferen�a entre a �micron e outras variantes?
A principal diferen�a � o n�mero de muta��es novas 50, no total.
Um grande n�mero delas 32 est� na chamada prote�na S (spike ou esp�cula) do v�rus, chave para o pat�geno invadir as c�lulas e alvo da maioria das vacinas.
Essa � a principal preocupa��o dos cientistas.
Eles verificaram que a �micron tem o que � conhecido como "falha do alvo do�gene S", o que torna muito f�cil rastrear casos positivos relacionados � nova variante.
Mas nem todas as "falhas do alvo do gene S" estar�o necessariamente associadas � �micron o sequenciamento gen�mico completo � necess�rio para ter certeza disso.
Qual o papel do sequenciamento gen�mico?
Analisar a composi��o gen�tica do v�rus � uma parte crucial para entender qual variante est� envolvida na infec��o.
Observando em detalhes o material gen�tico, pode-se confirmar se algu�m foi infectado pela �micron ou com outra variante, como a delta, amplamente circulante.
Esse m�todo fornece apenas informa��es sobre os swabs que s�o analisados mas, usando esses resultados, os cientistas conseguem estimar qual propor��o de novos casos poderiam estar ligados � nova variante.
Cientistas do Reino Unido e da �frica do Sul est�o na vanguarda dessa tecnologia, e � por isso que a maioria das novas variantes foi detectada nesses pa�ses. Mas isso nem sempre significa que elas se originaram ali.
O que sabemos sobre a �micron?
Muito pouco se sabe sobre como a variante atua ou qu�o amea�adora ela �.
Por exemplo, n�o est� claro se a �micron se espalha mais facilmente (embora haja suspeitas de que sim), se causa casos mais graves da doen�a em compara��o com outras variantes ou se a prote��o contra vacinas ser� menor do que se pensava anteriormente.
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