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Estado de Minas

Covid: Brasil corre risco de nova onda silenciosa com variante �micron e testes escassos?

Os profissionais que acompanham as estat�sticas da pandemia no pa�s dizem que est�o 'no escuro' e temem aumento de casos e hospitaliza��es nos primeiros meses de 2022.


03/01/2022 13:34

Profissional da saúde coloca swab nasal em homem
Os dados sobre a testagem da covid no Brasil est�o muito desatualizados, avaliam especialistas (foto: Getty Images)

O f�sico Wesley Cota, pesquisador da Universidade Federal de Vi�osa (UFV), em Minas Gerais, montou um dos sites mais completos para o monitoramento da pandemia de covid-19 no Brasil.

A p�gina, que traz informa��es sobre casos, hospitaliza��es, mortes, testagem e vacina��o detalhados pelas cidades do pa�s, serve de refer�ncia at� para o Our World In Data, portal criado na Universidade de Oxford, no Reino Unido, que re�ne estat�sticas globais sobre a crise sanit�ria.

O especialista se mostra apreensivo com a atual situa��o do pa�s. "A gente est� no escuro. Vemos os profissionais de sa�de relatando aumento de casos de infec��es respirat�rias, mas n�o temos a menor ideia se � gripe ou covid", aponta.

"Tamb�m n�o sabemos se esses casos t�m a ver com a variante �micron e o quanto ela est� disseminada por aqui."

Cota n�o � o �nico a levantar essa preocupa��o: ao longo das �ltimas semanas, diversos especialistas que acompanham a situa��o da covid-19 no Brasil fizeram uma s�rie de cr�ticas a respeito da disponibilidade de dados capazes de refletir o que realmente est� acontecendo por aqui.

O temor deles � que, a exemplo do que ocorre agora em v�rias partes do mundo, como Reino Unido, Fran�a e Estados Unidos, a �micron esteja se espalhando de forma silenciosa e acelerada pelo pa�s, impulsionada pela maior capacidade de transmiss�o dessa variante e pelas aglomera��es e festas de final e de in�cio de ano.

A principal dificuldade para ver esse aumento claramente, dizem eles, � o fato de que o Brasil nunca teve uma pol�tica p�blica de testagem, isolamento de casos positivos e rastreamento de contatos.

Oportunidade desperdi�ada

Desde mar�o de 2020, a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) bate na tecla de que testar, isolar e rastrear s�o atitudes primordiais para lidar com a covid-19.

Num discurso realizado em 16 de mar�o daquele ano, o bi�logo et�ope Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da entidade, classificou essas tr�s a��es como "a espinha dorsal da resposta � pandemia".

"A forma mais eficaz de prevenir infec��es e salvar vidas � quebrar as cadeias de transmiss�o. Para fazer isso, � preciso testar e isolar", declarou.

"Voc� n�o pode combater um inc�ndio com os olhos vendados. E n�o podemos parar esta pandemia se n�o soubermos quem est� infectado."

"Temos uma mensagem muito simples para todos os pa�ses: teste, teste e teste", orientou Ghebreyesus.

A recomenda��o foi seguida � risca pelos pa�ses mais bem-sucedidos no controle do v�rus: Austr�lia, Nova Zel�ndia, Coreia do Sul e partes da Europa s�o alguns exemplos de locais que conseguiram lan�ar um programa de testagem para detectar o aumento de casos positivos e agir rapidamente, antes que a situa��o sa�sse do controle.

A bi�loga e divulgadora cient�fica Tabata Bohlen, que morou em dois pa�ses europeus nos �ltimos meses, relata como � f�cil ter acesso aos exames por l�.

"Na Alemanha, at� o final de setembro, era poss�vel realizar testes gratuitamente em cabines espalhadas na cidade. Eles eram feitos por profissionais e n�s receb�amos uma mensagem de texto com o resultado", conta.

"Al�m disso, voc� encontra testes para comprar em supermercados e farm�cias, com pre�os que v�o de 1 a 5 euros [6 a 30 reais]."

Esses autotestes, que s�o comprados por um valor baixo e podem ser feitos em casa, sequer est�o dispon�veis ou regulamentados no Brasil.

Caixa de teste de antígeno para diagnosticar a covid
Os testes de ant�geno est�o dispon�veis por um valor bem baixo em v�rios pa�ses no mundo. No Brasil, eles ainda n�o foram aprovados (foto: Getty Images)

"Na �ustria, pelo que vi at� agora na cidade de Viena, as pessoas conseguiam retirar sete testes por semana para fazer em casa nas farm�cias por semana e o valor era descontado do plano de sa�de. Em alguns casos, era necess�rio enviar um v�deo do momento da testagem, para garantir que a coleta foi feita de forma apropriada."

"Tamb�m h� centros de testagem caso voc� n�o queira fazer por conta pr�pria", completa.

Na contram�o desses lugares, o nosso pa�s nunca teve uma pol�tica de testagem da covid bem definida, de acordo com especialistas ouvidos pela BBC News Brasil.

"Se tem um quesito que o Brasil realmente falhou e continua a falhar nesta pandemia � na testagem. Nunca houve uma disponibilidade de exames ou uma mensagem clara de quando, como e quem deve ser testado", analisa Lorena Guadalupe Barberia, professora do Departamento de Ci�ncias Pol�ticas da Universidade de S�o Paulo e integrante do Observat�rio Covid-19 BR.

"E n�o basta disponibilizar os kits de exames: o governo deveria ter um programa amplo e coerente. Era preciso deixar claro o que fazer se o resultado fosse positivo, como se isolar adequadamente, al�m de avisar as pessoas com quem voc� teve contato nos �ltimos dias para que elas tamb�m fossem testadas", complementa.

O enfermeiro e epidemiologista Laio Magno, professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), entende que o pa�s tinha tudo para ser um exemplo mundial na testagem da covid, mas perdeu essa oportunidade.

"Poder�amos ter aproveitado nossa imensa rede de aten��o b�sica de sa�de. N�s temos equipes de sa�de da fam�lia, m�dicos, enfermeiros, agentes comunit�rios e outros profissionais que est�o espalhados por todo o pa�s e fazem esse elo do Sistema �nico de Sa�de com as comunidades", avalia o especialista, que tamb�m integra a Comiss�o de Epidemiologia da Associa��o Brasileira de Sa�de Coletiva (Abrasco).

"Imagina se essa rede inteira pudesse fazer teste r�pido de covid e tivesse integrada � vigil�ncia epidemiol�gica? Quase nenhum pa�s do mundo tem uma estrutura dessas."

"A nossa aten��o prim�ria � exemplo e est� diretamente relacionada com a diminui��o da mortalidade infantil, al�m de j� ter experi�ncia na testagem de outras doen�as, como infec��o por HIV, s�filis e hepatites B e C", conclui.

Profissionais de saúde conversar com um homem
As equipes de sa�de da fam�lia do SUS poderiam ser usadas para ampliar a testagem da covid no pa�s, sugere pesquisador (foto: Getty Images)

Onda silenciosa?

Sem essa informa��o dos diagn�sticos, fica dif�cil entender como o v�rus est� se espalhando e se h� alguma regi�o que apresenta aumento nos casos de covid.

Vale lembrar aqui que essa doen�a costuma demorar alguns dias para apresentar sintomas, e s� uma parcela dos infectados vai desenvolver sinais mais graves, que exigem uma avalia��o m�dica e eventualmente at� uma interna��o.

Ou seja: sem testes, os indiv�duos com sintomas leves (ou sem inc�modo algum) n�o sabem que est�o com o coronav�rus e muitas vezes seguem a vida normalmente, passando o pat�geno adiante.

� justamente isso que cria as cadeias de transmiss�o viral na comunidade. Ap�s algum tempo, isso pode desembocar em aumento das hospitaliza��es, escassez de insumos, leitos e profissionais e at� o colapso do sistema de sa�de.

Agora, quando esse repique � observado com anteced�ncia, logo em sua origem, � poss�vel refor�ar as a��es preventivas nessa regi�o espec�fica, como o uso de m�scaras e distanciamento social, para controlar o problema no local e evitar que ele se espalhe para outros lugares.

Saber dessas estat�sticas, ali�s, � ainda mais estrat�gico num momento em que temos uma nova variante com alto potencial de transmiss�o, como a �micron, que est� por tr�s de recordes de casos registrados nos �ltimos dias em v�rias partes do mundo.

Coronavírus
Variante �micron do coronav�rus est� por tr�s dos recordes de casos registrados em v�rias partes do mundo nas �ltimas semanas (foto: Getty Images)

"Estamos vivendo uma onda silenciosa de infec��es de �micron e nem notamos isso, porque n�o temos uma pol�tica de testagem adequada", observa o epidemiologista Pedro Hallal, professor da Universidade Federal de Pelotas.

Embora essa "onda silenciosa" ainda n�o apare�a nas estat�sticas oficiais, ela j� come�a a despontar em alguns levantamentos feitos por grupos privados.

A Dasa, que conta com mais de 900 unidades laboratoriais no pa�s, divulgou que houve um aumento importante na taxa de positividade dos testes de covid-19 nas �ltimas semanas.

Em 4 de dezembro, 1,3% dos exames realizados traziam resultado positivo. J� no dia 26/12, essa porcentagem subiu para 11,4%.

J� a Associa��o Brasileira de Redes de Farm�cias e Drogarias (Abrafarma) revelou que essa taxa de positividade dos testes realizados em cerca de 3 mil estabelecimentos saltou de 5% no in�cio de dezembro para 20% ap�s o Natal.

Falta de refer�ncias

Os especialistas se queixam da falta de transpar�ncia e na forma como os n�meros sobre testagem s�o disponibilizados pelo Governo Federal, os Estados e os munic�pios.

Para piorar, algumas dessas bases de dados n�o s�o atualizadas desde agosto ou outubro.

Um exemplo dessa falta de refer�ncias aparece no site Our World In Data. Por l�, n�o h� informa��es sobre a taxa de positividade de testes realizados no Brasil, o n�mero de testes feitos para cada positivo ou os detalhes de quais s�o as pol�ticas de testagem adotadas por aqui.

Esses mesmos dados relativos aos pa�ses da Am�rica do Norte, da Europa, da Oceania e de partes da �sia e da Am�rica Latina est�o facilmente dispon�veis na plataforma.

Cota, da UFV, tamb�m sente na pele essa dificuldade de encontrar as estat�sticas de testagem no Brasil.

"� muito complicado achar o n�mero de testes realizados por dia ou por semana. Desde o in�cio da pandemia, as Secretarias Estaduais de Sa�de nunca priorizaram essa informa��o", comenta.

O f�sico diz que, para manter o site, ele colhe as estat�sticas sobre testagem de um outro reposit�rio, chamado de Giscard.

"� onde encontrei as informa��es mais confi�veis at� agora", aponta Cota.

L�, � poss�vel ver o n�mero de testes realizados por Estado, a porcentagem da popula��o que passou pelo exame e a taxa de positividade.

Mas h� um outro problema: os dados disponibilizados por algumas secretarias de Sa�de est�o muito desatualizados.

Em mais de dez Estados, como Par�, Mato Grosso e Rio de Janeiro, a �ltima informa��o dispon�vel sobre testagem � de 2 de outubro, h� tr�s meses.

"Infelizmente, o Brasil nunca foi capaz de trazer informa��es do tipo 'ontem foram realizados 100 mil testes e 15% deles foram positivos'", exemplifica Barberia.

"At� hoje, n�o foi realizada uma comunica��o sobre a import�ncia de as pessoas testarem e se isolarem quando o resultado � positivo", lamenta.

A especialista em pol�ticas p�blicas da USP faz uma compara��o do que ocorreu com a testagem recentemente em dois locais: um nos Estados Unidos e outro no Brasil.

"Nos �ltimos setes dias, o Estado de Nova York, que tem 19 milh�es de habitantes, realizou 1,5 milh�es de testes RT-PCR", informa.

"J� S�o Paulo, com 40 milh�es de habitantes, sequer traz dados atualizados. Temos que nos nortear pelas estat�sticas de novembro, em que foram realizados 300 mil testes RT-PCR durante todo o m�s no Estado, sendo que dois ter�os v�m da rede privada de sa�de e t�m custo elevado", compara.

Melhor indicador segue paralisado

Para completar o cen�rio de incertezas, o Boletim Infogripe, divulgado semanalmente por representantes da Funda��o Oswaldo Cruz (FioCruz), n�o � publicado h� mais de 21 dias.

No in�cio de dezembro, o site e os sistemas de inform�tica do Minist�rio da Sa�de sofreram um ataque hacker que at� agora n�o foi 100% solucionado.

O boletim � considerado uma das principais fontes para entender o est�gio da pandemia no pa�s. Ele compila e analisa os n�meros de hospitaliza��es e mortes por S�ndrome Aguda Respirat�ria Grave (SRAG) e indica as tend�ncias de diminui��o ou crescimento de casos.

Por lei, os hospitais s�o obrigados a notificar todos os pacientes com SRAG ao Minist�rio da Sa�de. Em raz�o da pandemia e da alta circula��o do coronav�rus, depreende-se que a maioria desses indiv�duos esteja mesmo com covid-19.

Homem é levado em maca de hospital
Principal indicador de hospitaliza��es por infec��es respirat�rias do Brasil est� paralisado h� tr�s semanas (foto: Getty Images)

"Terceira semana consecutiva sem poder fazer a atualiza��o do Boletim Infogripe por conta de entraves t�cnicos que seguem fazendo com que o minist�rio n�o repasse os dados. Em nome da equipe do Infogripe, pedimos desculpas � rede de vigil�ncia nacional e � popula��o", escreveu no Twitter o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do relat�rio na FioCruz.

"N�o temos como avaliar como est� a situa��o das interna��es por infec��es respirat�rias em todo o territ�rio nacional. Na �ltima semana de novembro, publicamos um alerta sobre a poss�vel retomada do crescimento em diversos Estados. Como est� hoje? Quais s�o os v�rus que est�o dominando em cada local? Quais as faixas et�rias mais afetadas? N�o sabemos"

"Com isso, a rede [de vigil�ncia] fica na depend�ncia de sistemas pr�prios, nem sempre equivalentes entre os Estados, e a popula��o fica desinformada ou com acesso apenas a relatos de unidades de sa�de espec�ficas", lamentou.

Tamb�m no Twitter, o f�sico Roberto Kraenkel, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) classificou a situa��o como "um esc�ndalo que ainda n�o recebeu a devida aten��o".

"A Pol�cia Federal e o Minist�rio da Sa�de n�o explicam claramente o que est� acontecendo, nem porque est� demorando tanto para restabelecer as bases de dados num momento em que a �micron est� em expans�o iminente", escreveu.

Magno, da Uneb e da Abrasco, destaca mais uma vez a sensa��o de estar �s cegas num momento t�o sens�vel da pandemia.

"A gente n�o sabe o que est� acontecendo agora. Al�m da testagem muito aqu�m do ideal, vivemos esse apag�o de dados, em que Estados e munic�pios apresentam dificuldade para divulgar o pouco que t�nhamos � disposi��o", critica.

J� Cota, da UFV, n�o aparenta ter muitas esperan�as de que as coisas possam se modificar.

"Estamos praticamente completando o segundo ano de pandemia, n�o conseguimos evoluir na disponibilidade dos dados e n�o temos nenhuma expectativa de que isso v� melhorar", avalia.

"Nos resta torcer para que os sistemas sejam restabelecidos para voltarmos ao que t�nhamos antes do ataque hacker", completa.

O que diz o governo

No dia 17 de setembro, o Minist�rio da Sa�de lan�ou o Plano Nacional de Expans�o da Testagem para Covid-19.

Nas palavras do ministro Marcelo Queiroga, o principal objetivo era "ampliar a nossa capacidade de testagem".

"Todos lembram que no come�o da pandemia era dif�cil realizar os testes, porque a infraestrutura, n�o s� do Brasil, mas do mundo todo, n�o existia. Hoje, os nossos sistemas foram aprimorados com investimento do Minist�rio da Sa�de para realizar testes. E a tecnologia evoluiu, agora n�s temos os testes r�pidos de ant�genos que em 15 minutos n�s d�o resultados", discursou.

Marcelo Queiroga no Senado
Queiroga anunciou que Minist�rio da Sa�de distribuiria 60 milh�es de testes at� o final de 2021 (foto: Ag Senado)

A previs�o era que fossem realizados at� o final de 2021 cerca de 60 milh�es de testes de ant�geno, que d� o resultado em poucos minutos.

Na vis�o de Barberia, essa quantidade � insuficiente para o tamanho da popula��o brasileira e n�o sinaliza o in�cio de uma pol�tica efetiva para a detec��o de novas ondas da covid em territ�rio nacional.

"O governo anuncia compras de 20, 40, 60 milh�es de testes, que s�o muito inferiores � capacidade que precis�vamos instalar no pa�s", comenta a especialista da USP.

"E sem contar que esses n�meros precisam estar alinhados a uma estrat�gia. Quem vai ser testado? Por que? E o que acontece se o indiv�duo for diagnosticado com covid? Onde ele ficar� isolado? E o que fazer com as pessoas com quem ele teve contato?", questiona.

"Da forma como s�o feitos esses an�ncios, nunca entendemos de verdade o que ser� feito."

A BBC News Brasil entrou em contato com a assessoria de imprensa do Minist�rio da Sa�de e pediu esclarecimentos sobre quatro quest�es relacionadas � pol�tica de testagem e aos an�ncios feitos recentemente, como voc� confere abaixo:

  • Em setembro, o Minist�rio da Sa�de divulgou um plano nacional para expans�o da testagem de covid-19 no Brasil, cuja meta era distribuir 60 milh�es de testes at� o final de 2021. Como est� esse plano? Quantos testes foram efetivamente distribu�dos e utilizados at� agora?
  • H� algum site ou boletim onde esses n�meros de testagem s�o atualizados periodicamente?
  • Quais s�o os planos para a testagem da covid para 2022?
  • Pelo que se observa at� agora, os casos de covid causados pela variante �micron parecem ser mais leves e at� assintom�ticos. Isso pode representar um risco de uma "epidemia silenciosa" no pa�s, se os testes de indiv�duos assintom�ticos (ou com sintomas muito iniciais) n�o forem ampliados?

At� a publica��o desta reportagem, n�o recebemos nenhuma resposta.


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