O rei da Su�cia, Carl 16 Gustav, e sua mulher, a rainha Silvia, de origem brasileira, testaram positivo para a covid-19, segundo um an�ncio feito nesta ter�a-feira (4/1) pela realeza sueca.
A Su�cia vive uma alta nas infec��es, atribu�da � variante �micron, e bateu recorde de novos casos di�rios - 11,5 mil - em 30 de dezembro, informa a ag�ncia Reuters.
"O rei e a rainha, ambos plenamente vacinados com tr�s doses, t�m sintomas leves e est�o se sentindo bem, dadas as circunst�ncias", diz comunicado do pal�cio real.
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Eles t�m, respectivamente, 75 e 78 anos.
A rainha Silvia e o rei Carl 16 Gustav t�m tr�s filhos: a princesa Victoria (herdeira do trono sueco), o pr�ncipe Carl Philip e a princesa Madeleine.
A Su�cia � uma monarquia constitucional, em que a fam�lia real tem papel majoritariamente cerimonial e representativo.
Silvia Renate Sommerlath nasceu na Alemanha, em 1943, e � filha do empres�rio alem�o Walther Sommerlath e da brasileira Alice Soares de Toledo.
O empres�rio havia deixado a Alemanha inicialmente em 1920, rumo ao Brasil, onde se casou com Alice. Um ano ap�s a ascens�o de Adolf Hitler ao poder na Alemanha, em 1934, ingressou ao Partido Nazista, ainda enquanto vivia no Brasil, onde administrava a subsidi�ria alem� de uma sider�rgica.
Ele retornou � Alemanha em 1938. Ali, ele teria, em 1939, segundo den�ncia feita no programa da TV sueca Kalla Fakta, assumido - como parte do programa de ''arianiza��o'' promovido pelos nazistas - o controle de uma f�brica cujo propriet�rio anterior era Efim Wechsler, um judeu.
Ap�s o final da Segunda Guerra Mundial, em 1947 (quando a rainha Silvia tinha quatro anos), sua fam�lia se mudou para o Brasil pela segunda vez e viveu em S�o Paulo at� 1957, retornando depois � Alemanha.
Casamento real
Silvia Sommerlath conheceu seu marido, o ent�o futuro rei da Su�cia, Carl 16 Gustaf, durante os Jogos Ol�mpicos de Munique, em 1972, quando ela estava trabalhando como int�rprete.
Seu pai esteve presente ao seu casamento, em 1976, mas a fam�lia n�o revelou, na ocasi�o, as supostas conex�es dele com o nazismo.
O passado de Walter Sommerlath s� veio � tona mais de dez anos ap�s o ano de sua morte, em 1990, quando a imprensa sueca publicou os primeiros relatos sobre o tema. Em 2011, a rainha anunciou que faria uma investiga��o sobre o passado de seu pai, a ser realizada por historiadores.
Na �poca, ela disse � imprensa sueca que sabia que seu pai fora filiado ao Partido Nazista alem�o, mas disse que ele ''n�o era politicamente ativo'' e tinha sido for�ado a se associar ao partido para salvar sua carreira. "(O nazismo) era uma m�quina, se voc� protestava, estaria lutando contra toda uma m�quina", disse ela.

Sobre o retorno de seu pai � Alemanha em pleno auge do nazismo, ela agregou: ''Voc� precisa se colocar na psicologia da �poca. A Alemanha estava se levantando das cinzas. A alegria em notar que a terra-m�e estava l� novamente de repente, convenceu meu pai a apoiar a Alemanha e a ingressar no partido''.
Analistas ouvidos pela imprensa sueca lembraram que essa linha de argumento foi usada por v�rios nazistas julgados por crimes de guerra.
Relat�rio investigativo
Quando a investiga��o sobre Sommerlath foi conclu�da, foi publicado um relat�rio, assinado pelo historiador Erik Norberg. O relat�rio afirma que, na verdade, Sommerlath ajudou o propriet�rio judeu Efim Wechsler a fugir da Alemanha, ao trocar a f�brica dele por uma planta��o de caf� no Brasil.
Ap�s a publica��o do relat�rio, Silvia tornou p�blico um v�deo no qual se disse "aliviada" pelo fato de esses documentos terem vindo � tona.
"Talvez muitos tenham se perguntado por que eu n�o respondia perguntas sobre meu pai antes. N�o era apenas algo sens�vel, mas dif�cil de se lidar. Leva tempo. E talvez n�o seja f�cil faz�-lo sob os olhos do p�blico."
J� o grupo American Gathering of Holocaust Survivors and Their Descendents (de sobreviventes do Holocausto e seus descendentes) questionou o relat�rio do historiador - alegando que, por n�o ter sido feito de modo independente e ter tido a participa��o de um primo da rainha Silvia, n�o seria confi�vel em suas conclus�es.
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