
N�o h� dados precisos sobre o Brasil, mas o Instituto Nacional de Estat�sticas brit�nico (ONS, na sigla em ingl�s) estima, por exemplo, que cerca de 1,3 milh�o de pessoas no Reino Unido t�m a chamada "covid longa" — sintomas que duram mais de quatro semanas.
A maioria das pessoas que pega covid n�o fica gravemente doente e melhora relativamente r�pido.
Mas algumas apresentam problemas de longo prazo ap�s se recuperarem da infec��o original — mesmo que n�o tenham ficado muito doentes inicialmente.
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Quais s�o os sintomas da covid longa?
A covid longa n�o � totalmente compreendida, e n�o h� uma defini��o acordada internacionalmente — por isso, a mensura��o de qu�o comum � ou quais sintomas est�o envolvidos variam.
As orienta��es para os profissionais de sa�de do Reino Unido descrevem a covid longa como sintomas que continuam por mais de 12 semanas ap�s uma infec��o — e que n�o podem ser explicados por outra causa.
De acordo com o site do NHS, sistema de sa�de p�blico do Reino Unido, estes sintomas podem incluir:
- Cansa�o extremo;
- Falta de ar, palpita��es no cora��o, dor ou aperto no peito;
- Problemas de mem�ria e concentra��o ("n�voa mental");
- Altera��es no olfato e paladar;
- Dor nas articula��es.
Mas levantamentos realizados com pacientes identificaram dezenas e at� centenas de outros sintomas. Um grande estudo da University College London (UCL) identificou 200 sintomas que afetam 10 sistemas de �rg�os.
Entre eles, est�o alucina��es, ins�nia, altera��es na audi��o e vis�o, perda de mem�ria de curto prazo e dificuldades de fala e linguagem. Outros pacientes relataram problemas gastrointestinais e de bexiga, altera��es no ciclo menstrual e nas condi��es da pele.
A gravidade dos sintomas varia, mas muitos ficaram impossibilitados de realizar tarefas como tomar banho ou lembrar de palavras. Estes sintomas tamb�m podem ter, no entanto, outras causas.
A pesquisa da ONS, publicada em setembro de 2021, descobriu que 0,5% das pessoas que testaram negativo para coronav�rus apresentaram pelo menos um sintoma que durou tr�s meses, em compara��o com 3% dos que testaram positivo.
Como saber se tenho covid longa?
Atualmente, n�o existe um teste padr�o — os m�dicos primeiro descartam outras poss�veis causas para os sintomas.
Assim, pacientes com suspeita da doen�a provavelmente ser�o submetidos a outros exames — para checar diabetes, fun��o da tireoide e defici�ncia de ferro, por exemplo — antes de receberem um diagn�stico de covid longa.
� poss�vel que um exame de sangue esteja dispon�vel no futuro.
O que causa a covid longa?
Ainda n�o sabemos ao certo.
Pode ser que a infec��o inicial fa�a com que o sistema imunol�gico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando n�o apenas o v�rus, mas seus pr�prios tecidos.
O pr�prio v�rus entrando e danificando nossas c�lulas pode explicar alguns sintomas como perda de olfato e paladar, enquanto danos aos vasos sangu�neos podem, por exemplo, contribuir para problemas card�acos e pulmonares.
Outra teoria sugere que fragmentos do v�rus podem permanecer no corpo, possivelmente adormecidos e depois serem reativados.
Isso acontece com alguns outros v�rus, como o causador da herpes e o v�rus Epstein Barr, que provoca mononucleose.
No entanto, n�o h� atualmente muitas evid�ncias de que isso aconte�a no caso da covid.
� prov�vel que haja v�rias coisas diferentes acontecendo em pessoas diferentes, para provocar uma variedade t�o ampla de problemas.
Quem � mais vulner�vel e qu�o comum �?
Isso � dif�cil de definir porque os m�dicos s� come�aram a registrar recentemente a covid longa.
A estimativa mais recente da ONS sugere que cerca de 1,3 milh�o de pessoas no Reino Unido t�m a doen�a. Destas, 892 mil (70%) contra�ram o v�rus pela primeira vez h� pelo menos 12 semanas, e 506 mil (40%) h� pelo menos um ano.
O levantamento solicitou a quase 352 mil pessoas que registrassem seus pr�prios sintomas. E isso sugere que a condi��o � mais comum entre:
- Pessoas de 35 a 69 anos;
- Mulheres;
- Pessoas com condi��es subjacentes que limitam suas atividades di�rias;
- Profissionais que trabalham na �rea de sa�de e assist�ncia social;
- Pessoas que vivem em �reas mais pobres.
Em abril, a ONS indicou que cerca de uma em cada 10 pessoas com covid apresentava sintomas com dura��o de pelo menos tr�s meses.
Mas, em setembro, sugeriu que essa propor��o era de uma em cada 40.
As estat�sticas v�o continuar a mudar � medida que mais dados forem coletados — e v�o variar de acordo com as defini��es usadas.
E as crian�as?
As crian�as s�o menos propensas do que os adultos a pegar covid e, portanto, s�o menos suscet�veis a desenvolver covid longa — mas algumas ainda desenvolvem.
No entanto, em agosto de 2021, os principais especialistas do setor disseram que haviam sido tranquilizados sobre a incid�ncia de covid longa em jovens depois que o maior estudo do mundo sobre o tema mostrou que os sintomas persistentes eram menos comuns do que se temia.
Algumas estimativas iniciais haviam sugerido que at� metade de todas as crian�as que pegaram coronav�rus desenvolveriam covid longa.

Uma equipe de pesquisadores, liderada pelo Great Ormond Street Institute of Child Health, investigou mais de 200 mil casos positivos de covid entre jovens de 11 a 17 anos de setembro de 2020 a mar�o de 2021.
Eles acreditam que cerca de 4 mil a 32 mil deles ainda apresentavam sintomas 15 semanas depois.
N�o sabemos a gravidade dos sintomas, mas havia poucas evid�ncias de que as crian�as haviam ficado de cama ou impossibilitadas de ir � escola.
Os pesquisadores destacaram, no entanto, que o risco para os jovens "n�o � trivial" — e disseram que � vital que as crian�as recebam a assist�ncia m�dica necess�ria.
A vacina pode ajudar?
Alguns relat�rios sugerem que as pessoas que foram vacinadas s�o menos propensas a ter covid longa.
A vacina��o pode ajudar a evitar que as pessoas contraiam o v�rus antes de tudo e desenvolvam assim covid longa.
Tamb�m pode ser que impe�a que infec��es "se transformem" em covid longa, mas isso � menos claro.

Que tratamentos est�o dispon�veis?
No momento, n�o h� tratamentos � base de medicamentos comprovados, e o foco principal est� no controle dos sintomas e no aumento gradual da atividade.
Estudos sobre a melhor forma de identificar, tratar e melhorar a vida de pessoas com covid longa est�o em andamento.
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