
"Nuvens" enormes de metano, g�s que contribui para o aquecimento global, foram mapeadas globalmente pela primeira vez a partir de campos de petr�leo e g�s usando sat�lites.
Controlar estes vazamentos seria um passo importante para ganhar um tempo extra para conter as mudan�as clim�ticas.
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A nova pesquisa, publicada na revista Science, encontrou "nuvens" cobrindo vastas �reas, �s vezes chegando a 320 km. Acredita-se que, em sua maioria, os vazamentos sejam n�o intencionais.
No ano passado, cerca de 100 pa�ses prometeram reduzir as emiss�es de metano at� 2030.
"J� sab�amos sobre vazamentos individuais de g�s, mas este trabalho mostra a verdadeira pegada de metano das opera��es de petr�leo e g�s em todo o planeta", explica Riley Duren, autor do artigo e CEO da Carbon Mapper, que rastreia emiss�es de metano.
O metano geralmente vaza das instala��es de petr�leo e g�s durante opera��es de manuten��o, para consertar uma v�lvula ou tubula��o, por exemplo, ou de esta��es de compress�o — que mant�m o fluxo e a press�o do g�s natural.
Tamb�m acontece em aterros sanit�rios, na agricultura e na produ��o de carv�o.
Esta pesquisa se concentrou na detec��o de vazamentos de �leo e g�s que podem ser tapados se as empresas investirem em preven��o.
Os cientistas acreditam que reduzir as emiss�es de metano � uma "vit�ria f�cil" no combate �s mudan�as clim�ticas, porque � um g�s muito potente geralmente liberado por humanos em vazamentos que podem ser interrompidos com relativa facilidade.
Um estudo do Painel Intergovernamental sobre Mudan�as Clim�ticas (IPCC, na sigla em ingl�s) sugeriu no ano passado que de 30% a 50% do atual aumento das temperaturas se deve ao metano.
O cientista que liderou a pesquisa, Thomas Lauvaux, da LSCE CEA-Saclay, na Fran�a, disse � BBC News que o c�lculo das emiss�es de gases de efeito estufa geralmente depende de relat�rios de autoria dos pr�prios pa�ses ou empresas.
Mas a coleta de dados da atmosfera "oferece uma abordagem mais rigorosa � contabilidade de emiss�es, mais independente e mais transparente", explica.
Os tr�s pa�ses com as maiores nuvens identificadas na pesquisa mais recente foram Turcomenist�o, R�ssia e EUA.

Mas os sat�lites n�o mediram vazamentos em �reas com cobertura espessa de nuvens ou em grandes altitudes, incluindo a maior parte do Canad� e da China. Eles tamb�m mediram apenas "nuvens" de instala��es terrestres.
Os dados foram coletados em 2019-2020 com o instrumento Tropomi pelo sat�lite Sentinel-5P da Uni�o Europeia.
Ele identificou o maior dos vazamentos entre os chamados ultraemissores, que respondem por cerca de 12% de todos os vazamentos de metano por empresas de petr�leo e g�s.
"Fiquei chocado, mas n�o surpreso com a natureza generalizada desses ultraemissores. Eles s�o a ponta do iceberg", disse Paul Palmer, professor de geoci�ncias da Universidade de Edimburgo, na Esc�cia, � BBC News.
� medida que mais sat�lites forem implantados nos pr�ximos cinco anos, alguns v�o detectar metano com resolu��o muito maior, o que significa que instala��es individuais de petr�leo e g�s podem ser identificadas.
Economia de bilh�es
"Em breve, com os pr�ximos sensores, ser� mais dif�cil para a ind�stria de petr�leo e g�s alegar desconhecer os vazamentos, sejam acidentais ou n�o", explica Palmer.
Ao tapar esses vazamentos, os pa�ses poderiam economizar bilh�es — incluindo US$ 6 bilh�es no caso do Turcomenist�o, US$ 4 bilh�es da R�ssia e US$ 1,6 bilh�o dos EUA, sugere a pesquisa.
Em termos de benef�cios para o meio ambiente, os cientistas estimam que interromper os vazamentos evitaria entre 0,005 °C e 0,002 °C de aquecimento.
Isso equivale a remover todas as emiss�es da Austr�lia desde 2005 da atmosfera, ou as emiss�es de 20 milh�es de carros por um ano, sugerem.
"Fechar esses vazamentos muito grandes pode parecer que desempenharia apenas um papel insignificante, mas as implica��es sociais s�o significativas", explica Palmer.
"Cada mol�cula conta enquanto tentamos minimizar o aquecimento futuro."
Em novembro do ano passado, mais de 100 pa�ses que participaram da confer�ncia sobre mudan�as clim�ticas COP26, em Glasgow, assinaram o Compromisso Global do Metano.
O objetivo � reduzir as emiss�es de metano em 30% em compara��o com os n�veis de 2020.
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