(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Como as crian�as est�o sendo afetadas pela covid longa

Embora a covid-19 seja relativamente leve na maioria das crian�as, muitas est�o apresentando sinais de problemas de longo prazo, mesmo quando eram saud�veis antes da infec��o.


11/04/2022 07:54 - atualizado 11/04/2022 08:03

Criança caminha em frente de mural com representação do coronavírus
H� cada vez mais evid�ncias de que as crian�as sofrem os efeitos da covid longa, mas de formas que podem ser diferentes dos adultos (foto: Getty Images)

Antes de ficarem doentes, as crian�as atendidas pelo pediatra Danilo Buonsenso no Hospital Universit�rio Gemelli, em Roma, na It�lia, eram ativas e animadas. A maioria praticava esportes e participava de atividades depois da aula na escola, at� pegar covid-19.

Meses ap�s terem aparentemente se recuperado da infec��o viral inicial, as crian�as seguiram sofrendo com uma s�rie de sintomas que as impedem de retomar sua vida normal.

"A maioria das crian�as que eu vi era completamente saud�vel antes da covid. Elas praticavam esportes e atividades fora da escola", afirma Buonsenso.

"E, agora, elas n�o conseguem voltar para sua rotina escolar normal porque t�m dor de cabe�a ou dificuldade de concentra��o depois de algumas horas."

Buonsenso foi o primeiro m�dico a pesquisar se as crian�as seriam vulner�veis � covid longa. Como muitos pediatras, ele observou crian�as com sintomas persistentes de fadiga, ins�nia, dor nas articula��es, problemas respirat�rios, erup��es na pele e palpita��es card�acas, que podem permanecer por meses depois de debelada a infec��o.

Buonsenso afirma que � fundamental que as crian�as n�o sejam deixadas para tr�s nos estudos de doen�as p�s-covid. Ele indica que, da mesma forma que acontece com os adultos, mesmo as crian�as que s�o assintom�ticas ou apresentam a forma leve da doen�a podem desenvolver problemas duradouros.

Acreditava-se que as crian�as, de forma geral, seriam menos vulner�veis aos efeitos de longo prazo da covid-19 e que, quanto mais novas, menor seria o risco. O motivo poderia ser o fato de que as crian�as mais novas possuem menos receptores ACE2 a porta de entrada que o v�rus usa para invadir as nossas c�lulas pelo nariz e pelo trato respirat�rio.

Mas o surgimento da variante �micron que � mais infecciosa que as formas anteriores do v�rus da covid-19 e da sua nova subvariante BA.2, aumentou em muito a propor��o de crian�as infectadas pelo v�rus.

Meninos com máscaras brincam na neve
Muitas das crian�as que sofrem de covid longa n�o apresentavam sinais de problemas de sa�de antes da covid-19 (foto: Carlo Allegri/Reuters)

Segundo um relat�rio dos Centros de Controle e Preven��o de Doen�as dos Estados Unidos, as taxas de interna��o hospitalar por covid-19 entre crian�as e adolescentes com menos de 17 anos aumentaram rapidamente no fim de dezembro de 2021, quando a variante �micron come�ou a se alastrar. Isso foi particularmente observado entre crian�as de 0 a 4 anos, que ainda n�o podem ser vacinadas.

Comportamento similar foi verificado no Reino Unido, onde as estat�sticas indicavam, no in�cio de fevereiro de 2022, que havia tido um aumento da propor��o de crian�as internadas em hospitais com covid-19 durante a onda de �micron, especialmente com menos de um ano.

Embora a ampla maioria das crian�as se recupere rapidamente, os especialistas ainda est�o preocupados com os primeiros sinais que indicam que as taxas de covid longa entre elas podem estar aumentando.

"Estamos observando atualmente um crescimento do n�mero de crian�as diagnosticadas com condi��es p�s-covid", afirma Carlos Oliveira, pediatra respons�vel pelo programa de aten��o p�s-covid do Hospital Infantil Yale New Haven em Connecticut, nos Estados Unidos.

"No nosso hospital, por exemplo, o n�mero de crian�as e adolescentes diagnosticados com condi��es p�s-covid neste m�s [janeiro] j� � mais de tr�s vezes superior ao verificado nos meses de ver�o (do Hemisf�rio Norte). Outros pa�ses est�o observando tend�ncias similares."

Isso � confirmado pelos dados mais recentes do Escrit�rio de Estat�sticas Nacionais do Reino Unido, que concluiu que o n�mero de crian�as com menos de 16 anos que relataram apresentar covid longa de qualquer dura��o aumentou de 77 mil em outubro de 2021 para 119 mil em janeiro de 2022.

Para atender a este forte aumento do fluxo de pacientes, o Reino Unido criou 15 centros pedi�tricos especializados para fornecer tratamento p�s-covid. Os Estados Unidos e v�rios outros pa�ses est�o fazendo investimentos similares.

O Hospital Infantil de Los Angeles recebeu US$ 8,3 milh�es (R$ 39,7 milh�es) em aux�lio, especificamente para estudar a covid longa em crian�as e adultos jovens, como parte de uma iniciativa nacional chamada Recover, que pretende desvendar os mist�rios em torno das sequelas da covid-19.

O risco aparentemente mais alto de covid longa em crian�as tamb�m vem sendo usado para defender o aumento da vacina��o de crian�as contra a doen�a. Estudos em adultos associaram a vacina��o contra a covid-19 � redu��o do risco de desenvolvimento de sintomas da covid longa.

Mas, enquanto os EUA, o Reino Unido e muitos outros pa�ses europeus, como a Fran�a e a Espanha, est�o agora vacinando crian�as de 5 a 11 anos, os imunizantes ainda aguardam autoriza��o para uso em crian�as com menos de 5 anos.

Menina deitada em cama de hospital
A variante �micron levou ao aumento das interna��es de crian�as e adolescentes em v�rias partes do mundo (foto: Hannah Beier/Reuters)

Mas uma das principais quest�es continua sendo tentar descobrir o qu�o comum a covid longa � em crian�as.

Cientistas da University College de Londres (UCL), no Reino Unido, revelaram recentemente a primeira defini��o padronizada desta condi��o, como sendo um conjunto de sintomas que prejudicam o bem-estar f�sico, mental ou social das crian�as e persistem por pelo menos 12 semanas ap�s o primeiro teste positivo para covid-19.

A expectativa � de que esta defini��o facilite o estudo da evolu��o da doen�a e seus v�rios desdobramentos, permitindo que os pesquisadores compreendam precisamente por que muitas crian�as s�o afetadas.

Em setembro de 2021, pesquisadores da UCL e da ag�ncia governamental de sa�de p�blica Public Health England divulgaram algumas das primeiras respostas concretas, depois de examinarem 3.065 pacientes de 11 a 17 anos que testaram positivo para covid-19 entre janeiro e mar�o de 2021.

Concluiu-se que de 2% a 14% dos adolescentes ainda sofriam de fadiga, falta de ar e dores de cabe�a persistentes 15 semanas depois do teste PCR positivo em um percentual maior do que um grupo controle que testou negativo para o v�rus.

Na mesma �poca, o Minist�rio da Sa�de de Israel publicou uma pesquisa mostrando que 11,2% das crian�as relataram sintomas de covid longa como parte da sua recupera��o, enquanto de 1,8 a 4,6% continuaram a apresentar sintomas seis meses depois.

Pediatras respons�veis por cl�nicas p�s-covid acreditam que a incid�ncia, na verdade, varia na faixa de 10%. Mas outros cientistas indicam que os dados s�o fr�geis pelo fato de que mais da metade das crian�as sem covid-19 tamb�m apresentou dores de cabe�a, fadiga, dist�rbios do sono e problemas de concentra��o durante a pandemia.

Muitas pesquisas sobre sintomas p�s-covid persistentes em crian�as n�o comparam crian�as infectadas com covid-19 com grupos de controle n�o infectados, o que poderia gerar uma sobrerrepresenta��o da incid�ncia dos sintomas.

Por isso, muitos cientistas acreditam que ainda s�o necess�rios estudos mais rigorosos para determinar com precis�o o verdadeiro risco da covid longa, particularmente com a variante �micron. E � prov�vel que, � medida que mais crian�as sejam vacinadas contra covid-19, os n�meros se alterem.

Para Buonsenso, seja qual for a verdadeira incid�ncia de covid longa em adolescentes e crian�as mais novas, o n�mero elevado de infec��es pelo v�rus significa que muitas pessoas nesta faixa et�ria est�o sofrendo.

"Mesmo se a incid�ncia da covid longa for de 2%, por exemplo, ainda ser� um n�mero muito alto se considerarmos as centenas de milhares de crian�as que est�o contraindo covid", diz ele.

Por que raz�o exatamente as crian�as desenvolvem sintomas da covid longa ainda � outro mist�rio.

Oliveira contou � BBC que, em alguns casos, as crian�as podem apresentar les�es nos �rg�os provocadas pelo Sars-Cov-2, o v�rus causador da covid-19. Ele pode invadir o cora��o ou o p�ncreas, causando pericardite ou pancreatite a inflama��o destes �rg�os respectivamente, que pode levar a problemas respirat�rios e outras complica��es de longo prazo. Mas isso � relativamente raro.

H� diversas teorias para explicar a ocorr�ncia de covid longa em adultos, que v�o da reativa��o de um v�rus dormente at� fragmentos virais persistentes dentro do corpo e rea��es autoimunes induzidas pelo v�rus, com os chamados autoanticorpos se ligando a c�lulas em diferentes tecidos.

O mesmo poderia acontecer em crian�as, mas outra ideia que vem sendo considerada como poss�vel mecanismo para a covid longa em crian�as e adultos � o fato de que o v�rus prejudica o sistema circulat�rio.

"A hip�tese mais comentada atualmente s�o altera��es inflamat�rias em pequenos vasos sangu�neos, que mais tarde geram dist�rbios nos �rg�os", afirma Jakob Armann, pediatra da Universidade de Tecnologia de Dresden, na Alemanha, que vem coletando amostras de sangue de alunos do ensino m�dio para tentar identificar as poss�veis causas da covid longa.

"Mas ainda n�o h� dados confi�veis em crian�as para comprovar isso", diz ele.

Menina com véu e máscara tem a temperatura medida
� medida que as escolas reabriam em muitas partes do mundo, a incid�ncia de covid-19 entre as crian�as aumentou (foto: Getty Images)

Oliveira n�o est� convencido de que os processos que causam a covid longa em crian�as s�o sempre iguais aos dos adultos. Um dos motivos � o fato de que os perfis dos sintomas s�o levemente diferentes em adultos e crian�as.

Muitos adultos apresentam n�voa mental e outros problemas neurol�gicos e acredita-se que estes sintomas sejam ocasionados, em alguns casos, pela presen�a de autoanticorpos (anticorpos que atacam os pr�prios tecidos do corpo). Mas Oliveira afirma que os principais sintomas da covid longa em crian�as tendem a ser fadiga, dor de cabe�a, tontura e dor nas articula��es e nos m�sculos.

"Digamos que os autoanticorpos sejam a principal causa desta doen�a. Estes autoanticorpos deveriam ser produzidos independentemente da idade", diz ele.

"Por isso, a incid�ncia da covid longa deveria ser a mesma em todas as idades. Mas n�o � o que observamos a incid�ncia � menor nas crian�as."

Oliveira indica um estudo que concluiu que crian�as pequenas que v�o ao m�dico com inflama��es p�s-covid tendem a ter um biomarcador no sangue que � associado ao intestino perme�vel condi��o digestiva que pode permitir que os micr�bios do intestino se infiltrem na corrente sangu�nea.

Ele sugere que, embora a covid-19 seja predominantemente uma doen�a respirat�ria nos adultos, ela pode ser mais um problema gastrointestinal em uma parcela de crian�as suscept�veis, nas quais as part�culas virais residem no intestino at� que sejam reabsorvidas pelo sangue e causem problemas.

"Sabemos que crian�as e adultos podem eliminar DNA do v�rus pelas fezes por v�rios meses. Por isso, � uma ideia razo�vel que a reexposi��o aos v�rus mortos devido ao intestino perme�vel acione um processo inflamat�rio s�bito", afirma.

"Se isso realmente for verdade, poderemos testar crian�as infectadas para determinar intestino perme�vel e ver se podemos prever quem � mais propenso a ter problemas, o que seria �timo."

Mas, assim como acontece com os adultos, provavelmente existe mais de uma explica��o.

Buonsenso est� atualmente colaborando com o Instituto Karolinska, na Su�cia, para observar se as crian�as com covid longa parecem ter algum dist�rbio gen�tico �bvio.

J� Daniel Munblit, pediatra especializado da Universidade Sechenov, em Moscou, na R�ssia, vem investigando se h� alguma rela��o entre a susceptibilidade a alergias e a vulnerabilidade � covid longa.

Bebê em colo de mulher é examinado por profissional de saúde paramentado
Pesquisadores russos est�o estudando se existe correla��o entre as alergias e a covid longa, mas ainda � muito cedo para dizer (foto: Getty Images)

Nas �ltimas duas d�cadas, uma das principais teorias por tr�s das alergias � um desequil�brio dos gl�bulos brancos do sangue, especificamente as c�lulas Th1 e Th2. As c�lulas Th1 agem como a primeira linha de defesa contra invasores externos e geram inflama��es em rea��o a pat�genos, enquanto as c�lulas Th2 s�o a segunda linha de resposta e produzem anticorpos.

Em um sistema imunol�gico funcional, estes dois grupos de c�lulas trabalham juntos para manter o sistema equilibrado. Mas, em alguns indiv�duos suscept�veis, um grupo se torna dominante, o que pode gerar rea��es excessivas a um v�rus ou outros est�mulos externos, resultando em alergias e outras doen�as autoimunes.

Munblit acredita que esta poder� ser uma poss�vel causa dos sintomas p�s-covid.

"Descobrimos que crian�as com hist�rico de alergia s�o mais propensas a desenvolver covid longa", diz ele.

"Mas estou estudando isso com cuidado at� termos mais evid�ncias, j� que infelizmente os pais tendem a exagerar nos relatos de doen�as al�rgicas dos filhos, de forma que precisamos de mais estudos."

Embora a constata��o de que a covid longa pode afetar as crian�as tenha assustado pais em todo o mundo, Buonsenso faz quest�o de tranquilizar as fam�lias. Ele afirma que, na grande maioria dos casos, elas se recuperam em poucos meses, o que significa que n�o h� impacto a longo prazo em sua educa��o e desenvolvimento.

Mas h� casos de crian�as que permanecem doentes por mais de seis meses ap�s a infec��o inicial. Especialistas do Centro M�dico Infantil Schneider, em Israel, relataram recentemente casos de crian�as com covid longa que desenvolveram problemas cr�nicos, como asma e perda de audi��o, e de beb�s que reverteram seu desenvolvimento, deixando de andar para engatinhar devido �s dores musculares.

"Eu diria no momento que de dois ter�os a tr�s quartos das crian�as com covid longa se recuperam ap�s tr�s meses, mas existe um grupo de cerca de 10 a 20% que n�o se recupera espontaneamente", diz Buonsenso.

"E ainda n�o sabemos se algumas destas crian�as v�o sofrer sequelas por um prazo mais longo, como acontece com o sarampo e outras infec��es virais."

Os Institutos Nacionais de Sa�de dos Estados Unidos lan�aram um estudo que vai rastrear at� 1 mil crian�as e jovens adultos que testaram positivo para covid-19 e acompanh�-los por at� tr�s anos, para investigar eventuais consequ�ncias de longo prazo para sua sa�de e qualidade de vida.

Os m�dicos tamb�m est�o pesquisando se a aplica��o de vacinas contra covid-19 em crian�as que sofrem de covid longa pode ajudar a reduzir os sintomas, como se observou em adultos. Oliveira afirma que este � um tratamento comprovadamente bem-sucedido para algumas crian�as que ainda possuem part�culas virais em algumas partes do corpo.

"A ideia � que, se existem partes remanescentes do v�rus no corpo, a vacina pode fazer com que elas sejam eliminadas", explica.

"Atendi diversas crian�as que tinham sintomas persistentes, e nem todas melhoram. Mas a maioria apresentou resolu��o total ou parcial dos seus sintomas."

"Atendi uma crian�a com fortes dores abdominais por meses, al�m de outros sintomas como dor de cabe�a e febre. Depois que ela tomou a vacina, suas dores de cabe�a e abdominais desapareceram por completo, mas a febre permaneceu. Dois dos tr�s sintomas desaparecerem, para mim � uma vit�ria", relata Oliveira.

Al�m disso, continua a ser uma quest�o de tentar aliviar os problemas da melhor forma poss�vel. Alguns sintomas, como tontura, podem ser tratados com medica��es para reduzir os batimentos card�acos, enquanto Oliveira encaminha crian�as com dores cr�nicas para especialistas em comportamento cognitivo, que podem tentar ajudar a encontrar formas de lidar com as mesmas.

Outros especialistas esperam que o aumento das pesquisas dedicadas � covid longa em crian�as possa ajudar a esclarecer as complica��es de longo prazo que podem resultar de outras infec��es virais da inf�ncia.

Sabe-se, por exemplo, que o v�rus sincicial respirat�rio (RSV) pode gerar asma, e que os v�rus Influenza e Epstein-Barr tamb�m podem causar doen�as cr�nicas em um pequeno percentual de crian�as.

Henry Balfour, especialista em pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, acredita que todas estas condi��es p�s-virais podem decorrer de fraquezas similares no c�digo gen�tico.

"Acho que todos esses problemas est�o relacionados �s diversas formas de desregula��o imune e podem ter um ancestral comum nos nossos genes que vale a pena ser examinado", afirma.

Mas, para muitos pais e m�es, como Sammie McFarland, que fundou a organiza��o brit�nica Long Covid Kids depois que sua filha Kitty, de 15 anos, desenvolveu sintomas de covid longa, tem sido reconfortante ver mais m�dicos e formuladores de pol�ticas levando o problema mais a s�rio nos �ltimos meses.

Em entrevista � BBC em 2021, McFarland contou que, quando descreveu a doen�a da filha pela primeira vez para uma enfermeira, ouviu que ela queria chamar a aten��o, enquanto muitos outros pais foram informados que os problemas dos filhos eram psicol�gicos.

"Isso passou a ser uma preocupa��o desde que o Royal College of Paediatrics and Child Health [organiza��o de pediatras do Reino Unido] publicou um artigo indicando que as fam�lias estavam relatando sintomas aos m�dicos, com uma discuss�o sobre doen�as inventadas", diz McFarland.

"E existe a brigada da positividade t�xica, que acha que o pensamento positivo cura a covid longa. � claro que a positividade desempenha um papel importante em qualquer recupera��o, mas ela n�o cura �rg�os lesionados."

Embora a covid longa possa afetar apenas uma parcela relativamente pequena das crian�as, Buonsenso afirma que, ainda assim, os n�meros s�o t�o expressivos que o mundo n�o pode se dar ao luxo de ignorar seu sofrimento.

"Sei que � menos frequente nas crian�as, mas acho muito dif�cil fechar os olhos para tantos pacientes que relatam esta condi��o", diz ele.

"Est� come�ando a criar problemas para os sistemas nacionais de sa�de, pois � muito caro e complicado cuidar de crian�as com tantas comorbidades. Vivenciamos problemas de longo prazo no passado com Epstein-Barr e outras infec��es virais, mas a principal diferen�a agora � que milhares de pacientes est�o lutando para retomar suas vidas."

Leia a �ntegra desta reportagem (em ingl�s) no site BBC Future.


Sabia que a BBC est� tamb�m no Telegram? Inscreva-se no canal.

J� assistiu aos nossos novos v�deos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)