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Estado de Minas

'Covid zero': por que China tem dificuldade para vacinar idosos

Baixa taxa de vacina��o entre a popula��o mais velha torna mais dif�cil para o pa�s abandonar sua pol�tica de 'covid zero'.


05/12/2022 17:17

Idosa sendo vacinada
Baixa taxa de vacina��o entre a popula��o mais velha torna mais dif�cil para a China abandonar sua pol�tica de 'covid zero' (foto: Getty Images)

Diante de protestos sem precedentes na China contra as medidas de combate � covid, as autoridades chinesas informaram que est�o ampliando a campanha de vacina��o para idosos.

A taxa relativamente baixa de vacina��o entre pessoas mais velhas � um grande obst�culo para a China poder relaxar sua estrat�gia de "covid zero".

Quantos idosos est�o vacinados?

A China reconheceu que registra taxas relativamente baixas de vacina��o entre os idosos, que t�m maior probabilidade de ficar gravemente doentes ou morrer ao se infectar com o coronav�rus, em compara��o com as faixas et�rias mais jovens.

Em abril deste ano, os dados oficiais mostravam que apenas cerca de 20% dos idosos com mais de 80 anos haviam recebido duas doses de vacina e uma de refor�o, enquanto menos de 50% da faixa et�ria de 70 a 79 anos estavam nessa situa��o.

Os n�meros oficiais mais recentes, divulgados num momento em que protestos contra os lockdowns se espalham pelo pa�s, apontam um salto acentuado nessas taxas de vacina��o, para cerca de 40% totalmente vacinados com uma dose de refor�o acima dos 80.


Essas taxas de vacina��o da China para idosos s�o significativamente menores do que, por exemplo, as de Brasil, EUA e Reino Unido.

Os n�meros do Reino Unido em novembro indicam que cerca de 80% das pessoas com 80 anos ou mais morando na Inglaterra haviam recebido uma dose de refor�o nos tr�s meses anteriores.

A China tamb�m anunciou um plano para aumentar as taxas de vacina��o entre os idosos. E estabeleceu uma meta de chegar a 90% da popula��o com mais de 80 anos vacinada com duas doses ou a dose de refor�o at� o final de janeiro.

Por que a taxa de vacina��o � baixa entre idosos?

O chefe do painel de especialistas em covid da China, Liang Wannian, disse � BBC que a hesita��o em se vacinar entre os idosos � um fator importante.

"Muitos idosos t�m comorbidades. Eles acham que n�o ser� seguro tomar a vacina. Mas, na verdade, � seguro", disse ele.

Ao contr�rio de outros pa�ses que vacinaram os idosos primeiro, a China priorizou a popula��o em idade de trabalhar quando iniciou seu programa de vacina��o no final de 2020.

Trabalhadores em trajes contra covid um complexo residencial em Pequim
Lockdown em Pequim: as restri��es tornaram-se cada vez mais impopulares (foto: Reuters)

O pa�s tamb�m testou suas vacinas fora da China em pa�ses com popula��es muito mais jovens e inicialmente disse � sua pr�pria popula��o idosa que n�o havia dados suficientes sobre a efic�cia e a seguran�a das vacinas para recomendar que eles se vacinassem.

A infraestrutura de sa�de comunit�ria tamb�m � vital para a distribui��o de vacinas, diz George Liu, da Universidade La Trobe em Melbourne (Austr�lia). Ele diz que isso falta aos idosos na China.

"Diferentemente da imuniza��o planejada para crian�as, as unidades comunit�rias de sa�de n�o t�m uma lista completa de nomes e um planejamento para idosos, e n�o t�m atualmente um processo para garantir uma cobertura adequada de vacina��o para eles", diz Liu.

A confian�a nas vacinas produzidas localmente tamb�m foi prejudicada por uma s�rie de esc�ndalos de sa�de nos �ltimos anos. Isso inclui quest�es de seguran�a e padr�es de produ��o para vacinas contra raiva, bem como para difteria e t�tano.

As vacinas produzidas na China s�o eficazes?

A China desenvolveu e produziu suas pr�prias vacinas, que usam uma forma inativada do v�rus para treinar o corpo para combater o v�rus inteiro.

Frascos de vacina Sinopharm em exibição em feira de Pequim
(foto: Getty Images)

Embora eficazes, elas n�o s�o tanto quanto as vacinas de mRNA usadas em outras partes do mundo, que s�o produzidas a partir da parte principal do v�rus que infecta as c�lulas do corpo.

Pesquisas sugerem que duas doses da vacina mRNA da Pfizer/Biontech dariam 90% de prote��o contra casos graves da doen�a ou morte, enquanto a Sinovac, uma das vacinas mais usadas na China, daria prote��o de 70%.

E longos per�odos de lockdown na China significam que houve muito menos encontro de pessoas.

Por conta disso, mesmo para aqueles que foram vacinados, houve menos exposi��o ao v�rus e, portanto, menos se beneficiam da chamada "imunidade h�brida" isto �, prote��o atrav�s de uma combina��o de vacina��o e contato com o pr�prio v�rus.

"� esse muro de prote��o acumulada... atrav�s de exposi��o natural e vacinas eficazes, que fizeram da covid algo que a maioria do resto do mundo agora est� disposta a conviver", diz a rep�rter de sa�de e desinforma��o da BBC, Rachel Schraer.

Acrescente a isso o fato de que novas subvariantes da �micron surgiram e se espalharam mesmo entre os vacinadas, e isso torna a perspectiva de eliminar o v�rus ainda mais improv�vel.

Fábrica de vacinas em Xangai
F�brica de vacinas em Xangai: China n�o aplicou em massa imunizantes produzidos em outros pa�ses (foto: Getty Images)

Por que a China n�o usou vacinas ocidentais?

Nos est�gios iniciais do lan�amento da vacina durante a pandemia, a China fez um grande investimento em sua pr�pria produ��o.

No ano passado, afirmou ter produzido metade do estoque existente de vacinas contra covid do mundo.

Portanto n�o � surpreendente que o pa�s relute em usar vacinas desenvolvidas em outros lugares.

A Alemanha estimulou a China a considerar o uso de vacinas de mRNA desenvolvidas no Ocidente. Atualmente, elas s�o dif�ceis de obter na China, dispon�veis apenas para residentes estrangeiros.

Acredita-se que a China esteja desenvolvendo sua pr�pria vacina de tecnologia mRNA, mas n�o est� claro quando elas poder�o estar dispon�vel.

Reportagem adicional de Wanyuan Song

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-63867257


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