Todas as publica��es s�o acompanhadas por uma imagem na qual aparece o t�tulo de uma not�cia que diz “Anvisa confirmou 43 �bitos e 767 efeitos adversos no primeiro m�s de vacina��o”. “Ao todo foram 767 notifica��es de efeitos adversos, entre leves e graves, 525 da vacina da CoronaVac e 243 da Astra Zeneca”, acrescenta o texto compartilhado em postagens no Facebook (1, 2) e no Instagram (1, 2, 3).
“De 1 de janeiro at� o dia 21 de fevereiro, a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), confirmou o �bito de 34 pessoas em poss�vel decorr�ncia das vacinas contra Covid-19, em todo o pa�s. Foram 24 mortes pela CoronaVac e 10 pela vacina da Universidade de Oxford”.
A plataforma realmente indica notifica��es atualizadas de mortes e efeitos adversos quando se pesquisa sobre as duas vacinas aplicadas nos grupos considerados priorit�rios da popula��o brasileira. Uma consulta realizada pelo AFP Checamos em 9 de mar�o sobre os efeitos dos imunizantes CoronaVac e Oxford/AstraZeneca, pesquisando pelas mesmas datas utilizadas pelo autor do artigo do site Estudos Nacionais, mostrou o mesmo n�mero de notifica��es e 35 mortes. At� o dia 10 de mar�o, foram registradas 1.091 notifica��es, entre as quais h� 76 �bitos.
Entretanto, esses efeitos n�o s�o necessariamente decorrentes da vacina. Antes de se acessar a plataforma, � preciso passar por uma p�gina do site com informa��es relacionadas �s notifica��es dos eventos adversos. Entre elas, h� a afirma��o de que n�o � poss�vel ter certeza se os fatos informados por terceiros foram realmente causados por medicamentos ou vacinas.
Esse alerta � refor�ado no momento da consulta � plataforma, quando aparece um aviso, desconsiderado pelas publica��es viralizadas, de que o “painel cont�m informa��es SUSPEITAS de eventos adversos recebidas pela Anvisa e N�O est�o dispon�veis os resultados das an�lises t�cnicas realizadas pela ag�ncia para atribuir ou n�o causalidade dos eventos aos medicamentos ou �s vacinas”.
Em nota � imprensa publicada em 2 de mar�o, a Anvisa refor�ou que “os dados p�blicos de notifica��es do uso de vacinas para covid-19 n�o indicam qualquer rela��o das vacinas com eventos adversos graves ou �bitos no pa�s” e que “o uso de dados de forma descontextualizada ou sem a interpreta��o t�cnica necess�ria pode levar a conclus�es falsas”.
A ag�ncia tamb�m ressaltou que “at� o momento, n�o h� nenhum caso de �bito conhecido que tenha rela��o estabelecida com o uso das vacinas para Covid-19 autorizadas no pa�s”.
“J� � esperado que pessoas venham a �bito por outros motivos de sa�de e mesmo por causas naturais, tendo em vista a taxa de mortalidade j� conhecida para cada faixa et�ria da popula��o brasileira”, acrescentou.
O �rg�o esclareceu, ainda, que as notifica��es sobre vacinas e medicamentos s�o enviadas � Anvisa principalmente por profissionais e servi�os de sa�de, al�m dos fabricantes, que s�o obrigados a comunicar os eventos suspeitos e que possam ser graves.
A ag�ncia considera esses dados notificados por terceiros apenas como sinalizadores para o seu trabalho de monitoramento.
O Brasil come�ou a vacinar grupos considerados priorit�rios no dia 19 de janeiro, usando os imunizantes CoronaVac, produzida pelo laborat�rio chin�s Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e da AstraZenevca/Oxford, em coopera��o com a Funda��o Oswaldo Cruz. At� o dia 11 de mar�o, foram aplicadas 12.747 doses, segundo um balan�o da AFP.
Essa informa��o tamb�m foi verificada pela Ag�ncia Lupa e pelo Aos Fatos. Recentemente, a AFP checou um conte�do semelhante, sobre mortes por vacinas supostamente confirmadas pelos Centros para o Controle e Preven��o de Doen�as (CDC), dos Estados Unidos.
Em resumo, embora os dados apresentados nas publica��es tenham sido realmente colhidos da plataforma da Anvisa, a ag�ncia n�o confirma que as mortes sejam consequ�ncia da aplica��o de vacinas. Esses n�meros refletem notifica��es p�blicas, mas que n�o foram verificadas. Desse modo, n�o se pode afirmar que as mortes e outros efeitos adversos tenham sido causados necessariamente pelas vacinas contra covid-19.