(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CHECAMOS

N�o h� prova de que mortes relatadas � Anvisa sejam consequ�ncia de vacinas contra a covid-19

A imagem que aparece nas publica��es � o t�tulo de um artigo publicado no site Estudos Nacionais


12/03/2021 21:14 - atualizado 12/03/2021 21:14


 

Captura de tela feita de uma publicação no Facebook em 10 de março de 2021
Captura de tela feita de uma publica��o no Facebook em 10 de mar�o de 2021
Circulam pelas redes sociais desde o dia 1° de mar�o publica��es compartilhadas mais de 7 mil vezes que alegam que a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) “confirmou” 34 �bitos e 767 efeitos adversos no primeiro m�s de vacina��o contra a covid-19 no Brasil. No entanto, os n�meros coletados do painel de notifica��es do �rg�o n�o s�o comprovadamente decorrentes dos imunizantes. A Anvisa informou que, at� agora, n�o h� nenhum �bito conhecido relacionado ao uso das vacinas contra covid-19 autorizadas no pa�s.

 

Todas as publica��es s�o acompanhadas por uma imagem na qual aparece o t�tulo de uma not�cia que diz Anvisa confirmou 43 �bitos e 767 efeitos adversos no primeiro m�s de vacina��o”. “Ao todo foram 767 notifica��es de efeitos adversos, entre leves e graves, 525 da vacina da CoronaVac e 243 da Astra Zeneca”, acrescenta o texto compartilhado em postagens no Facebook (1, 2) e no Instagram (1, 2, 3).

 

A imagem que aparece nas publica��es � o t�tulo de um artigo publicado no site Estudos Nacionais, com base em dados da plataforma VigiMed, hospedada no site do Minist�rio da Sa�de e disponibilizada pela Anvisa para que cidad�os e profissionais de sa�de possam relatar eventos adversos a medicamentos e vacinas. O artigo, compartilhado no Facebook mais de mil vezes segundo a ferramenta de medi��o de audi�ncias CrowdTangle, explica:
 

“De 1 de janeiro at� o dia 21 de fevereiro, a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), confirmou o �bito de 34 pessoas em poss�vel decorr�ncia das vacinas contra Covid-19, em todo o pa�s. Foram 24 mortes pela CoronaVac e 10 pela vacina da Universidade de Oxford”.

 

A plataforma realmente indica notifica��es atualizadas de mortes e efeitos adversos quando se pesquisa sobre as duas vacinas aplicadas nos grupos considerados priorit�rios da popula��o brasileira. Uma consulta realizada pelo AFP Checamos em 9 de mar�o sobre os efeitos dos imunizantes CoronaVac e Oxford/AstraZeneca, pesquisando pelas mesmas datas utilizadas pelo autor do artigo do site Estudos Nacionais, mostrou o mesmo n�mero de notifica��es e 35 mortes. At� o dia 10 de mar�o, foram registradas 1.091 notifica��es, entre as quais h� 76 �bitos.

 

Entretanto, esses efeitos n�o s�o necessariamente decorrentes da vacina. Antes de se acessar a plataforma, � preciso passar por uma p�gina do site com informa��es relacionadas �s notifica��es dos eventos adversos. Entre elas, h� a afirma��o de que n�o � poss�vel ter certeza se os fatos informados por terceiros foram realmente causados por medicamentos ou vacinas. 

 

Esse alerta � refor�ado no momento da consulta � plataforma, quando aparece um aviso, desconsiderado pelas publica��es viralizadas, de que o “painel cont�m informa��es SUSPEITAS de eventos adversos recebidas pela Anvisa e N�O est�o dispon�veis os resultados das an�lises t�cnicas realizadas pela ag�ncia para atribuir ou n�o causalidade dos eventos aos medicamentos ou �s vacinas”

 

Em nota � imprensa publicada em 2 de mar�o, a Anvisa refor�ou que “os dados p�blicos de notifica��es do uso de vacinas para covid-19 n�o indicam qualquer rela��o das vacinas com eventos adversos graves ou �bitos no pa�s” e que “o uso de dados de forma descontextualizada ou sem a interpreta��o t�cnica necess�ria pode levar a conclus�es falsas”.

 

A ag�ncia tamb�m ressaltou que “at� o momento, n�o h� nenhum caso de �bito conhecido que tenha rela��o estabelecida com o uso das vacinas para Covid-19 autorizadas no pa�s”.

“J� � esperado que pessoas venham a �bito por outros motivos de sa�de e mesmo por causas naturais, tendo em vista a taxa de mortalidade j� conhecida para cada faixa et�ria da popula��o brasileira”, acrescentou.

 

O �rg�o esclareceu, ainda, que as notifica��es sobre vacinas e medicamentos s�o enviadas � Anvisa principalmente por profissionais e servi�os de sa�de, al�m dos fabricantes, que s�o obrigados a comunicar os eventos suspeitos e que possam ser graves. 

 

A ag�ncia considera esses dados notificados por terceiros apenas como sinalizadores para o seu trabalho de monitoramento.

 

O Brasil come�ou a vacinar grupos considerados priorit�rios no dia 19 de janeiro, usando os imunizantes CoronaVac, produzida pelo laborat�rio chin�s Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e da AstraZenevca/Oxford, em coopera��o com a Funda��o Oswaldo Cruz. At� o dia 11 de mar�o, foram aplicadas 12.747 doses, segundo um balan�o da AFP. 

 

Essa informa��o tamb�m foi verificada pela Ag�ncia Lupa e pelo Aos Fatos. Recentemente, a AFP checou um conte�do semelhante, sobre mortes por vacinas supostamente confirmadas pelos Centros para o Controle e Preven��o de Doen�as (CDC), dos Estados Unidos. 

 

Em resumo, embora os dados apresentados nas publica��es tenham sido realmente colhidos da plataforma da Anvisa, a ag�ncia n�o confirma que as mortes sejam consequ�ncia da aplica��o de vacinas. Esses n�meros refletem notifica��es p�blicas, mas que n�o foram verificadas. Desse modo, n�o se pode afirmar que as mortes e outros efeitos adversos tenham sido causados necessariamente pelas vacinas contra covid-19.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)