O Minist�rio da Sa�de realiza uma campanha de multivacina��o em todo o pa�s desde maio de 2023 para atualizar a carteirinha de crian�as e adolescentes. A partir disso, um v�deo compartilhado milhares de vezes nas redes sociais desde o �ltimo dia 10 de julho alega que a imuniza��o � obrigat�ria, conta com participa��o de militares e inclui o imunizante anticovid, com 'microssensores' e 'grafeno'. Mas a campanha anual n�o � compuls�ria e n�o ter� atua��o do Ex�rcito. Al�m disso, especialistas ouvidos pela AFP descartaram as alega��es feitas sobre a seguran�a dos imunizantes.
'Governo Federal acaba de impor plano nacional obrigat�rio de doses com apoio de militares do ex�rcito', l�-se em um texto sobreposto em um v�deo que circula no Facebook, no Instagram e no Kwai.
A grava��o tamb�m foi encaminhada para o WhatsApp do AFP Checamos, para onde os usu�rios podem enviar conte�dos vistos em redes sociais, se duvidarem de sua veracidade.
Na sequ�ncia, um usu�rio faz uma s�rie de alega��es sobre a campanha de multivacina��o, que come�ou em maio de 2023 no Amazonas e no Acre, e segue para outros estados a partir de julho.

A campanha de multivacina��o
No v�deo viral, o usu�rio come�a o v�deo citando uma mat�ria sobre a campanha de multivacina��o publicada pelo g1 em 7 de julho de 2023.Ele afirma que a campanha ser� obrigat�ria e ter� a participa��o do Ex�rcito e dos laborat�rios Pfizer, Moderna e AstraZeneca, o que n�o � mencionado no texto do g1.
Citando um suposto texto do portal Gazeta Brasil, o usu�rio tamb�m alega que o Minist�rio da Sa�de e as for�as armadas est�o estudando declarar 'estado de emerg�ncia sanit�ria em todo o territ�rio nacional [...] para inicializar a campanha de imuniza��o nacional'.
O artigo n�o foi localizado em buscas feitas pelo AFP Checamos no Google nem nas plataformas Wayback Machine e Archive, que permitem o acesso a publica��es arquivadas de sites.
As �ltimas not�cias oficiais relacionadas a um estado de emerg�ncia em sa�de p�blica no Brasil s�o de 2022, quando o pa�s saiu dessa condi��o, declarada em 2020 por conta da pandemia de covid-19.
O usu�rio diz, ainda, que as pessoas que n�o se vacinarem ter�o um 'X' marcado em suas casas e que seus dados ser�o inseridos em um 'c�digo de seguran�a de protocolo' para que militares possam fazer uma 'busca ativa obrigat�ria'.
Programa Nacional de Imuniza��es
Procurada, a assessoria de imprensa do Minist�rio da Sa�de informou ao AFP Checamos que as alega��es do v�deo s�o 'completamente falsas'. A institui��o esclareceu ainda que a vacina��o n�o � obrigat�ria e que a campanha n�o ter� a participa��o do Ex�rcito.
'A pasta segue adotando a vacina��o de forma n�o compuls�ria buscando retomar as altas coberturas vacinais para evitar o retorno e o agravamento de doen�as j� eliminadas no pa�s, al�m de resgatar a confian�a da popula��o nas vacinas e na cultura de vacina��o do pa�s.'
A multivacina��o � uma das campanhas institu�das pelo Programa Nacional de Imuniza��es (PNI), criado na d�cada de 1970. Ela � promovida todo ano, junto a estados e munic�pios, com o objetivo de atualizar a caderneta de vacina��o de crian�as e adolescentes de at� 15 anos.
O Minist�rio da Sa�de publicou em seu site a lista de 17 imunizantes que fazem parte da campanha. Entre eles, est�o vacinas como BCG, meningoc�cica C e ACWY, e tr�plice viral. Al�m dos imunizantes listados, a assessoria da pasta confirmou � AFP que a vacina contra a covid-19 tamb�m ser� disponibilizada.
Vacinas anticovid
No v�deo viral, o usu�rio tamb�m faz declara��es sobre as vacinas contra a covid-19 que foram verificadas anteriormente pela AFP.
Ele associa os imunizantes � implanta��o de chips, que seriam usados para 'reprogramar as mentes' e acessar dados da pessoa vacinada. Como explicado aqui, os nanochips atuais n�o passam pela agulha de uma seringa e especialistas ouvidos pela AFP descartaram a possibilidade de a vacina ser usada para o monitoramento de indiv�duos.
Por fim, o usu�rio menciona a presen�a de grafeno nos imunizantes, o que j� foi checado v�rias vezes pela AFP (1, 2). Especialistas consultados dizem que n�o h� evid�ncias de que as vacinas contenham esta subst�ncia.