Hora de virar a p�gina

A constru��o civil registrou resultados positivos, dentro do contexto atual, no fechamento de 2019. A consolida��o do mercado imobili�rio j� � poss�vel de ser visualizada por empres�rios, construtoras e incorporadoras. A redu��o da taxa b�sica de juros, novos postos no mercado de trabalho, a infla��o sob controle, a eleva��o do cr�dito e a aprova��o de reformas estruturais, como a da Previd�ncia, s�o alguns fatores que ajudaram a melhorar o ambiente.

De acordo com informa��es do balan�o anual do setor, divulgadas pelo Sindicato da Ind�stria da Constru��o Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), os n�meros evidenciam que a constru��o � um dos segmentos que est�o fortalecendo a recupera��o nacional. De 2014 a 2018, a queda do PIB do setor foi de 30%, enquanto a economia nacional registrou retra��o de 3,8%. No terceiro trimestre de 2019, na compara��o com igual per�odo do ano anterior, a alta registrada foi de 4,4%, a maior entre todos os setores de atividade. Deve-se lembrar de que a �ltima vez em que o setor cresceu foi em 2013 e, por isso, esse resultado � importante, apesar de a base de compara��o ser deprimida.

Nos primeiros nove meses de 2019, em rela��o a igual per�odo do ano anterior, o setor registrou alta de 1,7% no PIB. Para o presidente do Sinduscon-MG, Geraldo Jardim Linhares J�nior, 2019 foi, “sem d�vidas”, superior a 2018, mas longe de ser um ano ideal. “Podemos citar quatro segmentos da constru��o civil que se destacaram no ano. Os empreendimentos de m�dio e alto padr�o, as obras industriais e corporativas, os loteamentos e as obras de baixa renda.”

Os n�meros positivos apontam um alinhamento de um novo ciclo de confian�a e expans�o. “Se n�o tiver confian�a, nem dos investidores e compradores, o setor fica muito debilitado. Em pesquisa do �ndice de confian�a dos empres�rios, a faixa do otimismo estava beirando os 60 pontos comparados aos 40 do ano passado. Um avan�o dado pelos fatores macroecon�micos”, avalia.

Lucas Couto, diretor comercial e de marketing do Grupo Patrimar, ressalta que o fim de 2018 e in�cio de 2019 foram meses de expectativas e de defini��o. “No final de 2018, quando tivemos a elei��o de um novo governo, as expectativas e a confian�a na economia eram muito altas, havia um pacote de v�rias interven��es a serem feitas e o mercado, que j� estava numa ascend�ncia, acreditou que em 2019 isso continuaria, por�m com uma recupera��o mais r�pida”, comenta.

Segundo o diretor comercial, o mercado da constru��o apresenta uma curva ascendente, com um segundo semestre de maior estabilidade. Consequentemente, o senso de confian�a dos empres�rios em investir mais. “Algumas interven��es que o pr�prio governo fez, como iniciar a reforma da Previd�ncia, mostraram para as pessoas que aquilo deixava de ser uma previs�o para ser realidade, o que tem sido positivo”, pontua.

Um balan�o positivo, de acordo com Lucas Couto, para o mercado imobili�rio, que vive quase que exclusivamente de financiamento, cerca de 80%. “H� dois ou tr�s anos, t�nhamos uma taxa de juros de dois d�gitos, cerca de 14%, 15%. Hoje, estamos com taxas de 6,5%, 5,5%, com especula��o que chegue a 4,5%, 4% para o in�cio deste ano”, explica. Diante desses resultados, o executivo acredita que 'uma coisa puxa a outra' rumo ao desenvolvimento em um cen�rio de estabilidade para os pr�ximos cinco anos. “A confian�a aumenta, a reforma da Previd�ncia fica cada vez mais clara. A reforma tribut�ria passa a ser o pr�ximo assunto a ser discutido, a taxa de juros tornando o financiamento mais acess�vel. O resultado � uma melhora significativa no mercado, que poder� crescer de forma ordenada”, explica.

Apesar da retomada, de acordo com o balan�o anual, o setor est� 30% abaixo do pico de suas atividades, que foi registrado no fim de 2013.

 

Gilmar Dias, presidente da EPO, avalia o crescimento da empresa de 10% em rela��o a 2018. Ele destaca os pr�-lan�amentos e obras de tr�s empreendimentos. “O Contempor�neo, localizado em Contagem, com mais de 40% de reservas j� feitas antes do lan�amento. O Armaz�m 356, localizado �s margens da BR-356, em que se tem em torno de 80 mil carros/dia passando na porta. Acredito que esse empreendimento ser� um marco na cidade, com uma arquitetura moderna e diferenciada”, conta. E o Prisma Serena, empreendimento com aproximadamente 19 mil metros de �rea constru�da, distribu�dos em 12 pavimentos que re�nem espa�os multifuncionais, entre salas e lojas. As obras j� foram iniciadas e a entrega do empreendimento est� prevista para 2021. “A previs�o � crescer 10% este ano em rela��o a 2019”, frisa.

Para a Patrimar � esperado crescimento de cerca de 20% este ano, com lan�amentos e vendas. “Estamos com um land bank para at� 2023, ou seja, nesses �ltimos tr�s anos compramos muitos terrenos acreditando na retomada do mercado, o que est� se concretizando. Isso para n�s � muito positivo, pois sa�mos na frente com esse estoque de terrenos”, explica Lucas Couto.

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