A greve de professores e t�cnicos das universidades federais, que j� dura 42 dias, deixou de ser um problema exclusivo da educa��o e passou a afetar tamb�m a sa�de. Isso porque ao menos 16 hospitais p�blicos vinculados a essas universidades suspenderam parte do atendimento. Embora o atendimento de urg�ncia e emerg�ncia continue sendo realizado pelos hospitais, v�rios deles cancelaram consultas e cirurgias eletivas e decidiram n�o fazer novos agendamentos por tempo indeterminado.
O Hospital Universit�rio da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) tamb�m est� com o atendimento reduzido: s� funcionam as UTIs os servi�os de urg�ncia e emerg�ncia. Helena Vaghetti, diretora-geral do hospital, diz que o atendimento ambulatorial est� sendo feito parcialmente - 40% das consultas foram canceladas e s�o priorizados os casos graves. Cirurgias eletivas tamb�m est�o suspensas.
Sem atender
A situa��o no Hospital Universit�rio da Universidade Federal de Sergipe (UFS) tamb�m � preocupante. Segundo �ngela Maria da Silva, diretora-geral, o hospital est� funcionando com apenas 30% da capacidade. "A greve nos afetou substancialmente", afirmou.
A unidade realiza cerca de 10 mil consultas por m�s. As consultas est�o suspensas e s� pacientes que recebem medicamento de uso cont�nuo est�o sendo atendidos (casos de epilepsia, aids ou doen�as psiqui�tricas). Das quatro salas cir�rgicas, apenas uma est� funcionando e dos 20 leitos, apenas 7 est�o ocupados. "Essa greve ter� um impacto imenso no atendimento. At� o final do ano estamos com a agenda comprometida. Se a greve entrar no m�s de julho, com certeza teremos impacto no ano que vem", afirmou Helena.
O ac�mulo de consultas e cirurgias agendadas e n�o realizadas por causa da greve � a principal preocupa��o em pelo menos dois Estados. No hospital vinculado � Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e no Hospital de Cl�nicas da Universidade Federal da Bahia (Ufba), a previs�o � de que a espera para esses dois procedimentos (consultas e cirurgias n�o emergenciais) avance para o primeiro semestre de 2013. Na Ufba, por enquanto, os funcion�rios do hospital est�o se revezando para garantir o atendimento do que j� estava previamente agendado.
Em Campina Grande, na Para�ba, o hospital ligado � universidade cancelou as consultas que seriam realizadas por professores da institui��o. "Das oito mil consultas que realizamos ao m�s, apenas mil s�o efetuadas pelos professores em greve, ent�o o impacto n�o � t�o grande", diz a diretora-geral do Hospital Universit�rio Alcides Carneiro, Berenice Ferreira Ramos.
No Estado vizinho, a pr�-reitora de gest�o de pessoas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Miriam Dante dos Santos, explica que a paralisa��o de metade dos 1.200 funcion�rios dos 4 hospitais vinculados � institui��o vai ser sentida pela popula��o a partir da pr�xima segunda. "At� agora, negociamos com o comando de greve para que consultas e cirurgias agendadas fossem realizadas. Mas, em julho, isso n�o mais acontecer�. "
No Recife, o Hospital das Cl�nicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que realiza cerca de 20 mil consultas e 470 cirurgias ao m�s, cancelou consultas e cirurgias por conta da greve. Est�o mantidos apenas os procedimentos de urg�ncia para os pacientes que j� est�o internados e as consultas de pr�-natal de alto risco, oncol�gicas, asma grave e crian�as com alergia alimentar.