O pacote de concess�es lan�ado pelo governo federal foi um passo importante para o desenvolvimento da infraestrutura do Pa�s, mas ainda insuficiente. O Brasil precisaria investir R$ 2,5 trilh�es adicionais nos pr�ximos 25 anos para dobrar o n�vel de investimentos no setor dos atuais 2% para 4% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo c�lculos do economista Cl�udio Frischtak, da Inter.B Consultoria.
"O pacote foi um passo fundamental por romper a in�rcia e do ponto de vista psicol�gico. Incluir o setor privado � importante. At� h� pouco tempo, a impress�o era de uma posi��o cada vez mais estatizante, o que gerava um mal-estar com o empresariado", diz Frischtak, que destaca o pragmatismo da presidente Dilma Rousseff.
Estudo recente do Instituto de Log�stica e Supply Chain (Ilos) calcula em R$ 985,4 bilh�es a defasagem entre a infraestrutura de transporte do Brasil e a dos Estados Unidos. O que significa que, investindo R$ 100 bilh�es por ano, o Pa�s levaria quase uma d�cada para alcan�ar o padr�o atual americano. Um problema destacado pelo especialista Paulo Fleury, diretor do Ilos, � a grande participa��o do modal rodovi�rio na infraestrutura de transporte nacional.
O gastos v�m caindo nas tr�s �ltimas d�cadas. Entre 2001 e 2011, o Brasil investiu, em m�dia, apenas 2,15% do PIB no setor, somando R$ 595 bilh�es. Desse total, 59% foram para o j� privatizado setor de telecomunica��es. Os modais rodovi�rio e ferrovi�rio receberam 26% - o que representa R$ 155,7 bilh�es, mais do que os R$ 133 bilh�es do pacote atual -, enquanto portos e aeroportos receberam 3,3%.
Na d�cada encerrada em 2000, a fatia para infraestrutura chegou a 2,29%, um recuo ante os 3,62% entre 1981 e 1989. O auge de aportes ocorreu entre 1971 e 1980 - 5,42% do PIB -, antes da crise financeira e fiscal dos anos 80. Em resumo, h� mais de 20 anos a taxa de investimento em infraestrutura oscila de 2% a 2 5% do PIB por ano.