Nem preven��o, nem atendimento adequado �s v�timas. N�o houve avan�o em rela��o a nenhum dos dois temas no que diz respeito ao maior acidente radiol�gico de que se tem conhecimento no pa�s, o vazamento do material radioativo c�sio 137, em Goi�nia. Ocorrido h� 25 anos, o acidente fez com 112 mil pessoas fossem expostas aos efeitos do c�sio e gerou milhares de toneladas de lixo radioativo.
A avalia��o � do presidente da Associa��o de V�timas do C�sio 137 (AVC�sio), Odesson Alves Ferreira, para quem o balan�o que se faz hoje do acidente � negativo. “Infelizmente, eu n�o acredito que houve avan�o nenhum em mat�ria de preven��o, nem em rela��o �s pessoas que foram v�timas daquele acidente. Elas tamb�m n�o t�m nenhuma perspectiva de futuro”, disse hoje , em entrevista.
A avalia��o � do presidente da Associa��o de V�timas do C�sio 137 (AVC�sio), Odesson Alves Ferreira, para quem o balan�o que se faz hoje do acidente � negativo. “Infelizmente, eu n�o acredito que houve avan�o nenhum em mat�ria de preven��o, nem em rela��o �s pessoas que foram v�timas daquele acidente. Elas tamb�m n�o t�m nenhuma perspectiva de futuro”, disse hoje , em entrevista.
Ferreira criticou a falta de estudos sobre o caso, bem como a dificuldade de acesso a medicamentos pelas v�timas do c�sio.”A gente n�o tem que comemorar nada em 25 anos”. Segundo ele, passados 25 anos, ainda h� pessoas envolvidas no acidente radioativo que sequer s�o reconhecidas como v�timas.
As v�timas diretas do acidente recebem uma pens�o vital�cia no valor de um sal�rio m�nimo, que n�o pode ser transferida aos parentes em caso de morte. “N�o teve indeniza��o financeira nenhuma. Apenas essa pens�o”.
Ferreira afirma que, desde novembro de 2010, as v�timas do c�sio 137 n�o recebem nenhum tipo de medicamento. Ele disse que algumas dessas pessoas, de idade mais avan�ada, adoecem com maior facilidade “e, �s vezes, s�o acometidas por mais de duas doen�as ao mesmo tempo. E n�o recebem medicamentos”.
O presidente da AVC�sio defendeu que a Comiss�o Nacional de Energia Nuclear (Cnen) fa�a oficinas para mostrar � popula��o o que ocorreu em 1987, para evitar que acidentes similares ocorram no pa�s. Segundo ele, em algumas cl�nicas radiol�gicas de Goi�nia, os funcion�rios n�o lembram do ocorrido “porque a mem�ria � curta e acabam cometendo os mesmos erros”.
De acordo com Ferreira, os profissionais desses locais, em algumas situa��es, n�o usam os paramentos de seguran�a necess�rios e trabalham al�m do hor�rio normal. “E a Cnen n�o fez nenhum tipo de palestra nesses �rg�os para mostrar a gravidade que � [a manipula��o incorreta de um material radioativo]”. Para ele, “a Cnen est� pecando tamb�m nesse sentido. Mais uma vez, a Cnen est� sendo relapsa”.
Segundo Ferreira, atualmente, cerca de 1.500 v�timas do acidente com o c�sio 137 est�o vivas. Dessas, pelo menos 500 est�o em situa��o “deplor�vel” em rela��o � sa�de, muitas das quais t�m depress�o e necessitam de atendimento psicol�gico, mas n�o procuram profissionais.
Essas pessoas apresentam sintomas de doen�as comuns a toda sociedade, como gastrite, hipertens�o e osteoporose. Mas, segundo Ferreira, essas doen�as v�m precocemente e mais agravadas. “A hipertens�o que esse grupo tem � severa”, disse, baseando-se em avalia��es de cardiologistas.