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Estado de Minas

Pesquisa do Ibope revela que m�es n�o priorizam carinho e lazer na primeira inf�ncia

Quest�es relacionadas � sa�de s�o as principais preocupa��es das fam�lias


postado em 14/09/2012 08:37 / atualizado em 14/09/2012 09:49

(foto: Alex Wong/Getty Images/AFP)
(foto: Alex Wong/Getty Images/AFP)

Para as m�es de crian�as menores de 3 anos, cuidar da sa�de do filho � muito mais importante do que dar carinho, brincar ou conversar com ele. Esse � o resultado de uma pesquisa realizada pelo Ibope que ouviu mais de 2 mil pessoas em 18 capitais brasileiras.

Quando perguntadas sobre o que � importante para o desenvolvimento da crian�a de 0 a 3 anos, 51% delas responderam que a principal contribui��o � levar ao pediatra regularmente e dar as vacinas. O porcentual de quem acredita na import�ncia de brincar, passear e conversar cai para 19% e fica menor ainda se forem considerados os que defendem a necessidade da socializa��o com outras crian�as: 8%.

“Isso mostra como a quest�o da sa�de est� bem resolvida - e � muito bom que esteja -, mas ainda precisamos avan�ar muito em rela��o aos fatores emocionais e comportamentais”, diz Saul Cypel, neuropediatra e consultor da Funda��o Maria Cec�lia Souto Vidigal (FMCSV). “Os pais ainda desconhecem a import�ncia de estabelecer os v�nculos afetivos e, consequentemente, os danos que podem haver quando se ignora o potencial de aprendizagem da primeira inf�ncia.”

A funda��o apresentou a pesquisa em um simp�sio internacional sobre a primeira inf�ncia que promoveu em S�o Paulo. Os n�meros mostram o desconhecimento dos pais: grande parte dos entrevistados acha que sentar, falar e andar s�o sinais mais claros do desenvolvimento infantil do que a crian�a ser capaz de interagir ou estranhar pessoas distantes; mais de 50% dos entrevistados acreditam que o beb� s� tem capacidade de aprender a partir dos 6 meses.

“Precisamos de uma campanha que diga: ‘nasceu, come�ou a aprender’. Sem isso, corremos o risco de perpetuar um cuidado instintivo que se preocupa com a sobreviv�ncia, mas se esquece da dimens�o �tica, dos valores”, diz Yves de La Taille, da Faculdade de Psicologia da Universidade de S�o Paulo (USP).

Trabalho integrado. O caminho para essa conscientiza��o passa pela cria��o de pol�ticas p�blicas que unam as Secretarias de Sa�de, Educa��o e Assist�ncia Social, diz Eduardo Marino, gerente de avalia��o da funda��o.

Desde 2009, a funda��o tem trabalhado com seis munic�pios na implementa��o de a��es simples, por�m eficazes. O trabalho abrange a cria��o de espa�os l�dicos nos quais as crian�as possam brincar e interagir com seus pais e cuidadores, encontros de reflex�o interativa com a fam�lia e um pr�-natal que inclua n�o s� quest�es biol�gicas, mas tamb�m outros aspectos relevantes do desenvolvimento infantil e - muito importante a partir dos resultados desta pesquisa -, a amplia��o do tempo da consulta pedi�trica.

“J� que 79% das m�es recorrem ao pediatra nos momentos de d�vida � importante que esses profissionais assumam um papel que v� al�m do diagn�stico f�sico. Com uma consulta estendida, ele pode orientar sobre a import�ncia dos momentos de lazer, do afeto”, resume Cypel. Por enquanto, os pais t�m sido norteados por um censo comum que n�o difere escolaridade nem classe social: 55% das m�es e gestantes acreditam que deixar as crian�as assistirem a desenhos ou a programas infantis ajuda no desenvolvimento.

“A gente prop�e, nessa etapa, atividades em que a crian�a se movimente, interaja, brinque, fa�a atividades art�sticas, ao ar livre. Isso tem um papel muito mais importante. Ainda que a TV seja uma possibilidade cotidiana, o uso tem de ser muito cauteloso no sentido do tempo gasto e do que � proposto”, diz a diretora da Escola Santi, Adriana Cury.

O pai

A figura paterna deixa a desejar na cria��o dos filhos pequenos. Na parte qualitativa da pesquisa, realizada com m�es e gestantes o papel do pai � muito valorizado, tanto na gesta��o (94%) quanto na cria��o dos filhos (92%.

Por�m, na pr�tica � muito diferente. Apenas 41% dessas mulheres afirmaram que os pais participam ou participaram ativamente da gesta��o e 51% das gr�vidas v�o sozinhas �s consultas. Somente 47% dos pais atuam efetivamente na cria��o dos filhos, nos cuidados, nas consultas ao pediatra e nas vacinas. Al�m disso, o tradicional papel de impor limites n�o � cumprido. Menos da metade (43%) assume essa responsabilidade.

“Se n�o � pelo instinto que move as mulheres, ao menos pela import�ncia da quest�o �tica os pais precisam participar”, pondera Yves de La Taille, da Faculdade de Psicologia da USP. Mesmo sem a ajuda do marido e tendo de trabalhar (55% das entrevistas est�o empregadas), a creche n�o � vista com bons olhos: 57% acham que a casa � o melhor lugar para a crian�a se desenvolver.


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