(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Combate ao tr�fico depende mais de intelig�ncia que de repress�o


postado em 21/10/2012 14:13

A verdadeira epidemia em que se transformou o uso de drogas, especialmente o crack, depende de a��es contra o crime organizado que utilizem mais a intelig�ncia do que a repress�o. Imaginar que � poss�vel blindar a fronteira brasileira contra o tr�fico � ingenuidade, tarefa incapaz de ser cumprida por qualquer ex�rcito no mundo. O Brasil tem 16,8 mil quil�metros de fronteiras terrestres e 7,3 mil de costa mar�tima. A avalia��o foi feita pelo pesquisador Ignacio Cano, do Laborat�rio de An�lise da Viol�ncia (LAV) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

“O que precisa � investiga��o e intelig�ncia. A fantasia que existe, de que a gente vai conseguir resolver o problema por meio do patrulhamento das fronteiras, � ingenuidade. N�o h� ex�rcito no mundo que possa patrulhar de forma eficiente uma fronteira do tamanho da brasileira. A a��o p�blica tem que priorizar a investiga��o e a intelig�ncia. A partir da captura de armas e drogas, � preciso reconstruir a rota para tentar pegar esses grupos.”

Para se obter melhores resultados na luta contra o tr�fico, Cano refor�a que � necess�rio investir mais recursos que capacitem as for�as de seguran�a a melhorar os setores de intelig�ncia. “Todo combate ao crime organizado depende basicamente da intelig�ncia. Quanto mais se investir nessa �rea, melhor. A quest�o da movimenta��o financeira e da lavagem de dinheiro � o calcanhar de Aquiles do crime organizado.”


Soci�logo vinculado ao Brasil h� mais de duas d�cadas, o espanhol Cano tem dedicado a carreira a estudar o fen�meno da viol�ncia e as formas de combat�-la, sempre sob a �tica dos direitos humanos. Sobre o atual surto de uso de crack no Rio, ele questiona se o rumo das a��es, de recolhimento dos usu�rios, � o mais adequado.

“A pol�tica de repress�o est� no rumo errado, porque ela deve ser feita junto com os usu�rios e n�o contra eles. O princ�pio da interna��o compuls�ria � muito problem�tico. Os especialistas em sa�de p�blica e mental concordam que isso n�o � uma boa ideia. As pessoas acabam saindo [do tratamento]. Se n�o houver coopera��o ativa delas, n�o v�o se desintoxicar. O foco da pol�tica, infelizmente, parece visar mais � limpeza de determinadas �reas da cidade do que � ajuda de fato aos usu�rios de drogas.”

Cano reconhece que a instala��o de unidades de Pol�cia Pacificadora (UPPs) foi um avan�o em rela��o �s pol�ticas de seguran�a anteriores, mas diz que o sistema deve ser aperfei�oado. “A pol�tica da pacifica��o � um avan�o em compara��o �s pol�ticas tradicionais de guerra �s drogas que a gente tinha e ainda tem. Entretanto, o alcance dessa pacifica��o � limitado, porque s�o 29 comunidades [ocupadas], de centenas que existem. E s�o apenas em determinadas �reas da cidade. � importante que as novas UPPs sejam localizadas justamente nas �reas de maior n�vel de viol�ncia, que s�o a Baixada Fluminense e a zona oeste.”


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)