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Estado de Minas

Falta de diagn�stico precoce faz Brasil superar EUA em mortes por c�ncer de mama

Embora a oportunidade de tratamento nos dois pa�ses seja equivalente, levantamento mostrou que 50,1% das mulheres diagnosticadas com c�ncer de mama nos Estados Unidos estavam no est�gio inicial. No Brasil, por�m, os diagn�sticos nesse est�gio ocorrem em apenas 10% dos casos


postado em 13/01/2013 17:26 / atualizado em 13/01/2013 18:12

Mulheres com c�ncer de mama em est�gio inicial que recebem tratamento no Brasil podem ter a mesma sobrevida de pacientes tratadas nos Estados Unidos, revelou estudo da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu. O estudo, iniciado em 2011, levantou dados de pacientes diagnosticadas entre 1998 e 2001, para que pudessem ser observadas as taxas de sobrevida ap�s 10 anos do in�cio do tratamento.

Apesar da igualdade de chances na expectativa de vida entre as pacientes dos dois pa�ses, a falta do diagn�stico precoce faz com que a mortalidade brasileira permane�a ainda muito superior � norte-americana, explica o autor da pesquisa, Ren� Alo�sio da Costa Vieira, mastologista do Hospital do C�ncer de Barretos.

O m�dico usou dados de cerca de 47 mil pacientes dos Estados Unidos, obtidos no programa The Surveillance, Epidemiology, and End Results (SEER), que representa 28% da popula��o do pa�s. Ele comparou com informa��es de 834 pacientes do Hospital do C�ncer de Barretos (SP), considerado Centro de Refer�ncia de Alta Complexidade em Oncologia (Cracon), que atende basicamente pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS) e existe h� 50 anos.

O levantamento mostrou que 50,1% das mulheres diagnosticadas com c�ncer de mama nos Estados Unidos encontravam-se no est�gio inicial da doen�a, com tumores menores do que 2 cent�metros e ainda n�o palp�veis. No Brasil, por�m, os diagn�sticos nesse est�gio precoce ocorreram em apenas 10% dos casos. O m�dico esclarece que � muito importante que a doen�a seja descoberta exatamente nesse ponto, de forma precoce, uma vez que as chances de cura a partir de um tratamento nesse est�gio chegam a 90%.

A detec��o do c�ncer de mama em est�gios mais avan�ados foi observada, a partir do levantamento, em 45,8% das pacientes brasileiras e em somente 8,4% das norte-americanas. Nesse n�vel mais adiantado da doen�a, a taxa de sobrevida ap�s 10 anos cai para apenas 17% dos casos. “No Brasil, demora-se mais para chegar ao m�dico e o tamanho do tumor � maior”, disse.

No mundo, os pa�ses desenvolvidos como os Estados Unidos t�m uma rela��o de 19 mortes por c�ncer de mama para cada 100 pacientes diagnosticadas com a doen�a. Na Am�rica do Sul, essa propor��o sobe para 29,8 mortes. No continente africano, a situa��o � ainda pior pois para cada 100 mulheres com a doen�a, 60 morrem.

No Brasil, ficou comprovado que a mulher com c�ncer de mama que for tratada sob condi��es ideais, como no Hospital do C�ncer de Barretos, ter� chances semelhantes �s das norte-americanas. Ren� Vieira citou como exemplo uma paciente que chega ao m�dico com tumor de mama de 2 cent�metros. Estando no Brasil ou nos Estados Unidos, 10 anos depois, os resultados obtidos pela paciente ser�o os mesmos. “Se tratar aqui ou tratar nos Estados Unidos, teoricamente, a sobrevida � igual”.

Com base nisso, o mastologista defende o incentivo ao diagn�stico precoce, que � alcan�ado principalmente com exames de mamografia. Segundo ele, o diagn�stico por exames cl�nicos, feitos depois de a mulher ter percebido o n�dulo no seio por meio do autoexame, n�o s�o capazes de reduzir a mortalidade. “Quando [a paciente] chega com um caro�o ao m�dico, o tumor j� � grande. N�o vai conseguir mudar muito a evolu��o da doen�a. Ele [o autoexame] � mais para mulher se conhecer”, disse.

O ideal, portanto, � que haja incentivo � realiza��o de exames de mamografia em larga escala, como forma de preven��o, ou seja, mesmo que a mulher n�o apresente qualquer sintoma da doen�a. “Da mesma forma que tem o papanicolau, a gente tem que estimular as mulheres, de maneria regular, uma ou duas vezes por ano, a fazer a mamografia”.

Pelos padr�es norte-americano e europeu, as mulheres entre 40 e 49 anos fazem o exame anualmente e, entre 50 e 69 anos, fazem a cada dois anos. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda uma regularidade ainda maior, mulheres entre 40 e 69 anos de idade devem submeter-se ao exame uma vez por ano. Assim, para que o diagn�stico precoce dos tumores de mama se torne uma realidade no pa�s, o sistema de sa�de precisaria investir nos mam�grafos. “Precisaria melhorar a rede de mamografia”, disse o m�dico.


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