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Estado de Minas

PM de Campinas (SP) � acusada de racismo


postado em 23/01/2013 19:56

Uma ordem assinada por um comandante da Pol�cia Militar em Campinas (SP) determinando a abordagem de suspeitos de "cor parda e negra", acusados de praticarem assaltos em resid�ncias em um bairro nobre da cidade, provocou a rea��o de entidades de direitos humanos, que denunciaram a PM por discrimina��o. "A ordem leva-nos a entender que, se os policiais cruzarem com suspeitos brancos, n�o devem desconfiar deles. Se foram pardos e negros, abordem-nos imediatamente", afirma o diretor presidente da Educafro, Frei David Santos.

O representante da entidade entregou na manh� desta quarta-feira para o secret�rio-adjunto de Seguran�a P�blica, Ant�nio Ponte, uma carta em que cobra explica��es sobre a ordem emitida pela PM em Campinas. Pede tamb�m dados estat�sticos sobre abordagens, com ou sem mortes, realizadas pelo 8º Batalh�o de Campinas - respons�vel pela �rea - para verificar se h� pr�tica de racismo nas opera��es locais. A carta � endere�ada ao governador, Geraldo Alckmin, e ao secret�rio de Seguran�a P�blica, Fernando Grella.

No documento, Frei David solicitou ainda a divulga��o de dados �tnicos das v�timas de abordagens policiais registradas como "resist�ncia seguida de morte" no Estado e nas opera��es de confronto com membros da fac��o Primeiro Comando da Capital (PCC), com base na Lei da Transpar�ncia. "� assustador saber que ainda pode existir racismo dentro da pol�cia."

Pol�mica

O documento que gerou a pol�mica foi uma ordem de servi�o assinada pelo capit�o Ubiratan Beneducci, comandante da 2ª Companhia do 8º Batalh�o da PM, em Campinas. Na ordem, de uma folha, assinada dia 21 de dezembro do ano passado, o capit�o determina aos policiais que fazem o patrulhamento em dois bairros da regi�o do Taquaral que reforcem as opera��es em um quadril�tero de ruas onde um grupo de criminosos, com caracter�sticas espec�ficas descritas por moradores, estaria agindo.

Segundo a ordem, os PMs devem atuar com rigor: "focando abordagens a transeuntes e em ve�culos em atitude suspeita, especialmente indiv�duos de cor parda e negra com idade aparentemente de 18 a 25 anos, os quais sempre est�o em grupo de 3 a 5 indiv�duos na pr�tica de roubo a resid�ncia naquela localidade". "Infelizmente na elabora��o do documento, o texto poderia ser mais contextualizado, deixando claro que aquelas caracter�sticas foram dadas por representantes da comunidade, que comunicaram a PM da ocorr�ncia de crimes por um grupo com tais elementos e solicitando refor�o policial", explicou o capit�o �der Ara�jo, porta-voz da PM.

Segundo ele, a ordem expedida pelo capit�o de Campinas decorre de um of�cio enviado para o comando local por moradores de dois bairros da regi�o do Taquaral. Foram eles, v�timas dos crimes, que informaram as a��es aos s�bados de um grupo de tr�s a cinco pessoas, com idades entre 18 e 25 anos, de cor parda e negra, informou a PM. "N�o se pode falar em discrimina��o ou em atitude racista. O capit�o Beneducci, que � pardo, emitiu essa ordem com base em indicadores concretos, ele apenas exp�s as caracter�sticas f�sicas dos suspeitos", afirma Ara�jo.

Para o representante do Conselho de Defesa da Pessoa Humana do Estado, Dojival Vieira dos Santos, a ordem explicita a discrimina��o por parte da PM. "� um comandante da Pol�cia Militar do Estado assumindo uma postura discriminat�ria e manifestando explicitamente esses atos nas a��es de abordagens." Na carta encaminhada pela Educafro ao governador, a entidade afirma que compreende "que a orienta��o n�o � governamental", mas que o governo "pode combater com determina��o e direito esta medida aplicada por este servidor policial, mal formado e n�o preparado para suas fun��es de comando". "Queremos que a pol�cia se liberte da imagem do cidad�o negro como sendo bandido", completa o documento.


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