Desde que foi revogado, na �ltima segunda-feira, o segredo de Justi�a que impedia a divulga��o de detalhes da investiga��o de supostos assassinatos na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Universit�rio Evang�lico de Curitiba, trechos de intercepta��es telef�nicas come�aram a vir � tona. As conversas, gravadas pela Pol�cia Civil mediante autoriza��o judicial, aconteceram entre a m�dica Virg�nia Helena Soares de Souza, presa desde o dia 19, e colegas de UTI.
Para o advogado de Virg�nia, Elias Assad, a sua cliente est� sendo condenada antecipadamente e sem provas. “Eles pin�aram frases isoladas, fora de contexto. A parte em que a Virg�nia e outro m�dico dizem que tentaram de tudo, mas n�o conseguiram salvar um paciente, n�o saiu”, questiona Assad. Ele deu entrada ontem em um pedido de habeas corpus para que a cliente responda �s acusa��es em liberdade.
“Foi o menor habeas corpus que escrevi em 33 anos de carreira. O que eu pe�o � t�o contundente que n�o preciso falar mais do que uma p�gina”, explica o advogado. Assad alega que as mortes questionadas tiveram o mesmo atestado de �bito, tanto no hospital, quanto no Instituto M�dico Legal, e nenhuma exuma��o adicional foi feita durante as investiga��es. O advogado afirma que n�o existem provas no inqu�rito para incriminar a m�dica.
Apesar de ter recebido autoriza��o judicial para infiltrar um agente na UTI e investigar o uso de subst�ncias ou t�cnicas, n�o detect�veis em per�cia, que causariam a morte dos pacientes, a delegada respons�vel pelo caso, Paula Brizola, n�o teria utilizado o recurso, de acordo com nota divulgada ontem pela Pol�cia Civil do Paran�. O texto diz que “a execu��o da medida se tornou invi�vel do ponto de vista operacional, optando-se pela intercepta��o telef�nica autorizada judicialmente”.