
O Minist�rio P�blico do Estado do Paran� protocolou, no in�cio da tarde desta segunda-feira, den�ncia contra a m�dica Virg�nia Soares de Souza, presa desde o dia 19 de fevereiro. Ela foi acusada de apressar a morte de sete pacientes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evang�lico de Curitiba, no Paran�, para liberar leitos.
"Do que foi poss�vel levantar, chegamos � conclus�o de que existia uma verdadeira quadrilha, no sentido de matar pacientes ali internados", informou � Ag�ncia Estado a promotora de Justi�a Fernanda Nagl Garcez, uma das autoras da den�ncia.
O MP entendeu que, seguindo as orienta��es de Virg�nia, os m�dicos denunciados prescreviam medicamentos bloqueadores neuromusculares, empregados usualmente para otimiza��o de ventila��o artificial. Em seguida, os enfermeiros, "ou �s vezes os pr�prios m�dicos denunciados", rebaixavam os par�metros ventilat�rios dos pacientes, que estavam dependentes de ventila��o mec�nica, causando morte por asfixia.
"O que conseguimos compreender � que essas pessoas receberam um medicamento (Pavulon), que � um bloqueador muscular necess�rio quando h� paralisia dos m�sculos no pulm�o, para os aparelhos (de ventila��o mec�nica) funcionarem", afirmou Fernanda. Segundo a promotora, no entanto, a aplica��o dos rem�dios requereria que a ventila��o mec�nica fosse intensificada, mas os denunciados procederiam diminuindo os padr�es dos mesmos. "Em quase todos (os casos) n�o havia uma indica��o terap�utica nos prontu�rios para que (o paciente) recebesse o Pavulon. Ele precisaria da otimiza��o do respirador, mas os par�metros eram reduzidos", continua a promotora.
Ela afirma que a acusa��o se baseia nos "prontu�rios comprovando a aplica��o do Pavulon e em testemunhas que viram a redu��o dos respiradores." "Al�m da aplica��o do Pavulon, h� a intercepta��o telef�nica da m�dica (Virg�nia Soares), mandando o paciente 'ir embora'".
A reportagem tentou contato com o advogado de Virg�nia Soares de Souza, Elias Mattar Assad, mas at� as 17 horas desta segunda-feira ele n�o respondeu.
A defesa de Virg�nia alega que as investiga��es cont�m uma s�rie de falhas. Para o advogado Elias Mattar, a principal delas � a falta de materialidade ao inqu�rito. "N�o provaram o essencial: a exist�ncia de fato criminoso e sua materialidade", disse na quinta-feira (07), segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo.
No domingo (10), em entrevista ao programa Fant�stico, da Rede Globo, Virg�nia negou as acusa��es. "Nunca fui negligente. Nada mais fiz do que exercer, com respeito aos pacientes, a medicina extensiva", disse. Virg�nia afirmou que as testemunhas que a delataram n�o conhecem a rotina m�dica e sugeriu que � v�tima de vingan�a de funcion�rios que foram demitidos.