A primeira parte dos debates do julgamento do massacre do Carandiru, com a argumenta��o da acusa��o, foi encerrada ap�s tr�s horas. O juiz Jos� Augusto Marzag�o deu intervalo de uma hora para o almo�o, e os trabalhos devem ser retomados com a argumenta��o da defesa �s 14h. A defesa tamb�m tem tr�s horas para falar, e depois ainda poder� haver r�plica e tr�plica.
Nesta �ltima parte da sua argumenta��o, o promotor Fernando Pereira da Silva buscou desqualificar a per�cia realizada nas fardas, coletes escudos dos PMs. Segundo ele, os coletes n�o s�o numerados e os pr�prios policiais n�o puderam dizer quais escudos eram deles ap�s a opera��o. Al�m disso, a per�cia s� foi realizada no dia 22 de outubro - vinte dias depois do massacre.
Silva tamb�m disse que, no relato oficial da Pol�cia Militar, 13 armas foram apreendidas dentro do pres�dio. No entanto, s� sete foram identificadas pelos policiais. Os detentos afirmaram “veementemente” que as armas foram levadas para a pris�o. De acordo com o depoimento de um dos detentos, “armas foram colocadas na fita para livrar a cara dos PMs.”
O laudo do Instituto de Criminal�stica aponta a aus�ncia de sinais de confronto armado, o que indica que os presos n�o portavam arma. Silva ainda ressaltou que a m�dia, segundo a dire��o do Carandiru, era de 0,4 armas por ano encontradas em todos os pavilh�es do Carandiru. “E a� 13 armas de fogo aparecem em um dia em apenas um pavilh�o?”, questionou.
O promotor encerrou seu discurso de forma emotiva: “Est� na hora de mudar o nosso pa�s. A gente tem que acreditar, somos jovens. Esse � um caso hist�rico e o resultado que sair vai repercutir n�o s� no Brasil, mas no mundo inteiro.”
