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Estado de Minas

Pesquisa mostra que provar �lcool antes de 12 anos aumenta risco de abuso da bebida

Estuda mostra constatou que um simples gole por crian�as menores de 12 anos aumenta em 60% as chances delas consumirem �lcool abusivamente


postado em 13/05/2013 07:46 / atualizado em 13/05/2013 07:50

Jo�o tinha 11 anos quando experimentou vinho oferecido pelos pais, em 2008. Aos 15, foi a vez do primeiro pileque, causado pelo consumo excessivo de vodca com energ�tico numa festa com amigos. “Agora, quando chego meio b�bado em casa minha m�e sabe que eu bebi, mas finge que n�o sabe”, diz o jovem de 16 anos, aluno do 2.º ano do ensino m�dio de um col�gio tradicional de S�o Paulo. Hoje, ele diz que consome frequentemente �lcool com os colegas. A primeira experi�ncia do estudante com vinho pode explicar e at� justificar o seu h�bito de consumo atual. � o que revela uma pesquisa in�dita da Universidade Federal de S�o Paulo (Unifesp) feita com base em entrevistas realizadas com 17 mil adolescentes do ensino m�dio de 789 escolas p�blicas e privadas de todo o Pa�s.

O estudo, feito pelo Centro Brasileiro de Informa��es sobre Drogas Psicotr�picas (Cebrid) da Unifesp, constatou que um simples gole ou experimenta��o de qualquer bebida alco�lica feita por crian�as menores de 12 anos aumenta em 60% as chances delas, quando adolescentes, consumirem �lcool abusivamente. “O contato que a crian�a tem com bebidas na inf�ncia pode n�o gerar apenas um adolescente que ocasionalmente fica de porre. Ela pode acabar adquirindo o padr�o abusivo de consumo de �lcool”, afirma Zila Sanchez, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp, uma das pesquisadoras respons�veis pelo estudo.

A pesquisa tamb�m constatou que, dentre os estudantes que afirmaram ter consumido algum tipo de bebida alco�lica na vida (82% dos entrevistados), 11% experimentaram antes dos 12 anos. Para a nutricionista Camila Leonel, o consumo precoce tem um impacto claro na sa�de do jovem. “O �lcool causa modifica��es neuroqu�micas, com preju�zos na mem�ria, aprendizado e controle dos impulsos. O sistema nervoso dos menores ainda est� em desenvolvimento”, afirma.

E para evitar o contato inicial com a bebida n�o basta apenas que os pais pro�bam o acesso ao �lcool, segundo Ilana Pinsky, vice-presidente da Associa��o Brasileira de Estudo de �lcool e Drogas (Abead). “Se os pais t�m o h�bito de beber todos os dias para relaxar, por exemplo, n�o adianta conversar muito sobre como beber de forma respons�vel”, diz ela.

Ilana critica a “enorme” quantidade de bebidas que h� dentro dos lares de muitos brasileiros. “Os pais t�m de ter cuidado com os bares que ficam dentro das pr�prias casas, para que as crian�as n�o tenham acesso a eles”, diz.

Na casa da empres�ria Cl�udia Silva, que tem uma filha menor de idade, n�o h� esse risco. “Aqui em casa � zero �lcool. Nada disso de dar s� um golinho para experimentar”, diz a m�e.

Propaganda. Mesmo com o controle dos pais, h� outros fatores que podem influenciar a entrada precoce do �lcool na vida dos menores. “A propaganda de cerveja na televis�o, mesmo n�o sendo direcionada � crian�a, influencia o consumo. Ela acaba se associando com atividades esportivas, coisas que o adolescente gosta”, afirma Edgard Rebou�as, coordenador do Observat�rio da M�dia, da Universidade Federal do Esp�rito Santo (Ufes) e conselheiro do Instituto Alana.

Segundo a Ambev, uma das maiores empresas de bebidas do mundo, o consumo de bebidas por menores � algo que a marca quer evitar. “Esse lucro n�o nos interessa. Fazemos de tudo para que essa rela��o do menor com a bebida n�o aconte�a”, diz Ricardo Rolim, diretor de rela��es socioambientais da Ambev. Ele cita programas da empresa, como o Jovem Responsa, que, em parceria com 21 ONGs de todo o Pa�s, j� levou orienta��es de consumo consciente a mais de 57 mil jovens direta e indiretamente.

Para Bet�nia Gomes, que pesquisou o tema na Escola de Enfermagem de Ribeir�o Preto, da Universidade de S�o Paulo (USP), faltam pol�ticas p�blicas mais efetivas sobre a quest�o. “Precisamos de mais iniciativas oficiais de promo��o e campanhas educativas para que esses meninos e meninas n�o comecem a beber t�o cedo”, diz a pesquisadora.


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