
Milhares de pessoas prometem voltar �s ruas nas principais cidades brasileiras depois do maior protesto realizado em d�cadas no pa�s, que terminou em caos e viol�ncia no Rio de Janeiro e surpreendeu o governo por sua dimens�o e intensidade.
Desafiando a afirma��o popular de que os brasileiros s�o acomodados e n�o protestam, cerca de 240.000 pessoas marcharam na noite de segunda-feira por mais de 10 cidades para denunciar o aumento das passagens de �nibus e os multimilion�rios gastos com a Copa do Mundo de 2014 e seu ensaio-geral, a Copa das Confedera��es.
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Os protestos, em sua maioria pac�ficos, terminaram, no entanto, com viol�ncia em v�rias cidades, principalmente no Rio. Os manifestantes foram dispersados pela pol�cia com g�s lacrimog�neo e balas de borracha quando tiveram in�cio cenas de vandalismo, destrui��o do bem p�blico ou quando, em Belo Horizonte, os manifestantes tentaram se aproximar do est�dio Mineir�o, onde era disputada a partida Taiti-Nig�ria.
Os manifestantes, em sua maioria jovens sem partido e de classe m�dia, exigem a revoga��o do aumento do pre�o no transporte p�blico e melhorias na qualidade deste servi�o, assim como in�meras outras reivindica��es, como melhor educa��o e sa�de p�blica e at� o fim da corrup��o.
Estes est�o os maiores protestos no Brasil desde as manifesta��es contra a corrup��o do governo de Fernando Collor de Mello em 1992, que renunciou durante seu julgamento pol�tico no Senado.
Novas manifesta��es est�o convocadas para esta ter�a-feira, em S�o Paulo, e para quinta-feira em v�rias cidades do pa�s, incluindo o Rio de Janeiro, uma das seis cidades-sede da Copa das Confedera��es.
Os protestos poder� afetar a competi��o na quinta-feira, quando, no Rio, ser� disputada no Maracan� a partida Espanha-Taiti, e, em Salvador, Nig�ria-Uruguai.
"O governo est� preocupado", afirmou na v�spera Gilberto Carvalho, chefe do gabinete da presidente Dilma Rousseff. "Que ningu�m se precipite para tirar proveito pol�tico de um lado ou de outro", pediu.
Dilma, por sua vez, afirmou que "as manifesta��es pac�fica s�o leg�timas e pr�prias da democracia". "� pr�prio dos jovens se manifestar", afirmou no blog da Presid�ncia.
Caos no Rio A maior e mais violenta das manifesta��es de segunda-feira aconteceu no centro do Rio, onde algumas dezenas dos 100.000 manifestantes tentaram invadir a Assembleia Legislativa, atearam fogo em um carro e feriram e fizeram 20 policiais se entrincheirarem junto a outros colegas dentro do edif�cio, al�m de destruir bens p�blicos e saquear lojas vizinhas.
Ao menos dois manifestantes ficaram feridos no tiroteio travado durante os dist�rbios.
O protesto terminou depois de seis horas, quando os 100 integrantes do Batalh�o de Choque da pol�cia militar dispersaram os manifestantes violentos com g�s lacrimog�neo e balas de borracha.
"O governo investiu dinheiro p�blico na Copa ao inv�s de investir em educa��o, que � p�ssima. Estamos muito chateados com a Dilma, que est� acabando com o pa�s e, por isso, o povo est� nas ruas", declarou � AFP uma das manifestante cariocas, Rosange Campos.
Em S�o Paulo, onde marcharam cerca de 65.000 manifestantes, um grupo tentou invadir o Pal�cio dos Bandeirantes, sede do governo, mas foi dispersado pela pol�cia.
Cenas parecidas se repetiram em Belo Horizonte e Porto Alegre, onde os manifestantes destru�ram dezenas de lixeiras na principal avenida da cidade.
Segundo uma pesquisa do Datafolha publicada nesta ter�a-feira, 84% dos manifestantes em S�o Paulo declara n�o ter prefer�ncia partid�ria. Al�m disso, 77% t�m n�vel de educa��o superior e 22% s�o estudantes.
Em Bras�lia, mais de 5.000 manifestantes cercaram o Congresso Nacional e centenas deles, euf�ricos, invadiram a rampa de acesso e conseguiram subir na cobertura, onde entoaram palavras de ordem, mas o protesto permaneceu pac�fico.
Os protestos acontecem num momento de crescimento econ�mico pequeno e uma infla��o em alta no pa�s. Pesquisas recentes mostram pela primeira vez uma queda na aprova��o do governo de Dilma, principalmente entre os mais jovens e os mais ricos.
Dilma foi vaiada no s�bado passado, na est�dio de Bras�lia, na abertura da Copa das Confedera��es, apesar de contar ainda com n�veis de popularidade recordes e ser favorita para a reelei��o em 2014.