Na defesa do fim da viol�ncia contra a mulher, cerca de 1,5 mil pessoas participaram da Marcha das Vadias, que aconteceu neste s�bado em Bras�lia. Com gritos "eu quero tchu, eu quero tcha, eu quero liberdade j�" e "vem pra rua, vem, contra o machismo", o grupo circulou pela �rea central da capital. Grande parte dos cartazes criticava o projeto da "Cura Gay" e o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP), al�m de defender a legaliza��o do aborto.
A atriz Tatiana Bittar, de 33 anos, tamb�m foi "vadia" pela primeira vez. Segurando um cartas com a mensagem "Estado, n�o se meta no meu �tero", ela mostrava indigna��o com o fato de o pastor Marco Feliciano presidir a Comiss�o de Direitos Humanos da C�mara dos Deputados. "A igreja n�o pode estar no governo, somos um pa�s laico", colocou.
Uma das organizadoras do evento, Julia Zamboni, avalia que a popula��o brasileira "est� com muita vontade de ir para as ruas". Questionada sobre o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff, Julia avaliou que ela cumpriu o papel dela e disse que considerou o pronunciamento bom. "Mas n�o serviu para calar a nossa voz", concluiu.
Se a ocorr�ncia de muitas manifesta��es pelo Pa�s estimula mais pessoas a irem �s ruas, tamb�m confunde quem n�o est� dentro do protesto. A vendedora Zenilda Lopes, de 26 anos, assistiu a marcha passar na rodovi�ria. Ela disse apoiar o protesto, mas n�o sabia que era pelas causas feministas. "Eu apoio. Se eu n�o tivesse trabalhando, estaria a� junto. Se n�o abrir a boca, vai continuar a corrup��o."
Gritaria
Apesar de n�o ter ocorrido viol�ncia f�sica durante a marcha, uma rep�rter do jornal Correio Braziliense foi hostilizada por manifestantes. Ao se aproximar de um homem que havia sido expulso da marcha, para entrevist�-lo e ouvir o motivo, ela ouviu gritos de "m�dia fascista".
A organiza��o da Marcha das Vadias explicou � reportagem que a marcha � espont�nea e que, em muitos momentos, as pessoas t�m atitudes que n�o estavam programadas.