
Segundo o pesquisador, a arte sacra procurava se libertar da representa��o do biotipo europeu, especialmente dos trabalhos produzidos na col�nia portuguesa a partir do s�culo 18. “Apesar de seguir os c�nones do estilo barroco, tinha o objetivo de aproximar as imagens dos fi�is das col�nias, onde estavam os negros, �ndios, mulatos e caboclos”, explica. Partindo desse pressuposto, n�o � incomum a aceita��o, devo��o e culto de uma Virgem negra, como est�mulo � convers�o de africanos e �ndios.
Uma vez que a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi achada por homens simples, pescadores de uma comunidade paulista provavelmente povoada por portugueses, �ndios e negros, � de se esperar que a devo��o a uma Virgem morena ganhasse for�a. “A devo��o religiosa � carregada de um dinamismo que interfere no culto e muitas vezes na pr�pria a devo��o. S�o Francisco de Assis, por exemplo, era representado com um cr�nio em uma das m�os no s�culo 18. Atualmente apresenta p�ssaros e outros animais”, compara o especialista.

“Para respeitar a originalidade da hist�ria, � bom que a imagem de Nossa Senhora Aparecida seja negra”, pontua o padre Jorge Alves Filho, doutor em teologia e p�roco da Par�quia Nossa Senhora Aparecida e S�o Miguel, em Contagem, Regi�o Metropolitana de BH. O padre lembra que a tonalidade da santa n�o deveria interferir na f�. “Para ser devoto de Nossa Senhora, n�o importa a cor, mas sim o mist�rio da presen�a de Deus por intercess�o da Virgem Maria”, completa. Assim seja.