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Estado de Minas

Foram mais de 600 disparos no Pavilh�o 9 do Carandiru, diz perito


postado em 29/07/2013 18:45

Durou cerca de duas horas e meia o depoimento do perito Osvaldo Negrini Neto como testemunha de acusa��o do julgamento do Massacre do Carandiru, que teve in�cio na manh� de hoje (29) no F�rum da Barra Funda, em S�o Paulo. Negrini Neto come�ou a ser ouvido por volta das 14h de hoje e, durante todo o seu depoimento, descartou a hip�tese de que tenha ocorrido confronto entre policiais e detentos, como defendem os advogados de defesa dos policiais no epis�dio que ficou conhecido como Massacre do Carandiru.

“Se houvesse confronto, haveria vest�gios nas paredes opostas [a das celas]. No terceiro pavimento, tinha s� dois disparos no corredor, pr�ximos � porta da cela, e indicam que foram dados de frente para a cela”, disse o perito aos promotores do caso, Fernando Pereira Filho e Eduardo Olavo Canto. Segundo ele, os disparos foram feitos da soleira da porta para dentro das celas, indicando que os disparos foram feitos pelos policiais e n�o pelos detentos. Negrini Neto era o perito criminal na �poca do fato, autor do laudo sobre o massacre.

O perito disse � advogada Ieda Ribeiro de Souza, que defende os 26 policiais acusados nesta etapa do julgamento, que mais de 600 disparos foram feitos durante o massacre. “Mais de 450 [balas] foram retiradas dos corpos das v�timas. E entre 175 e 180 disparos foram registrados nas paredes [das celas]”, disse o perito.

Negrini Neto foi ouvido em abril, na primeira etapa do julgamento sobre o Massacre do Carandiru, quando 23 policiais militares foram acusados pela morte de 13 detentos, ocorrida no segundo pavimento. Na segunda etapa do julgamento do massacre, 26 policiais militares s�o acusados pela morte de 73 detentos no terceiro pavimento do Pavilh�o 9 do antigo pres�dio.

A advogada tentou desqualificar o laudo feito pelo perito sobre o caso, perguntando como era poss�vel determinar com exatid�o a quantidade de detentos que foram mortos no terceiro pavimento (ou segundo andar) do Pavilh�o 9, pois a maioria dos corpos (90, de acordo com o perito) foi encontrada empilhada no segundo pavimento (que corresponde ao primeiro andar) do pavilh�o.

Em resposta, o perito confirmou que n�o � poss�vel determinar, com certeza, a quantidade de presos que foram mortos em cada um dos quatro pavimentos do pres�dio, mas os vest�gios das balas nas paredes, segundo ele, associado �s entrevistas que fez com pessoas que presenciaram o massacre e com a posterior identifica��o de cada um dos presos que foram mortos de acordo com as celas em que viviam permitiu que pudesse reconstituir os fatos. “Eu tinha a lista dos moradores das celas e a de mortos no local", disse Negrini Neto.

No novo depoimento, o perito voltou a criticar o fato do local ter sido alterado antes de que a per�cia pudesse fazer o seu trabalho. “Houve uma a��o deliberada para desmanchar o local”, disse, citando que as celas foram lavadas antes que ele as visitasse, al�m do fato dos proj�teis das balas terem sido removidos.

Ap�s o depoimento de Negrini Neto, os promotores do caso v�o apresentar tr�s v�deos com depoimentos de testemunhas ouvidas no primeiro bloco do julgamento, ocorrido em abril. Ser�o exibidos os v�deos de dois detentos sobreviventes do massacre, Ant�nio Carlos Dias e Marco Antonio de Moura, e tamb�m de Moacir dos Santos, que era diretor da Divis�o de Seguran�a e Disciplina da Casa de Deten��o do Carandiru e substituto imediato do ent�o diretor do pres�dio, Jos� Ismael Pedrosa.

Todo o processo do Carandiru foi separado em v�rias etapas de julgamento, divididos pelas a��es policiais referentes a cada um dos quatro pavimentos do Pavilh�o 9.

O caso Carandiru ficou conhecido como o maior massacre do sistema penitenci�rio brasileiro. No dia 2 de outubro de 1992, os policiais acusados entraram no Pavilh�o 9 da Casa de Deten��o para reprimir uma rebeli�o. A a��o resultou em 111 detentos mortos e 87 feridos.


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