O Minist�rio P�blico (MP) de Pernambuco pediu a retirada do ar da p�gina da internet que oferecia beb�s para ado��o e determinou a abertura de inqu�rito pela Pol�cia Civil no Recife na busca dos respons�veis pela cria��o do perfil. Em uma grande rede social, as crian�as eram oferecidas a valores que variavam entre R$ 6 mil e R$ 10 mil, e v�rias mulheres e casais haviam demonstrado interesse na negocia��o.
De acordo com a Pol�cia Civil, uma moradora de Salvador - que acreditava que a jovem de 19 anos daria a crian�a para ado��o - denunciou o caso ao MP ap�s a m�e pedir R$ 50 mil. Ainda segundo os investigadores, o beb� nasceu prematuramente, no sexto m�s de gesta��o, e morreu h� duas semanas por problemas de sa�de.
A mulher deve ser indiciada por "oferecer o filho mediante promessa de pagamento de recompensa". A legisla��o prev� pena de at� quatro anos de pris�o por esse crime.
Ap�s a pol�mica de doa��es e vendas de beb�s por meio da rede social, que tomou repercuss�o em todo o pa�s, e das den�ncias formalizadas junto ao Tribunal de Justi�a do estado, o Conselho Nacional de Justi�a deve estudar formas de combater intera��es para este fim na internet, estabelecendo um protocolo que possa ser seguido por todos os estados para combater este tipo de crime.
A informa��o � da ju�za em exerc�cio na 2ª Vara da Inf�ncia e Juventude, Maria Concei��o Siqueira e Silva, uma das envolvidas na for�a-tarefa de combate � pr�tica denunciada pelo Diario de Pernambuco. Nesta quarta-feira (31), a p�gina que foi o alvo principal das den�ncias, a “Quero doar.Quero adotar seu beb�-recife PE” cessou as atividades na web.
Den�ncia - A den�ncia foi formalizada por Fabiana Sarchi Carvalho, da cidade Lauro de Freitas (BA), com quem a universit�ria negociou durante pouco mais de uma semana. “N�o sei se voc� sabe, mas uma neo(natal) de hospital particular � caro. Quando ela receber alta, teremos que arcar com um preju�zo enorme. Tem um casal que se disp�s a nos dar uma ajuda de custo de R$ 50 mil, s� que esse valor n�o cobre o preju�zo. Estamos procurando algu�m que possa nos ajudar mas com um valor maior”, afirmou a pernambucana, em uma das conversas, iniciada por meio da p�gina “Conversando sobre ado��o de crian�as e adolescentes”.
No di�logo, a estudante ainda faz quest�o de dizer “ela n�o tem problema nenhum. S� precisa engordar um pouco” e garante: “n�o temos interesse em manter v�nculo com ela. N�o se preocupe”. Nascida aos seis meses, com �rg�os mal formados e fal�ncia m�ltipla, a menina faleceu no �ltimo dia 23. De acordo com o delegado que cuida do caso, Geraldo Costa, o inqu�rito ser� conclu�do dentro dos pr�ximos dias e a garota deve ser enquadrada no artigo 238 do Estatuto da Crian�a e do Adolescente, que versa sobre a entrega de filhos ou pupilos em troca de dinheiro ou benef�cios. “N�o houve flagrante, ent�o a universit�ria responder� ao crime em liberdade”, explica.
Pai n�o sabia da exist�ncia de beb�
Em entrevista, o representante comercial de 29 anos - que pediu para n�o ser identificado - afirmou desconhecer a exist�ncia da filha, fruto de um relacionamento casual. “Sa�mos umas tr�s ou quatro vezes, antes das elei��es, quando estava separado. Quis fazer o exame de DNA, mas a crian�a tinha que ficar mais forte antes e faleceu antes disso. Eu e minha fam�lia estamos arrasados”, afirma.