Caso Amarildo e ataques ao AfroReggae n�o afetam imagem das UPPs, diz Beltrame

O secret�rio estadual de Seguran�a do Rio, Jos� Mariano Beltrame, disse neste domingo que o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, na Favela da Rocinha, e os ataques do tr�fico contra duas sedes do grupo AfroReggae, no Complexo do Alem�o e na Vila Cruzeiro, n�o afetam a imagem das Unidades de Pol�cia Pacificadora (UPPs). Beltrame falou � imprensa durante visita � Favela da Mangueirinha, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que foi ocupada na �ltima sexta-feira (2) pela Pol�cia Militar (PM) e ganhar� uma companhia destacada, com 180 policiais. A Mangueirinha era considerada uma das mais violentas da regi�o, conhecida como "o Complexo do Alem�o da Baixada".

%u201CEu acho que n�o [afeta a imagem das UPPs]. Na Rocinha, a Divis�o de Homic�dios (DH) est� trabalhando diuturnamente. Tivemos um incidente l�, s�rio e grave, que vamos apurar. Cinco anos atr�s, voc� n�o poderia fazer um local de crime dentro da Rocinha ou do Complexo do Alem�o. Se a gente quer avan�ar, n�o pode esquecer que houve um ganho substancial. [H�] problema, mas a situa��o nesses lugares � infinitamente melhor do que t�nhamos antes. Quantos casos tivemos nesses locais em que as pessoas foram consumidas pelo microondas [fogueira feita com pilha de pneus] e os familiares n�o podiam nem ir a uma delegacia reclamar o corpo?%u201D, declarou Beltrame. O secret�rio comentou a intima��o feita pelo delegado Rivaldo Barbosa, titular da DH, ao soldado PM Juliano da Silva Guimar�es, que dever� prestar esclarecimentos nesta semana. Ele teria afirmado que um tio, motorista de um caminh�o de lixo, foi obrigado por traficantes a retirar um corpo da Rocinha e levar para um dep�sito no Caju, regi�o portu�ria. %u201CDen�ncias, not�cias e especula��es t�m que ser carreadas para dentro do inqu�rito e analisadas. Se esta pessoa disse que fez isso, vamos ver em que situa��o aconteceu. A pol�cia vai atr�s para confirmar o que est� sendo dito, para fazer com que den�ncias virem, ou n�o, uma verdade. N�s temos que ter � cautela. Quando apresentarmos um resultado, tem que ser uma coisa muito bem feita.%u201D Beltrame falou tamb�m sobre a iniciativa do comandante da PM, coronel Erir Ribeiro, de anistiar puni��es de a��es administrativas de 450 policiais, que assim poderiam limpar suas fichas e estarem aptos a promo��es e � volta ao trabalho de rua. %u201CDa maneira como foi colocado e comunicado, eu n�o gostei. A Pol�cia Militar sabe o que significa delito administrativo de menor potencial, mas a sociedade n�o sabe. E precisamos esclarecer isto para dizer � sociedade o que significa e quais as consequ�ncias. Eu aguardo da PM explica��es para que tenhamos isso muito claro e transparente.%u201D Sobre o decreto, Beltrame respondeu: %u201CEu acredito que sim , [o decreto pode ser revogado. N�s precisamos analisar essas medidas para, criteriosamente, tomar uma medida%u201D. O pedreiro Amarildo desapareceu em 14 de julho, depois de ser levado por soldados da PM � sede da UPP da Rocinha para esclarecimentos. O comandante da unidade, major Edson dos Santos, alegou que ele foi ouvido e liberado em seguida, mas Amarildo continua sumido, o que provocou uma s�rie de protestos tanto da comunidade quanto durante manifesta��es de rua, no Rio e at� em S�o Paulo, com a frase "Cad� Amarildo?" estampada em faixas e cartazes, al�m de amplamente divulgada nas redes sociais. O grupo AfroReggae teve sua sede no Complexo do Alem�o incendiada no dia 16 de julho e um suspeito que chegou a ser preso acabou morrendo, v�tima das queimaduras provocadas pelas chamas. Outra sede, localizada na Vila Cruzeiro, vizinha ao Complexo do Alem�o e tamb�m ocupada pela pol�cia, foi alvejada por tiros, no �ltimo dia 1�. O AfroReggae desenvolve um trabalho social nas comunidades que poderia estar desagradando setores ligados ao tr�fico de drogas.