Os estados do Tocantins, Maranh�o e Piau� tiveram a maior varia��o no componente educa��o do �ndice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 1991 a 2010. O Maranh�o e o Piau� registraram varia��es de pouco mais de 78% e o Tocantins apresentou �ndice de 89% em 20 anos. Os tr�s estados ocupavam as �ltimas posi��es do ranking nacional em 1991. Vinte anos depois, o Tocantins passou para a 14ª posi��o, o Piau� subiu uma - para a 25ª - e o Maranh�o, que estava em �ltimo lugar, passou para o 19º. O �ndice da educa��o, que era classificado como muito baixo nos tr�s casos, subiu para m�dio.
No Piau�, a taxa brasileira de atendimento tamb�m foi superada em 2010 - 94,45% das crian�as e jovens de 6 a 17 anos estavam na escola, enquanto em 1991 as redes de ensino atendiam a 62,91%. A expectativa de anos de estudo no estado passou de 5,89 para 9,23 anos - abaixo da nacional. A taxa de analfabetismo dos jovens de 15 anos ou mais ficou acima da brasileira. Em 1991, 40,46% n�o sabiam ler ou escrever, em 2010 eram 22,92%. O IDHM Educa��o do estado passou de 0,362 para 0,646.
No Maranh�o, o IDHM Educa��o passou de 0,357 para 0,639. A taxa de atendimento de 6 a 17 anos passou de 59,38% para 93,01%, ainda abaixo da brasileira. A expectativa de anos de estudo tamb�m ficou pouco abaixo da nacional em 2010, atingindo 9,26 anos, mas apresentou aumento em rela��o � expectativa de 6,29 anos de estudo em 1991. H� 22 anos, a taxa de analfabetismo no estado era 40,68. Vinte anos depois, 20,87% n�o sabem ler ou escrever.
"Nesses �ltimos 20 anos, a educa��o � respons�vel por 71% da melhora do IDHM do Brasil", disse na �ltima semana o ministro da Educa��o, Aloizio Mercadante. Ele reconheceu que a evolu��o n�o significa que todos os munic�pios tenham atingido um patamar satisfat�rio e lembrou que esses munic�pios precisam de apoio. "Esses munic�pios precisam de refor�o, acompanhamento e apoio".
Segundo a diretora executiva do movimento Todos pela Educa��o, Priscila Cruz, os dados mostram que o primeiro passo para a conquista do direito a uma educa��o de qualidade est� sendo dado no Brasil. "O que a gente viu foi que nos �ltimo 20 anos o pa�s avan�ou bastante, justamente no [estado e munic�pio] que estava atr�s. Quanto mais atr�s, maior o potencial de avan�o", explica.
Ela aponta, no entanto, que a dificuldade do Brasil est� em avan�ar na qualidade da educa��o, o que n�o � mostrado em �ndices como o IDHM. "N�o basta a matr�cula, tem que garantir qualidade. Nesse passo, que significa uma efetividade total, � que temos tido mais dificuldade em avan�ar". De acordo com o relat�rio De Olho nas Metas, produzido pelo movimento, o aprendizado � comprometido conforme o aluno avan�a.
Nos tr�s estados, a meta de aprendizado em portugu�s e matem�tica n�o � cumprida no terceiro ano do ensino m�dio, etapa com o maior gargalo na educa��o brasileira. A exce��o � apenas em portugu�s no Maranh�o, onde 15,3% dos estudantes t�m o aprendizado adequado, e no Tocantins, em que 20,2% est�o de acordo com o per�odo.
A meta do Todos pela Educa��o n�o � oficial, � calculada para que em 2022, ano do bicenten�rio da independ�ncia, o pa�s assegure a todas as crian�as e jovens o direito � educa��o b�sica de qualidade. Para isso, 70% ou mais dos alunos devem ter aprendido o que � adequado para a s�rie. Pelo �ndice de Desenvolvimento da Educa��o B�sica (Ideb) do Minist�rio da Educa��o, calculado pelo desempenho e pelo fluxo escolar, os tr�s estados superaram a meta para o per�odo.