Terminou por volta das 11h desta segunda-feira, 02, a reconstitui��o dos �ltimos momentos que antecederam o sumi�o do pedreiro Amarildo Souza, de 43 anos, na Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro. A reprodu��o simulada teve in�cio �s 19h de domingo, 01, e teve a participa��o de cerca de cem policiais civis da Divis�o de Homic�dios (DH) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
No fim da manh�, o delegado Rivaldo Barbosa, respons�vel pelo inqu�rito da DH que apura o suposto assassinato de Amarildo, estimou que os trabalhos terminariam por volta das 14h. Entretanto, pouco tempo depois da entrevista do delegado, os investigadores disseram que a reprodu��o simulada havia terminado e deixaram a sede da UPP sem falar com os jornalistas.
Amarildo est� desaparecido desde a noite de 14 de julho, ap�s ter sido conduzido por quatro policiais militares da Unidade de Pol�cia Pacificadora (UPP) da Rocinha de sua casa, na Rua 2, at� a sede da UPP, no Port�o Vermelho, na parte alta da comunidade.
Tr�s dos quatro PMs que conduziram Amarildo participaram da reprodu��o simulada. Dois deles pediram para usar capuz para esconder o rosto, alegando que moram em favelas perigosas e temiam ser reconhecidos por criminosos.
O trajeto entre a casa de Amarildo e a UPP foi refeito tr�s vezes pelos investigadores - um PM participou de cada vez. O objetivo da Pol�cia Civil era encontrar poss�veis contradi��es nos depoimentos anteriores dos PMs.
Pelo menos 13 PMs que estavam de plant�o na UPP prestaram novos depoimentos, entre eles o comandante da UPP, major Edson Santos - que ser� exonerado do cargo pela Pol�cia Militar nos pr�ximos dias.
Segundo a Pol�cia Civil, esta foi a mais demorada reconstitui��o da hist�ria da institui��o. At� ent�o, o recorde pertencia � investiga��o do sumi�o do menino Juan Moraes Neves, de 11 anos, na Baixada Fluminense, em junho de 2011, que durou 13 horas. Quatro PMs est�o presos pelo crime.
Tamb�m nesta segunda, o delegado Rivaldo Barbosa disse que a reconstitui��o do sumi�o de Amarildo "trouxe v�rios esclarecimentos". "Demos um bom passo na investiga��o. Colocamos as pessoas nos seus lugares, pegando pelos depoimentos, e estamos confrontando com o que foi falado anteriormente", afirmou o delegado.
O primeiro lugar onde os investigadores estiveram, ainda na noite desse domingo, foi a localidade conhecida como Cachopa. Segundo o delegado, era ali onde inicialmente estava a viatura da PM que transportou Amarildo de sua casa, na Rua 2, at� a sede da UPP, no Port�o Vermelho.
Em seguida, os policiais civis estiveram no bar perto da casa de Amarildo, onde ele foi abordado pelos PMs na noite de 14 de julho. Depois, os inspetores foram ao Centro de Comando e Controle da UPP, ainda na Rua 2, onde Amarildo foi colocado na viatura que o transportou at� a sede da unidade, na parte alta da favela. Por fim, os investigadores seguiram at� a sede da UPP.
Indagado sobre o motivo de familiares de Amarildo n�o participarem da simula��o, Barbosa disse que, neste momento, n�o considerou conveniente. "V�rias pessoas participaram da reconstitui��o at� as 5 da manh� (desta segunda), inclusive as �ltimas pessoas que viram Amarildo. Repito: a reconstitui��o � necess�ria para esclarecer o que houve com Amarildo. N�o estou imputando nada a ningu�m. Ainda trabalhamos com aquelas duas hip�teses (de que o crime tenha sido cometido por PMs da UPP ou traficantes da Rocinha)."